terça-feira, 5 de junho de 2012

Presidente: Brasil e Haiti

Noticias

Drama dos Haitianos

Bruno Peron
Aproximadamente 5 mil haitianos entraram no Brasil desde a tragédia do terremoto que sacudiu a ilha caribenha em 12 de janeiro de 2010. Estima-se que a maior parte destes haitianos tenha ingressado em nosso território pelos estados setentrionais de Acre e Amazonas antes de buscar trabalho noutras regiões do país. A maioria destes migrantes gasta todo o dinheiro que juntou no Haiti para fazer a viagem em várias escalas (geralmente passa por República Dominicana, Panamá, Equador e Peru) até chegar ao Brasil, onde ainda deve definir a cidade que será o destino final.
A Embaixada Brasileira em Porto Príncipe, capital do Haiti, tem emitido 100 vistos mensais de “caráter humanitário” com validade de 5 anos desde janeiro de 2012, segundo resolução do Conselho Nacional de Imigração. A medida visa a controlar o fluxo abundante de imigrantes provenientes da ilha. Qual deveria ser a política migratória do nosso país frente aos desafios de um mundo cuja globalização implica que as pessoas não circulem com a mesma fluidez que as mercadorias e as finanças?
O governo brasileiro raramente estabelece barreiras à concessão de vistos a estrangeiros, salvo a regularização da entrada numerosa de haitianos estes dois últimos anos e a conduta de reciprocidade com a Espanha desde março de 2012 frente às exigências e humilhações aos brasileiros na entrada a este país europeu.
É tão difícil um migrante passar alguns meses ou anos longe de sua cidade de origem para estudar ou trabalhar mesmo sabendo que a família esteja bem. Mal podemos imaginar como é a vida de um haitiano que perdeu seus parentes nos escombros de um terremoto antes de se aventurar pelo mundo. Muitos deles ainda saem do Haiti sem ter conhecimento sobre a língua do país de destino. Neste, o migrante estará em busca de um trabalho através do qual possa enviar uma parcela módica de ajuda financeira a um irmão ou tio que deixou no Haiti.
Rutemarque Crispim – líder religioso de Brasileia, Acre, que acolheu muitos imigrantes do Haiti – afirmou em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos que os haitianos sofrem discriminação porque os nativos acreditam que aqueles são portadores de doenças (cólera, SIDA, vírus desconhecidos, etc), e sujeitam-se a formas de violência, como abandono e assaltos na trajetória ao Brasil. O pior é que alguns governos estaduais compram as passagens de migrantes “indesejados” a fim de que se mudem a outros estados e desonerem seu sistema público de saúde, moradia, etc.
A Agência Brasil informou que duas empresas gaúchas (Mirasul, do setor têxtil; e Finger, do setor moveleiro) acabam de contratar a mão-de-obra de 27 destes haitianos. (Empresas gaúchas contratam haitianos que entraram no país com visto humanitário, 11/05/2012). Embora aleguem o motivo solidário e a falta de trabalhadores no setor, os dirigentes destas empresas esquivam-se dos encargos elevados das nossas leis trabalhistas na medida em que os haitianos restringem-se a uma qualidade de visto que não lhes dá os direitos plenos de um cidadão brasileiro.
As medidas migratórias que acolhem haitianos no Brasil são tão ditosas quanto o envio de apoio (pessoal, material e técnico) para a reconstrução do Haiti. Estas são algumas das possibilidades para amenizar as dificuldades que hoje enfrentam os haitianos em seu próprio território. As fronteiras brasileiras não se fecham aos estrangeiros, porém é necessário advertir que o país não é o “paraíso” do desenvolvimento econômico que tanto se alardeia na imprensa internacional.
Quando pensamos no tema “migração internacional”, há que mencionar o histórico de brasileiros que saíram do país, estas útimas décadas, em busca de uma vida melhor. Há pouquíssimos anos, porém, fala-se de estrangeiros que vêm ao Brasil buscando aquilo que acreditávamos que estivesse noutro lugar. O Ministério do Trabalho, por esta razão, tem recebido um número cada vez maior de pedidos de visto de trabalho de estrangeiros bem qualificados.
A hospitalidade do Brasil com os estrangeiros, no entanto, contrasta com a dificuldade de sanar as carências infraestruturais dos brasileiros. Os imigrantes buscam aqui, em realidade, aquilo que também já buscávamos. O que era para ser solução para eles acaba intensificando um problema de todos: a competitividade no mercado de trabalho, as filas nos hospitais do Sistema Único de Saúde, o aumento do preço dos aluguéis. Sendo assim, a faixa salarial de entre R$ 700 e R$ 900 que as duas empresas gaúchas de Sarandi pagarão aos haitianos é baixa para os que têm acompanhado o aumento exponencial do custo de vida no país.
A vinda dos haitianos enriquece nossas culturas, porém há mais que se pode fazer para conferir ao maior número um padrão de vida digno. Disso sabe bem o governo chileno, que também enfrentou um terremoto, e as entidades assistenciais do Norte brasileiro que ofereceram abrigo e alimento aos haitianos. O diálogo nos foros internacionais elucida como é possível oferecer assistência humanitária a países afetados por catástrofes naturais sem que seja necessário entrar pelas portas do fundo.

Noticias de Manaus

Empresários estão levando haitianos de Manaus para o sudeste do Brasil

Padre da Paróquia de São Geraldo afirma que migração de haitianos para o Amazonas terminou. Seis mil passaram pelo Estado.
[ i ] Haitianos que vinham para Manaus buscam melhores empregos no restante do país. Foto: Ed Salles Haitianos que vinham para Manaus buscam melhores empregos no restante do país.
Manaus - De acordo com o padre Gelmino Costa, da Paróquia de São Geraldo, zona centro-sul de Manaus,  desde que saiu o decreto determinando o número de vistos liberados por mês aos haitianos para entrar no Brasil, houve mais oferta do que procura. “Ainda temos 3 mil haitianosem Manaus. Mas sei que a imigração chegou ao fim. O número de procura lá no Haiti para tirar visto foi menor que a oferta, que é 130 por mês”, disse.
A Paróquia de São Geraldo é o ponto de refúgio dos haitianos que chegam a Manaus.
Dos 6 mil haitianos que passaram por Manaus desde o ano passado, pelo menos mil  já foram para outros Estados brasileiros em busca de melhores oportunidades de emprego. Paraná, Rio Grande do Sul, Minais Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo são os principais destinos dos imigrantes.
De acordo com o padre Gelmino, nos últimos meses os empresários do Sul e Sudeste do País têm entrado em contato com a Igreja Católica para contratar os haitianos para trabalhar. “Os empresários nos ligam e pedem informações sobre os haitianos. E nós também perguntamos como será o trabalho que eles vão exercer, suas condições e os salários”, disse.
“Só para o Paraná já mandamos 230 haitianos. No Rio Grande do Sul, eles já foram para 15 cidades. No total, mais de 500 haitianos foram solicitados por empresários”, contou, acrescentando que até o final desta semana cerca de 50 seguem para outros Estados.
O padre disse, ainda, que muitos haitianos saíram de Manaus com destino a São Paulo  por conta própria. “Eu calculo que pelo menos 400 deles foram para São Paulo. Mas essa ida não encorajamos. Se eles vão é de forma espontânea”, informou.
Segundo ele, os haitianos que procuram São Paulo não são aqueles que acabaram de chegar a Manaus e, sim, os que já juntaram algum dinheiro trabalhando aqui. “Eles (paulistas) pagam mais do que em Manaus”, disse.
Solidariedade
O padre falou sobre as diferentes leituras que a sociedade manauara fez diante da imigração haitiana e  reconheceu que o povo amazonense é o mais generoso que conheceu.
“Tem gente que fica só observando e não faz nada. Já têm outros que ajudam mesmo. Temos vários milagres de doação. O povo de Manaus é generoso”, disse, acrescentando que os haitianos receberam mais de 400 mil quilos de alimentos.

Haiti x Brasil


Aulas de Portugues: Professoras(es) Voluntários do Pro Haiti






sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dia da Bandeira do Haiti

Los haitianos de Manaus celebran el día de la bandera
El pasado 18 de mayo se celebró en Haití, el día nacional de la bandera. Como la mayoría de los haitianos de aquí trabajan, el comité organizador prefirió conmemorar esta fecha el día siguiente, es decir el sábado 19 de mayo.
 El que conoce Haití un poco, sabe que su pueblo es muy religioso. De hecho, iniciaron la celebración de la bandera con una misa a las 4 de la tarde. Es curioso ver que muchos no atendieron a la celebración eucarística,  porque  la mayoría de ellos es de otra denominación cristiana.
Eran las siete de la noche aproximadamente, cuando todo empezó. Un preludio a un concurso de baile que se iba a hacer más tarde dio inicio a la fiesta. Se podía ver la venta de comida haitiana y de bebidas brasileñas en el lugar.
Colocaron unas 150 sillas en medio del espacio donde la fiesta iba a tener lugar. Lo que resultó ser insuficiente para la cantidad de gente que participó en la actividad. La participación a esta actividad fue masiva. Alrededor de 300 haitianos participaron más amigos brasileiros que se interesaron en este acto. Fue interesante ver que la prensa local estuvo presente.
La noche fue subiendo en intensidad. Después pasaron a un relato de la historia de la independencia del país en portugués para que los amigos brasileros presentes pudieran entender las proezas que llevaron al país a la independencia y el afecto que se le tiene a la bandera. Tras esto, empezó el concurso de baile que atrajo a todo el mundo. Fue interesante ver que hasta algunos brasileros presentes les daba unas ganas irresistibles de bailar. La música haitiana no faltaba. Una verdadera mezcla de música de antaño y de música de la nueva generación.
La ambientación del lugar fue un éxito. La tarima desde donde se organizaba la animación, era decorada de azul y rojo y Catherine Flon (una joven que representaba la señora que cosió la bandera) estaba sentada allí, vestida con los colores de la bandera. En un lado del patio había globos de azul y rojo y del otro lado, globos verdes y amarillos en representación de la bandera brasileña. Todo eso simbolizando el encuentro de dos pueblos.
La comunidad haitiana se va integrando en Manaus. Hay un equipo que apoya esta integración. Los padres escalabrinianos cuya parroquia es el lugar de encuentro y de referencia de los haitianos. También hay una joven haitiana, llamada Martha, que colabora con los jesuitas que es uno de los motores que alimentan la vida de la comunidad haitiana de Manaus.
Los problemas económicos que esta comunidad vive no pudo detener el deseo de los haitianos que viven en Manaus de sentirse cerca de su tierra. Cabe recalcar que todo pasó en un ambiente de encuentro entre amigos y compatriotas, de paz y alegría. Esa fue la primera vez que se vio una tal celebración en la comunidad haitiana de Manaus. Fue un momento donde descubrieron muchos talentos artísticos escondidos de varios compañeros haitianos.
Los que participaron de esta celebración quedaron encantados. No se querían ir cuando terminó la actividad. De hecho varios de ellos siguieron hablando en pequeños grupos. Inclusive, muchos preguntaban: ¿cuándo se va a organizar la próxima actividad? De esta manera se fueron despidiéndose con un rostro de alegrìa y abrazos, contentos y agradecidos a Dios por el momento compartido.
Como jesuita haitiano, estoy estudiando teología en Canadà. Quise venir aquí en Manaus para ayudar mis compatriotas en su búsqueda de una vida mejor. He estado en varias comunidades haitianas fuera de mi país, debo confesar que esta celebración que vivì en Manaus tenía un matiz peculiar. El deseo de la gente de reunirse y la colaboración de todos para la realización de la actividad fueron unas señales de su amor hacia el país, de su deseo de cambiar y de su compromiso para integrarse a la comunidad brasileña consciente de su identidad.
 Delsen Innocent