domingo, 24 de maio de 2015

Noticia 24-05-2015.


Fluxo migratório 24/05/2015

Ativista alerta país para o drama dos haitianos no Brasil 

MARCELO CAMARGO/ABR
Missão no Haiti incentiva vinda ao Brasil atrás de oportunidades

 
O Brasil ainda não atentou para a necessidade de estabelecer políticas de acolhimento e políticas multiculturais fim de atender à demanda de haitianos que chegam ao país, diz o historiador Miguel Borba de Sá, integrante da Rede Jubileu Sul, ao participar, semana passada, de Seminário Nacional sobre o Haiti, em São Paulo.

Segundo ele, há uma relação da chegada dos haitianos ao país com a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), ocorrida desde 2004. “Não há uma percepção de que esse grande influxo de imigrantes haitianos tem a ver com a própria ocupação militar do Brasil (no Haiti)”, disse.

“O Brasil vai ao Haiti, dá demonstrações de riqueza e poder, com armas e com sua seleção brasileira, e depois não espera isso de volta. Não espera que quem está lá com uma vida totalmente impossibilitada de ter uma vida digna, olhe para o Brasil como um espaço de esperança?”, completou.

Mas, segundo o historiador, ao chegar ao Brasil os imigrantes percebem que existem dificuldades a ser enfrentadas e descobram que a sociedade brasileira também é muito desigual. De acordo com Miguel Borba, os imigrantes haitianos chegam com ensino superior, falando dois ou três idiomas, e acabam subempregados na construção civil, na indústria têxtil ou no mercado informal, submetidos à falta de direitos e muitas vezes em condições análogas à escravidão.

Leonildo Rosas, porta-voz do governo do Acre, ao abordar o problema que a imigração ilegal vem causando ao estado, destacou que, só de terça-feira (19) para quarta-feira (20), chegaram ao Acre mais 220 imigrantes, a maioria formada por haitianos. Segundo ele, a suspensão do deslocamento dos estrangeiros para São Paulo – decidido com o governo paulista e o Ministério da Justiça – vai fazer com que o problema continue concentrado no estado acriano.

Informação


Coiotes' trouxeram 38 mil haitianos ao País em 4 anos
23/05/201509h14

São Paulo e Brasília - Com a promessa de vender facilidades a pelo menos 38 mil haitianos que já cruzaram, sem visto, a fronteira do Brasil pelo Acre, a rede de coiotes já faturou US$ 60 milhões - o equivalente a mais de R$ 185 milhões - nos últimos quatro anos. Os dados são da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foram apresentados na reunião de quinta-feira, no Planalto, que reuniu diversos ministros e decidiu aumentar os vistos para os imigrantes daquele país.

Na primeira semana de junho, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, inicia um périplo por Equador, Peru e Bolívia. O objetivo da viagem é definir uma estratégia para barrar a ação dos coiotes na região.

O governo brasileiro quer envolver os países vizinhos no problema, já que eles funcionam como rota para o transporte dos haitianos, mas não agem para impedir o avanço do tráfico de pessoas. Paralelamente, o governo brasileiro tenta montar uma rede para desenvolver uma ação conjunta com Estados e municípios, a fim de amparar os estrangeiros.

A chegada desordenada de haitianos criou tensão entre os governos federal e do Acre, assim como do Acre com São Paulo, para onde os imigrantes estavam sendo transferidos. Desde 2010, o governo acriano cobrava ações do Planalto, que só agora, depois da reunião de quinta, começaram a ser desenhadas.

O Acre informa esperar que as medidas discutidas sejam colocadas em prática. Caso os planos não se concretizem até o final de junho, o governador do Estado, Tião Viana (PT), avisou que vai restringir o abrigo concedido a haitianos para mães e crianças, não atendendo mais os homens, que deixariam de ter direito de serem acolhidos. O governo do Acre voltou a fazer pressão em Brasília diante dos números considerados assustadores de entrada no País, pelo Estado, nos últimos dias. Em dois dias da semana passada, quase 300 haitianos chegaram ao Brasil, o que aumentou ainda mais a preocupação das autoridades brasileiras.

Reunião

Na reunião de quinta-feira, várias medidas foram traçadas para tentar reduzir a exploração dos imigrantes pelos coiotes que, embora a maioria seja de haitianos, também envolve pessoas de outros países, principalmente africanos.

Para tentar coibir a entrada ilegal de haitianos no Brasil, a embaixada brasileira em Porto Príncipe, capital do Haiti, vai desenvolver uma campanha explicativa, informando aos cidadãos daquele país que eles podem obter vistos, sem se submeter à ação dos coiotes. O governo brasileiro subirá de 600 para 2 mil o número de vistos mensais para haitianos interessados em viver no Brasil.

Em 2010, eram emitidos cem vistos por mês. Na campanha, o governo brasileiro vai dizer aos haitianos que eles podem vir por meios legais, sem ter de se arriscar ou pagar valores exorbitantes aos coiotes.

O Gabinete de Segurança Institucional, a quem a Abin é ligada, não respondeu ao Estado sobre o relatório divulgado na reunião de quinta.

Os coiotes

A maioria dos haitianos refugiados no Brasil relata demorar, no mínimo, 20 dias entre Porto Príncipe e São Paulo. A viagem é orquestrada por coiotes, que cobram de US$ 3 mil (cerca de R$ 9.285) a US$ 8 mil (mais de R$ 24 mil) por pessoa. O trajeto de muitos deles é o mesmo. Viajam de avião da capital haitiana até Quito (Equador) e, de lá, descem e sobem em pelo menos quatro diferentes ônibus, até chegar a Rio Branco, no Acre.

Segundo o padre Paolo Parise, diretor do abrigo Missão Paz, em São Paulo, o momento mais crítico da viagem acontece na fronteira do Equador com o Peru. Os haitianos, por ordem dos coiotes, desembolsam cerca de US$ 100 como suborno para policiais peruanos liberarem a passagem dos imigrantes.

Os haitianos contam que atravessam um rio a pé, por baixo de uma ponte, para entrar no Peru. "Policiais expulsos da corporação peruana formaram uma quadrilha que hoje gerencia o tráfico de drogas e de pessoas. Muitos haitianos não têm dinheiro para dar na hora e são mantidos em cárcere privado até que a família mande remessas", explica o padre. Mulheres são abusadas. Uma haitiana chegou grávida ao abrigo no ano passado, vítima de estupro por homens da quadrilha, conta Parise.

Saído do país natal há 17 dias, onde deixou mulher e filho, o haitiano Ruben é uma das vítimas dos achaques na fronteira. Ele calcula ter desembolsado US$ 150 para conseguir passar do Equador para o Peru. "As pessoas perdem roupas, sapatos, o que têm. O trajeto é muito duro", afirmou. Ele, que trabalha como encanador e eletricista, chegou ao Brasil há três dias. "Não quero que minha mulher e meu filho venham dessa forma. Estou traumatizado." Colaborou Juliana Domingos, especial para O Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 
(documento recebido do e-mail de Alfredo Goncales).

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Noticia - ACRE - 19-05-2015

terça-feira, 19 de maio de 2015

Acre retoma transporte de haitianos para outros estados

Depois de quase 70 dias, foi retomado o transporte de imigrantes do Acre para outros estados brasileiros.
Os ônibus só voltaram a circular porque o Ministério da Justiça repassou ao governo do Acre cerca de um milhão e duzentos mil reais. Esse recurso vai custear pelo menos 21 viagens de estrangeiros até o sudeste brasileiro.

Durante o período sem o transporte, o número de abrigados em Rio Branco superou 1.200. Segundo Antônio Carlos Crispim, um dos coordenadores do abrigo, a situação ficou muito difícil para os imigrantes.

Mesmo com o repasse do Ministério da Justiça, o cenário no estado ainda é crítico.

O Acre esperava receber 10 milhões de reais para custear as viagens pelo menos até setembro. Atualmente a dívida do governo estadual com a empresa de transporte é de cerca de dois milhões de reais.

Desde 2010, o Acre se tornou a principal porta de entrada de imigrantes no país. De lá para cá, cerca de 40 mil pessoas entraram no país em busca de ajuda humanitária no Brasil.
Somente no último ano, segundo estimativa da Secretaria de Justiça do estado, mais de 12 mil estrangeiros passaram pelo abrigo de Rio Branco.


Segundo a coordenação do abrigo, cerca de 50 imigrantes chegam a Rio Branco, diariamente. A maioria do grupo é formada por haitianos, mas senegaleses e dominicanos também estão entre os que querem tentar a sorte em solo brasileiro.

EBC

domingo, 12 de abril de 2015

Informação 07 de abril de 2015

Uma haitiana frentista em Porto Alegre

07 de abril de 2015

Viergenide Seme, 20 anos, veio há um ano para Porto Alegre e está feliz da vida. “Vi”, como é conhecida entre seus colegas no posto de gasolina onde trabalha como frentista em Porto Alegre, na Rua Anita Garibaldi, só quer ir a seu país para visitá-lo. Já se considera uma porto-alegrense. Até time, ela escolheu: o Grêmio. Com ela, trabalham outro haitiano e um senegalês. A maioria dos clientes gosta de ser atendida pela moça de extrema boa vontade, com sotaque forte do creole – o idioma haitiano, derivado do francês. Uns poucos, porém, não têm paciência com a aprendizagem dos refugiados que buscam uma nova vida. Outros tentam confundir os estrangeiros, dizendo que querem 25 litros e depois, com ar de revolta, esclarecendo que se referiam a R$ 25, recusando-se a pagar o valor em razão do suposto equívoco do frentista. É um golpe já manjado.
Veja, neste vídeo, a entrevista com “Vi”.
 
  • Al Berto diz:7 de abril de 2015

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Brasileia - Acre - 27-03-2015

À espera de visto, haitianos pedem esmola e dormem em praça no Acre

Carlos Madeiro
Do UOL, em Brasileia (AC)
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Haitianos pedem esmola e dormem em praça no Acre8 fotos

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8.mar.2015 - Sem ter onde ficar em Brasileia (a 219 km de Rio Branco), no Acre, por onde os haitianos chegam ao Brasil, eles deixam família e amigos para trás, se abrigam na praça central da cidade, sob sol e chuva, e pedem até esmolas à espera do visto que garante a permanência no país Leia mais Odair Leal/UOL
Fome, cansaço e esperança. É com essa mistura de sentimentos que os haitanos cruzam a fronteira e chegam todos os dias a Epitacolândia, no Acre, à espera de um futuro melhor. Sem ter onde ficar na cidade, eles deixam família e amigos para trás, se abrigam na praça central da cidade, sob sol e chuva, e pedem até esmolas à espera do visto que garante a permanência no Brasil.
Os haitianos têm direito a visto especial humanitário desde 2010, quando um terremoto atingiu o país e deixou 75 mil mortos e 1 milhão de desabrigados. Segundo o Conselho Nacional de Imigração, os haitianos são maioria dos que solicitaram pedido de residência no Brasil. Desde 2011, foram 9.352 solicitações aceitas. De acordo com o governo do Acre, cerca 35 mil imigrantes já passaram pelo Estado nos últimos anos.

Sem abrigo

Apesar de terem ingresso garantido por decreto presidencial, a peleja dos haitianos não acaba quando eles cruzam a fronteira do Brasil. Até abril de 2014, os haitianos eram recebidos em um abrigo em Epitacolândia, que fica na fronteira com a Bolívia. Lá, tinham local para dormir e recebiam comida.
Mas, há um ano, o abrigo foi desativado --segundo o governo acriano-- porque "Epitacolândia colaborou até o seu limite" com a entrada de haitianos. Agora, todos só têm assistência em Rio Branco, onde o governo mantém um abrigo.
Mas, até chegarem à capital, eles não contam com nenhum tipo de assistência e precisam custear despesas como alimentação e a viagem até o abrigo. O problema é que, ao chegarem ao país, os haitianos precisam se regularizar na delegacia da Polícia Federal em Epitacolândia. Só depois seguem viagem à capital, onde se cadastram e, dias depois, recebem transporte até São Paulo --destino final da viagem da maioria.

Chegada é sonho realizado

Para chegar ao Brasil, os haitianos normalmente pegam um avião até Quito, capital do Equador. Lá entram em ação os "coiotes", que prestam serviço aos imigrantes e os levam até Epitacolândia, cruzando todo o Peru. A viagem de carro dura pelo menos três dias.
UOL visitou a cidade e encontrou cerca de 30 haitianos que estavam alojados na praça que fica em frente à sede da PF. Era um domingo, e eles aguardavam chegar a segunda-feira para dar entrada no pedido de visto humanitário.
A maioria dos haitianos não quer conversa com jornalistas. Além de dificuldade com a língua, eles têm medo que a exposição atrapalhe sua nova vida. Mas o que todos não escondem é que o visto é um passaporte para realização do sonho de uma vida melhor.
Augusma Daniel, 22, um dos poucos do grupo que fala espanhol e aceitou conversar com a reportagem, contou que o grupo que chegou ao Brasil após viagem de "alguns dias".  "Aqui a gente tenta uma nova vida, porque no Haiti o jovem não tem o que fazer. O país ainda está destruído, não há emprego. Queremos ir para São Paulo trabalhar", contou.
"A gente dormiu na praça, sofreu com a chuva, mas faz tudo para que o Brasil nos receba e nos dê uma vida melhor", disse outro haitiano, que não quis informar o nome.

Serviço rápido

Segundo o agente da PF que estava de plantão, o serviço burocrático é rápido e, no mesmo dia em que dão entrada, eles já podem seguir para Rio Branco. Ele conta que os haitianos não param de chegar ao Brasil. "Essa situação é rotineira. Nas segundas-feiras, são de 20 a 30 para pedir visto. Não existe nenhum controle", afirmou. "Muitos chegam doentes e disseminam essas doenças. Além disso, muitos chegam sem dinheiro e pedem recursos para viajar até Rio Branco e para comer. É uma situação complicada, a comunidade aqui é pobre e não tem condições de ajudar."
A situação, que já era complicada, ficou ainda pior após este mês com a cheia histórica do rio Acre, que destruiu mais da metade da cidade.

Apoio dos governos

O governo do Acre informou que a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos atende aos imigrantes haitianos, dominicanos e senegaleses que entram de forma ilegal pelas fronteiras do Estado. Em Rio Branco, os haitianos ficam hospedados na Chácara da Aliança, onde têm alimentação, apoio na retirada de documentação e serviços de saúde.
"Como se trata de uma política de fronteiras abertas do governo federal, o Acre coopera em toda atenção humanitária e, em parceria, apoia no seguimento de viagem para as cidades do Centro-Sul. O Acre é apenas uma porta de entrada e regularização da situação imigratória", explicou.
Segundo o Ministério da Justiça, os haitianos não têm status de refugiados por não terem sido perseguidos no país. As solicitações dos haitianos que chegam são encaminhadas ao Conselho Nacional de Imigração, que desde 2010 concede visto especial humanitário que lhes dá proteção internacional e os mesmos direitos garantidos aos refugiados.
Leia mais em: http://zip.net/bbq0zv

sexta-feira, 20 de março de 2015

Município de Encantado - RS = Curso de Português para Haitianos 23-03-2015


Atenção amigos haitianos!
 
Aulas grátis de Português para imigrantes!
- Início dia 23 de março, segunda-feira, das 19 às 21 horas no Centro de Evangelização da Igreja Católica - Encantado - RS.
- Para quem trabalha à noite, aulas nas quartas-feiras, a partir do dia 25 de março, das 14 às 16 horas no Centro de Evangelização da
Igreja Católica - Encantado - RS.

 Participe!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Comunicação: 18-03-2015

Prezados amigos e amigas da RedeMiR,
 
Estou muito preocupada porque vejo que há milhares de haitianos que tem seus processos pendentes de decisão, e há centenas que tiveram seus processos publicados pelo CNIg, mas não foi feita a publicação posterior que o Ministério da Justiça deve fazer. Assim, centenas não estão conseguindo fazer seu registro na Polícia Federal.
 
Além disto, em muitos casos, após transcorridos 90 dias da publicação do CNIg, muitos são orientados a pedir republicação, e isto não tem nenhum efeito, pois não cabe republicação das publicações do CNIg. O que falta, novamente, é a publicação do MJ.
 
Creio que devemos fazer, com urgência, uma ação em conjunto, para pedir ao novo Secretário Nacional de Justiça, que promova:
- a imediata publicação dos nomes que já obtiveram residência autorizada pelo CNIg, mas que falta a publicação do Ministério da Justiça;
- os necessários encaminhamentos para a concessão da residência permanente aos milhares de processos de haitianos que se encontram acumulados no Ministério da Justiça (segundo referências, seriam mais de 25 mil processos).
 
Pergunto se as entidades estão se defrontando com esta situação, se os haitianos estão pedindo algum apoio para solução destes milhares processos pendentes.
Pergunto também se as entidades tem alguma sugestão do que poderíamos fazer frente a esta situação.
 
Creio que nossa articulação é fundamental.
 
Aproveito para enviar-lhe o nome do novo Secretário Nacional da Justiça e também Presidente do CONARE: Dr. Beto Vasconcelos. E-mail: beto.vasconcelos@mj.gov.br
 
Abraço

Ir. Rosita Milesi
Instituto Migrações e Direitos Humanos
Quadra 7 - Cj. C - Lote 1 - Vila Varjão/Lago Norte
71540-400 - Brasília - DF - Brasil
rosita@migrante.org.br
Tel.: (0055) 61 81737688 (Claro); 61 82105085 (TIM) e 33402689
Website: www.migrante.org.br
www.facebook.com/institutomigracoes