quinta-feira, 18 de julho de 2013

Haitianos = Dia 17 de julho 2013 = Residencia Permanente

Ir. Rosita Milesi, mscs
Diretora
Instituto Migrações e Direitos Humanos
Quadra 7 - Cj. C - Lote 1 - Vila Varjão/Lago Norte
71540-400 - Brasília - DF - Brasil
rosita@migrante.org.br
imdh.diretoria@migrante.org.br
Tel.: (0055) 61 81737688 e 3340-2689
Website:
www.migrante.org.br

 
Informo que por Ato publicado no Diário Oficial da União de 17 de julho de 2013, foi concedida a residência permanente aos nacionais haitianos abaixo relacionados:
 
Processo Nº 08221.002701/2012-32 - CHARLES CHOUBERT
Processo Nº 08221.002673/2012-53 - FRANÇOIS BERNARD
Processo Nº 08221.002674/2012-06 - GILBERT PIERRE
Processo Nº 08221.002676/2012-97 - MERISTIN SAINVERTIL
Processo Nº 08221.002702/2012-87 - SAINT JUSTE ROSENIE
Processo Nº 08221.003398/2012-95 - LOUSENA LAGUERRE
Processo Nº 08221.003764/2012-14 - LONESE PRIME
Processo Nº 08221.003766/2012-03 - ESTEVELA CHARLES
Processo Nº 08221.003765/2012-51 - ISMELA FILS AIME
Processo Nº 08221.003673/2012-71 - TACHENA NARCISSE
Processo Nº 08221.003672/2012-26 - ETHOL EXIME
Processo Nº 08221.003671/2012-81 - WILGUENS MARCELLUS
Processo Nº 08221.003670/2012-37 - GUERLYNE MEVIL
Processo Nº 08221.003669/2012-11 - LUCKENSON DESIR
Processo Nº 08221.003667/2012-13 - WILBERT SYLVAINCE
Processo Nº 08221.003463/2012-82 - CHRISTONA PIERRE
Processo Nº 08221.003462/2012-38 - WALITON SIMON
Processo Nº 08221.003461/2012-93 - TCHENLEY MICHEL
Processo Nº 08221.003460/2012-49 - JEAN LAUBERT JOSEPH
Processo Nº 08221.003459/2012-14 - EVANEL ISRAEL
Processo Nº 08221.003458/2012-70 - SAMUEL JACQUES
Processo Nº 08221.003763/2012-61 - REMILLER AUGUSTIN
Processo Nº 08221.003762/2012-17 - ATILISSE EVARIS
Processo Nº 08221.003761/2012-72 - BLADINE VICTOR
Processo Nº 08221.003681/2012-17 - MICHELET BEAUPLAN
Processo Nº 08221.003680/2012-72 - DIEUSAIT HILAIRE
Processo Nº 08221.003679/2012-48 - DIEULIUS ADEUS
Processo Nº 08221.003678/2012-01 - JOANEL AURILUS
Processo Nº 08221.003677/2012-59 - MARJORIE SAINT JUSTE
Processo Nº 08221.003676/2012-12 - DONARD JEAN MARY
Processo Nº 08221.003674/2012-15 - PATRICK ROBERT
Processo Nº 08221.003675/2012-60 - NALCIN PIERRE
Processo Nº 08221.003779/2012-74 - SANSLYNE JULES
Processo Nº 08221.003803/2012-75 - JEAN RENE CLASSONNEL
Processo Nº 08221.003802/2012-21 - JOCELET JOSEPH
Processo Nº 08221.003799/2012-45 - JOSEPH WILDER MOISE
Processo Nº 08221.003801/2012-86 - JOACHIN ALCIN
Processo Nº 08221.003800/2012-31 - OLERMY MARCELLUS
Processo Nº 08221.003686/2012-40 - ROCHENEL PRIVIL
Processo Nº 08221.003687/2012-94 - FREDO MONFISTON
Processo Nº 08221.000431/2012-25 - ADRIEN MARIUS
Processo Nº 08221.001709/2012-81 - ANGELO FILS
Processo Nº 08221.000333/2012-98 - ANNAL BOSIER
Processo Nº 08221.001708/2012-37 - BABY ISENADIN
Processo Nº 08221.000430/2012-81 - BAINET LOUISSAINT
Processo Nº 08221.00334/2012-32 - BERNADIN CICERON
Processo Nº 08221.000327/2012-31 - CEPIPHANE ALCINDOR
Processo Nº 08221.000328/2012-85 - CHSRLOT CLERCIUS
Processo Nº 08221.000332/2012-43 - CLAUDE CHERILUS
Processo Nº 08221.000325/2012-41 - DANIUS BRENEUS
Processo Nº 08221.001576/2012-43 - DESTRAT TITUS
Processo Nº 08221.000339/2012-65 - DIEU-KIMENE ESTIMABLE
Processo Nº 08221.001710/2012-14 - DILVET ULYSSE
Processo Nº 08221.001578/2012-32 - DUKEL JOSEPH
Processo Nº 08221.001572/2012-65 - EDOUARD JOSEPH
Processo Nº 08221.000340/2012-90 - ELINNOR FORTUNE
Processo Nº 08221.001703/2012-12 - EUDRICE GERMEIL
Processo Nº 08221.001379/2012-24 - FRANCKY FIEFFE
Processo Nº 08221.000331/2012-07 - FRENEL CHRYSOSTOME
Processo Nº 08221.001699/2012-84 - GERALD DORIVAL
Processo Nº 08221.000829/2012-61 - GINA JULES
Processo Nº 08221.000335/2012-87 - GUSNEL CHRISOSTOME
Processo Nº 08221.001711/2012-51 - HEDNEVE SAINRILUS
Processo Nº 08221.001577/2012-98 - HIRAM MICHEL
Processo Nº 08221.000513/2012-70 - HUBERT ARISTIN
Processo Nº 08221.000336/2012-21 - IGENEL BORGELAS
Processo Nº 08221.000436/2012-58 - IVERTILE NOVEMBRE
Processo Nº 08221.001687/2012-50 - JACKY TOUSSAINT
Processo Nº 08221.000341/2012-34 - JACKSON DELICE
Processo Nº 08221.000437/2012-01 - JAMES PIERRE
Processo Nº 08221.000324/2012-05 - JEAN CLAUDE ALEXANDRE
Processo Nº 08221.001686/2012-13 - JEAN GERALD LOUIS
Processo Nº 08221.001712/2012-03 - JEAN HOSCAR SUPREME
Processo Nº 08221.001676/2012-70 - JOB MISERE
Processo Nº 08221.001701/2012-15 - JOHN JEAN
Processo Nº 08221.001575/2012-07 - KENSON JACQUES
Processo Nº 08475.000684/2013-06 - PIERRE MAGALIE
Processo Nº 08221.001574/2012-54 - MARC HEDER LATERRION
Processo Nº 08221.001579/2012-87  - MISTERBY HERARD
Processo Nº 08221.001696/2012-41 - NAVILIEN DINA
Processo Nº 08221.001700/2012-71 - NOE AUGUSTIN
Processo Nº 08221.000435/2012-11 - RAYMOND ST JEAN
Processo Nº 08221.000434/2012-69 - RENAN VIUS
Processo Nº 08221.000338/2012-11 - ROSE MANIQUE ADAIN
Processo Nº 08221.001705/2012-01 - ROSELET JOSEPH
Processo Nº 08221.000326/2012-96 - ROSEME DAZULME
Processo Nº 08221.001702/2012-60 - SERGO OVIDE
Processo Nº 08221.000398/2012-33 - THOMAS FAUSTIN
Processo Nº 08221.001704/2012-59 - WALTES OVILMAR
Processo Nº 08221.001698/2012-30 - WENSON ANDRE
Processo Nº 08221.000337/2012-76 - WILNER BONHOMME
Processo Nº 08221.000433/2012-14 - WINIAL PIERRETTE

terça-feira, 16 de julho de 2013

Residencia Permanente. Prazo de 90 dias para regularizar a situacao junto a Policia Federal, partir do dia 15 de julho de 2013.

Informo que por Ato publicado no Diário Oficial da União de 15 de julho de 2013, foi concedida a residência permanente aos nacionais haitianos abaixo relacionados:
 
Processo Nº 08221.001479/2012-51 - SAINT VIL MYNOSE
Processo Nº 08221.001568/2012-05 - SAINTINET LEONARD
Processo Nº 08221.001476/2012-17 - PHAEL SULTANA
Processo Nº 08221.001666/2012-34 - ULRICK SOLITAIRE
Processo Nº 08221.001571/2012-11 - UNSEUL CEUS
Processo Nº 08221.001613/2012-13 - VENET SERVIUS
Processo Nº 08221.001569/2012-41 - VILBRUN BELLANGE
Processo Nº 08221.001552/2012-94 - WESLY GERARD
Processo Nº 08221.000626/2012-75 - WILNES NELSON
Processo Nº 08221.001553/2012-39 - EMMANUEL LORMEUS
Processo Nº 08221.001565/2012-63 - JN WILDOR DEMOSTHENE
Processo Nº 08221.000076/2012-94 - JOSEPH LUCSON JOSEPH
Processo Nº 08221.001478/2012-14 - JOSEPH MAGALIE
Processo Nº 08221.001656/2012-07 - PATRICK  LALANNE
Processo Nº 08221.001477/2012-61 - DAUTRUCHE LUCIENNE
Processo Nº 08221.001611/2012-24 - LUCKSON REMY
Processo Nº 08221.000623/2012-31 - MARC ARTHUR JEAN BAPTISTE
Processo Nº 08221.001667/2012-89 - MARCIUS GUILLAUME
Processo Nº 08221.001475/2012-72 - MICHEL MELIANE
Processo Nº 08221.001599/2012-58 - MICKEL JEANTUS
Processo Nº 08221.001602/2012-33 - PAUL GARCON
Processo Nº 08221.001562/2012-20 - REGINALD PREVILON
Processo Nº 08221.001474/2012-28 - SAINTIL ROSE LOURDES
Processo Nº 08221.001655/2012-54 - WASNER ALMONORD
Processo Nº 08221.001664/2012-45 - ANEBERT VIXAMAR
Processo Nº 08221.000624/2012-86 - ARCHANGE JUNIOR JOSEPH
Processo Nº 08221.001612/2012-79 - ALAIN CHARLES
Processo Nº 08221.001559/2012-14 - LUCKSON CORVIL
Processo Nº 08221.001550/2013-03 - ROUSEVEL  DELVA
Processo Nº 08221.001549/2012-71 - KINS DESTINE
Processo Nº 08221.001665/2012-90 - ABIUS DESULMA
Processo Nº 08221.001551/2012-40 - ELIEZER DELIMA BELIZAIRE
Processo Nº 08221.001661/2012-10 - YLFRANC DORIVAL
Processo Nº 08221.001533/2012-68 - ENIDE MENTIS
Processo Nº 08221.000625/2012-21 - ERLYNE MILIUS
Processo Nº 08221.001662/2012-56 - GENEL PIERRE
Processo Nº 08221.001601/2012-99 - TERMIDE GONEL
Processo Nº 08221.001473/2012-83 - JEAN CHARLES MAGALIE

domingo, 14 de julho de 2013

Noticia

sábado, 13 de julho de 2013

Uma pequena delegação de haitianos, cerca de 100, viajará ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude com o Papa Francisco.


Devido aos custos da viagem e da situação econômica no Haiti, esses jovens não foram articulados pela Igreja local, mas vão por conta própria. Em entrevista à Rádio Vaticano, o Arcebispo de Porto Príncipe, Dom Guire Poulard, falou das dificuldades que a juventude enfrenta no país, que praticamente são as mesmas de toda a população: falta de educação, saúde, moradia digna e oportunidades.

Diante dessas condições, muitos se vêem obrigados a abandonar o Haiti e o Brasil, como sabemos, se tornou para eles uma espécie de terra prometida. Lá eles esperam encontrar o que aqui é uma utopia: emprego. O Programa Brasileiro encontrou dois jovens que já encaminharam a papelada para a embaixada brasileira para tentar o visto. Um deles já conseguiu e só falta marcar a passagem. O destino dele será Balsas, no Maranhão. Entretanto, quem fica, além da pobreza deve combater outro inimigo: a desesperança. O bairro de Corail, um dos lugares onde trabalham as irmãs brasileiras, é o retrato da falta de expectativa. Construído como um local provisório para acolher os desabrigados do terremoto, as tendas se misturam com pequenas casas de compensado que só oferecem mesmo o reparo das intempéries. Não há luz, não há água, não há banheiro nem cozinha. O que era temporário, está se tornando permanente. Trabalhando diretamente com a juventude local, a Ir. Rita Lori Finkler, da Congregação das Irmãs Filhas do Amor Divino, usa a música para despertar não só o talento artístico dos jovens, mas para despertar outros valores, como o da não-violência.

Outro pedacinho de Brasil que encontramos no Haiti e que também lida com essa falta de perspectiva é a Minustah, a missão de paz liderada pelos militares brasileiros. Nós conversamos com o capelão, Ten. José Ribamar Garcia de Souza, que presta assistência espiritual aos 1.200 homens do contingente. “Minha paróquia é o militar brasileiro”, disse o Tenente, ao revelar que o sentimento de impotência diante da realidade atinge muitos de nossos soldados. Mesmo sendo “pau para toda obra”, garantindo a segurança, fazendo parto, construindo ruas, recolhendo o lixo ou reformando orfanatos, o estresse de lidar com a miséria é forte e muitos ficam abalados. Para o capelão, infelizmente a Minustah é imprescindível no Haiti. A retirada está prevista para 2020 e, até lá, ele espera que o país possa caminhar com os próprios pés.

FONTE: Rádio Vaticano

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Lista dos Haitianos com Residencia Permanente no Brasil. Prazo de 90 dias a partir do dia 10 de julho de 2013 para regularizar a situacao junto a Policia Federal.

Cumprimentando-a, solicito a gentileza de Vossa Senhoria no sentido de que seja difundida a informação de que, por Ato publicado no Diário Oficial da União de 10 de julho de 2013, foi concedida permanência no Território Nacional aos nacionais haitianos abaixo relacionados, tendo em vista a autorização outorgada pelo Conselho Nacional de Imigração, com base na Resolução Recomendada nº 08/2006, c/c a Resolução Normativa nº 27/99-CNIg.
 
Processo Nº 08221.000377/2012-18 - ABELSONN LOUIME
Processo Nº 08221.000387/2012-53 - ALCIMENE FELIX
Processo Nº 08221.000458/2012-18 - ALDERSMITH MERCEDA
Processo Nº 08221.003571/2011-74 - ALTANIE BIEN-AIME
Processo Nº 08221.000355/2012-58 - AMILANCE ELVIUS
Processo Nº 08221.000457/2012-73 - CENOL MEUS
Processo Nº 08221.000460/2012-97 - CHRISTIANE LAINE
Processo Nº 08221.000357/2012-47 - DENOUALD ESTERLIN
Processo Nº 08221.000374/2012-84 - ELIBERT LAIME
Processo Nº 08221.000388/2012-06 - ELINORD FLEURIDORD
Processo Nº 08221.000684/2012-07 - EZECHIEL THOMAS
Processo Nº 08221.003575/2011-52 - FERNAND STERLING
Processo Nº 08221.000376/2012-73 - FRITZNEL LEVEILLE
Processo Nº 08221.002871/2011-36 - GERALD CYRIUS
Processo Nº 08221.000519/2012-47 - ISEMIE BERTILUS
Processo Nº 08221.003650/2011-85 - JACKSON JEAN
Processo Nº 08221.000358/2012-91 - JACQUELIN CELESTIN
Processo Nº 08221.000354/2012-11 - JACQUELINE ESTACIN
Processo Nº 08221.000683/2012-54 - JAMES JEAN BAPTISTE
Processo Nº 08221.000375/2012-29 - JEAN CLAUDE JACOTIN
Processo Nº 08221.000443/2012-50 - JEAN CLAUDE PIERVIL
Processo Nº 08221.000646/2012-46 - JEAN RIGAUD SAINT VICTOR
Processo Nº 08221.003577/2011-41 - JEANNOT SIMEON
Processo Nº 08221.000071/2012-61 - JOHNNY AGENOR
Processo Nº 08221.003542/2011-11 - JONACE ORTILIER
Processo Nº 08221.003642/2011-39 - JOSEPH EVENS FREDERIC
Processo Nº 08221.003610/2011-33 - JOSEPH JN BAPTISTE
Processo Nº 08221.003594/2011-89 - JURVENS DESTINE
Processo Nº 08221.000809/2012-91 - KERLINE JEAN
Processo Nº 08221.001514/2012-31 - LEONE ESTIME
Processo Nº 08221.000074/2012-03 - LUCKSON JEAN CHARLES
Processo Nº 08221.002920/2011-31 - MARIE ANGE FABIEN
Processo Nº 08221.000459/2012-62 - MARQUIS MENTOR
Processo Nº 08221.000415/2012-32 - MAXO PHAT
Processo Nº 08221.000075/2012-40 - MILIANE LOUIMA
Processo Nº 08221.000386/2012-17 - NAROSE JOSEPH
Processo Nº 08221.000385/2012-64 - PETUEL FRANCOIS
Processo Nº 08221.001663/2012-09 - PIERRE DIEUSSAIS
Processo Nº 08221.002845/2011-16 - ROSELOR MORAVIA
Processo Nº 08221.002855/2011-43 - SAPALSON GELIN
Processo Nº 08221.000456/2012-29 - SONIA ST PHARD
Processo Nº 08221.002788/2011-67 - SONY WILSON AUGUSTIN
Processo Nº 08221.000296/2012-18 - WATSON NORVILUS
Processo Nº 08221.000406/2012-41 - WESNER SERAPHIN
Processo Nº 08221.003648/2011-14 - WILNER DERISMAR
Processo Nº 08221.000685/2012-43 - WISKY SERGE THELEMAQUE
Processo Nº 08221.000669/2012-51 - WISLER OSCAR
Processo Nº 08221.000444/2012-02 - YONEL PIERRE SAINT
Processo Nº 08221.001573/2012-18 - FORTILUS PIERRE
 
Att.
 
Divisão de Estrangeiros do Ministério da Justiça

terça-feira, 9 de julho de 2013

03 de Julho de 2013

Haitianos adeptos do vodu buscam no candomblé alternativa a igrejas


Atualizado em  3 de julho, 2013 - 14:27 (Brasília) 17:27 GMT
 
Foto Joao Fellet/BBC Brasil
Haitianos (à esq.) acompanharam cerimônia de candomblé em Porto Velho
Enquanto grande parte dos cerca de 3 mil imigrantes haitianos em Porto Velho recorre a igrejas evangélicas para satisfazer suas demandas espirituais, alguns começam a buscar alternativas entre as tradições religiosas que africanos legaram tanto a seu país quanto ao Brasil.
A BBC Brasil acompanhou a primeira visita de três haitianos a um terreiro de candomblé na capital de Rondônia. O encontro foi organizado a pedido deles pela estudante de história da Universidade Federal de Rondônia Jéssica Caroline, que realiza uma pesquisa sobre os imigrantes.
 
 
Adeptos do vodu, Jorby Beaubrun, de 24 anos, Obenson Experience, 26, e Wilbert Derancier, 42, chegaram ao Brasil no início do ano. Em conversa com Caroline, eles disseram sentir falta dos rituais no país natal e se surpreenderam ao saber que Porto Velho também abrigava templos de religiões de matriz africana.

Segundo a base de dados da CIA (órgão de inteligência dos EUA), metade da população haitiana pratica o vodu, embora 96% se digam cristãos. O culto, levado ao país por africanos escravizados, tem parentesco com as principais linhagens do candomblé do Brasil.

Ao chegar ao terreiro antes de uma cerimônia numa noite de sexta-feira, os haitianos receberam abraços do babalorixá Pai Silvano, o sacerdote da casa.

Por três horas, eles acompanharam os trabalhos sentados, enquanto iniciados dançavam numa roda ao centro, ao som de tambores e cantos em coro.

Naquele terreiro, pratica-se o candomblé ketu, linhagem predominante no Brasil. O culto foi trazido ao país por africanos de etnia iorubá (também chamada de nagô), oriundos da atual Nigéria e alguns países vizinhos.
"Sem vodu não existe vida para nós, o vodu é a nossa vida."
Jorby Beaubrun, haitiano
 
Os haitianos se animavam quando as batidas aceleravam e não reagiam quando alguns sacerdotes passaram a incorporar orixás (divindades), alterando discretamente seus semblantes. O trio só estranhou a ausência de animais no terreiro naquela noite. "No vodu no Haiti, sempre matam cabras, galinhas e porcos em homenagem às divindades", explicou Beaubrun.

Mesmo assim, ele disse ter gostado da experiência. "Vou falar com outros haitianos para que também venham. Porque sem vodu não existe vida para nós, o vodu é a nossa vida."

Candomblé jeje

Caso tivessem visitado um terreiro de candomblé jeje, os três provavelmente se identificariam ainda mais com as práticas.

Minoritária no candomblé praticado no Brasil, essa linhagem foi trazida ao país principalmente por africanos do antigo reino de Daomé (hoje território do Benim), também na costa ocidental da África.
O humbono mejitó (sacerdote jeje) Pai Dansy, de Santo André (SP), diz que o candomblé jeje e o vodu haitiano são "praticamente o mesmo culto".

Segundo ele, as maiores diferenças entre eles são os nomes das divindades – que, no Haiti, se alteraram por influência da principal língua local, o creole.

No candomblé jeje, aliás, as divindades se chamam voduns, e não orixás.
Foto Joao Fellet/BBC Brasil
Visita foi organizada por estudante de história da Universidade Federal de Rondônia
Ele afirmou que, nos próximos meses, pretende visitar Porto Velho para procurar sacerdotes voduístas haitianos e convidá-los a uma grande cerimônia em setembro no kwe (terreiro) de Santo André. "Eles vão se sentir em casa", diz.
Caso os laços entre haitianos e adeptos de religiões afrobrasileiras se estreitem, o historiador da Universidade Federal de Rondônia (Unir) Marco Teixeira diz que os terreiros podem recuperar um papel histórico.

O pesquisador diz que, durante a escravidão, as religiões de matrizes africanas cumpriam o papel hoje exercido no Brasil pelas igrejas evangélicas. "Elas eram o único ponto de referência positivo que essa população recebia ao desembarcar no Brasil. O terreiro oferecia lar, família, cuidado, tratamento e referência ao escravo."

Para ele, porém, os terreiros não têm desempenhado essa função em relação aos haitianos.
No que depender de Pai Silvano, o cenário vai mudar. "Podemos fazer um intercâmbio com eles. É um orgulho para nós que eles interajam com a gente no terreiro, trazendo sua experiência, seus conhecimentos e passando alguma coisa para nós", afirma.

"A porta está aberta para todos."

8 de julho de 2013

Acre recebe diariamente cerca de 50 haitianos e despesa com alimentação chega a R$9 mil por dia


A entrada de imigrantes haitianos pela fronteira do Brasil com o Peru e Bolívia continua sendo uma grande preocupação. O governo federal tem gastado nove mil reais com alimentação todos os dias para garantir quatro mil refeições diárias entre café da manhã, almoço, lanche e jantar.
Segundo o governo do Acre, todos os dias, cerca de 50 novos imigrantes chegam em Brasileia e ficam alojados em caráter temporário no abrigo público.

Damião Borges de Melo, coordenador do abrigo, afirma que a chegada dos imigrantes ainda é muito grande e agora eles contam com a ajuda financeira dos que já estão trabalhando no Brasil. “Muitos deles vem pra cá porque os familiares já estão trabalhando e conseguem mandar dinheiro. A vinda dessas pessoas pesa muito para os cofres do Estado, mesmo assim, encaramos esse desafio como um compromisso humanitário”, afirmou.

A procura das empresas por trabalhadores imigrantes diminuiu consideravelmente. Em 2011, eram em média cinco visitas por semana, hoje são duas por mês. A procura teve esse decréscimo em função do grande número de haitianos que abandonou os postos de trabalho entre os três primeiros meses.

Bruna Lopes é representante de uma empresa catarinense que atua no ramo metalúrgico, ela veio ao Acre selecionar 15 homens que devem atuar na linha de produção da empresa. “Vamos fazer um teste, ver como eles se adaptam ao trabalho e ao clima de Santa Catarina, nossa intenção é levar também mulheres, pois o trabalho não exige força física. Estamos oferecendo um salário de 990 reais e moradia por conta da empresa até dezembro para que eles possam se estabilizar”, declarou.

Da redação ac24horas
Com informações da Agência de Notícias do Acre

sábado, 6 de julho de 2013

Noticias

Igrejas evangélicas disputam imigrantes haitianos em Rondônia



Atualizado em  3 de julho, 2013 - 12:58 (Brasília) 15:58 GMT
Foto Joao Fellet/BBC Brasil
Igreja Adventista do Sétimo Dia de Porto Velho oferece cestas básicas a haitianos recém-chegados
Num templo da Assembleia de Deus no centro de Porto Velho, ao menos cem fiéis cantam em coro, ouvem pregações e oram em conjunto. Ao longo das três horas de cerimônia, não se ouve uma única palavra em português. Todos ali são haitianos.
Atraídos por empregos nas hidrelétricas do rio Madeira, desde 2011 ao menos 3 mil imigrantes do país caribenho se mudaram para a capital de Rondônia, segundo o governo local. E no Estado com o maior percentual de evangélicos do país (33,8%, ante 22,2% da média brasileira), algumas igrejas travam uma disputa por suas "almas".
 
A Assembleia de Deus foi a primeira na cidade a erguer um templo só para o grupo. A maioria dos fiéis passou a frequentá-la após se mudar para Porto Velho, seduzida pelos cultos em creole, a língua mais falada do Haiti.
Quem conduz as cerimônias é o haitiano Pierrelus Pierre. Antes de migrar para o Brasil, ele já era pastor da Assembleia de Deus na República Dominicana. "Vim para o Brasil para trabalhar, só que quando cheguei aqui a história mudou", ele diz à BBC Brasil.
Poucas semanas após mudar-se para Porto Velho, Pierre conheceu o líder da Assembleia de Deus na cidade, o pastor Joel Holden. O pastor o convidou, então, a assumir a pregação a seus compatriotas na igreja que viria a ser erguida para o grupo.
"Aqui na igreja haitiana a gente se sente em casa"
Gildrin Denis, operário haitiano
A estratégia surtiu efeito: desde a inauguração do edifício, há dois anos, os cultos estão sempre cheios.
"Já fui a igrejas brasileiras que são muito legais, muito bacanas. Mas aqui na igreja haitiana a gente se sente em casa", diz o operário Gildrin Denis, de 25 anos.
Denis afirma que, no Haiti, frequentava uma igreja pentecostal que não existe no Brasil e que se converteu à Assembleia de Deus "para manter o padrão". "Tenho dezenas e dezenas de amigos haitianos em Porto Velho e todos eu vejo aqui na igreja, fizemos amizade aqui."
Supervisor da Congregação Haitiana da Assembleia de Deus na cidade, o pastor brasileiro Evanildo Ferreira da Silva diz que a igreja já converteu ao menos cem imigrantes. Ao serem batizados, eles recebem uma carteirinha com foto e dados pessoais.

Foto Joao Fellet/BBC Brasil
Pierrelus Pierre veio ao Brasil para trabalhar, mas semanas depois virou pastor
Silva acompanha os cultos em silêncio, sentado no palco. Ele só se levanta para as músicas, que ocupam boa parte da cerimônia e são comandadas por baterista, baixista e guitarrista haitianos.
Um assistente, também brasileiro, é encarregado de coletar o dízimo. O pastor diz, no entanto, que os haitianos "estão com dificuldade de fazer essa parte aí". "Estamos tentando adaptá-los a essa cultura nossa, de contribuição, até porque a igreja precisa pagar luz, telefone, ar-condicionado."
Paralelamente, afirma Silva, há um trabalho para fazê-los abandonar as tradições do vodu, culto levado ao Haiti por africanos escravizados. "Eles chegam com uma cultura africana, de candomblé, mas na igreja são doutrinados a abandonar essas práticas."

Devagarinho
Melodias haitianas embalam cultos em Porto Velho
Em Rondônia, igrejas evangélicas tentam conquistar imigrantes do país caribenho.
 
Para executar este conteúdo em Java você precisa estar sintonizado e ter a última versão do Flash player instalada em seu computador.
Segundo a base de dados da CIA, órgão de inteligência dos EUA, embora 80% dos haitianos sejam católicos e 16%, evangélicos, metade da população do país pratica o vodu.
Silva diz que a igreja tem lidado com as diferenças culturais com "muita prudência, devagarinho, senão de repente eles podem até espalhar."
Muitos, de fato, já buscam outros ares. Dois fiéis que assistiam ao culto da Assembleia de Deus num domingo de junho carregavam o livro Nada a Perder, de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.
"Estamos tentando adaptá-los a essa cultura nossa, de contribuição, até porque a igreja precisa pagar luz, telefone, ar-condicionado"
Pastor Evanildo Ferreira da Silva, da Assembleia de Deus
Eles haviam ganhado a obra na semana anterior ao participar, com centenas de haitianos, de um culto da Universal em Porto Velho. Só naquele dia, a igreja de Edir Macedo converteu seis haitianos.
Nem todos, porém, pretendem voltar. Um dos primeiros haitianos a se mudar para Rondônia, o tradutor Jean Onal, de 38 anos, diz que aceitou o convite para o culto da Universal por curiosidade, mas que o tom da cerimônia o desagradou. "Tinha mais de cinco pessoas possuídas, achei muito exagerado.''

Onal, que diz ser adventista, afirma que as igrejas em Porto Velho têm duas estratégias para atrair os imigrantes: enviam-lhes convites impressos ou pedem a haitianos que já as frequentam que levem conhecidos aos cultos.

Ele calcula que ao menos cinco denominações evangélicas na cidade tenham haitianos como crentes. Já a Igreja Católica raramente atrai estrangeiros às suas missas, embora sua pastoral do migrante lecione português a grupos de imigrantes.
Coordenadora das atividades da pastoral, a irmã Orila Travessini diz que a igreja não faz proselitismo com as turmas. Ela nota, porém, que entre os haitianos "há uma grande carência do sobrenatural, de algo que preencha isso".
"Não é um trabalho feito gratuita e desinteressadamente. Há um interesse de conversão em marcha. É uma disputa, um verdadeiro mercado de almas, que pode ser ampliado para um mercado de dízimos."
Marco Teixeira, professor da Universidade Federal de Rondônia
Para Onal, a religiosidade de seus compatriotas reflete as condições sociais adversas que enfrentam. "O Haiti tem muita pobreza, muito desemprego, então as pessoas têm bastante tempo para orar a Deus."

E quando emigram, diz, algumas práticas pregadas por religiões evangélicas – como a proibição ao consumo de álcool – facilitam que encontrem emprego e se adaptem ao novo país, segundo ele.
"Um país que não é pobre sempre tem uma festa no fim de semana para as pessoas gastarem dinheiro. Os haitianos, não: eles se preocupam mais com trabalho e com a igreja, é difícil encontrar alguém com cigarro na mão ou bebendo."

Na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Porto Velho, que conta com cerca de 30 fiéis haitianos, a relação entre religião e prosperidade é ainda mais direta. A igreja dá aos haitianos recém-chegados cestas básicas, paga seus aluguéis e os encaminha para entrevistas de emprego com empresários fiéis da igreja.

"Todos os haitianos conosco estão trabalhando, têm celular, bicicleta. O nível financeiro deles têm aumentado", diz o pastor Paulo Praxedes. "O objetivo deles não é serem sustentados ou mantidos por outros, é serem sustentados pelo próprio trabalho deles".
Foto Joao Fellet/BBC Brasil
A Assembleia de Deus foi a primeira na cidade a erguer um templo só para o grupo
Até agosto, a igreja também deve inaugurar uma unidade só para os haitianos. Por ora, o grupo frequenta os cultos regulares da igreja junto ao dos fiéis brasileiros e, numa sala aos fundos, celebra uma cerimônia em creole. A igreja também pretende formar, em breve, um pastor haitiano.
Para Marco Teixeira, professor do departamento de história da Universidade Federal de Rondônia (Unir), que coordena um grupo de estudo sobre os haitianos em Porto Velho, as igrejas evangélicas da cidade "viram nos haitianos um alvo".

Embora avalie como positivo o papel que elas exercem ao recebê-los, dando-lhes segurança, ele diz que as igrejas promovem uma "despersonalização" dos imigrantes.
"Não é um trabalho feito gratuita e desinteressadamente. Há um interesse de conversão em marcha. É uma disputa, um verdadeiro mercado de almas, que pode ser ampliado para um mercado de dízimos."
O pastor Adventista do Sétimo Dia Paulo Praxedes nega, porém, que sua igreja participe de qualquer disputa. "Não somos uma concorrência, nosso interesse é ajudá-los. Muitas vezes esses haitianos chegam ao nosso centro cultural e nem sabemos de que religião eles são".
O pastor Evanildo Silva, da Assembleia de Deus, tampouco endossa a visão de que as igrejas estão competindo pelos imigrantes. Mas afirma que, mesmo que outras denominações venham a assediar os fiéis da Assembleia de Deus, o grupo não vai diminuir.

"Tem muitos haitianos aqui, então tem para todo mundo."