quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Informação 05-11-2015

Discriminação seletiva

Preconceito é mais forte contra migrantes vindos de países de pobres

Segundo diretor de instituto que lida com refúgio, nos últimos cinco anos, 300 mil europeus migraram para o Brasil para ocupar cargos altos em grandes empresas: “Ninguém diz que vieram roubar empregos”
por Sarah Fernandes, da RBA publicado 05/11/2015 12:49, última modificação 05/11/2015 14:54
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Segundo diretor de instituto que lida com refúgio, nos últimos cinco anos, 300 mil europeus migraram para o Brasil para ocupar cargos altos em grandes empresas: “Ninguém diz que vieram roubar empregos”
Danilo Ramos/ RBA
imigrantes
Campanha internacional “Refugiados, Sejam Bem-Vindos” visa a promover ações de sensibilização para acolhida
São Paulo – O preconceito de brasileiros contra refugiados sírios e africanos que chegam ao país tem mais a ver com o fato de essas pessoas virem de países pobres do que por estarem fugindo de conflitos. Essa é a opinião do diretor executivo do Instituto de Reintegração do Refugiado (Adus), Marcelo Haydu, que na noite de ontem (4) participou do seminário Migração e Refúgio: O migrante como sujeito de direitos, promovido pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, na capital.
“Alguém aqui é só índio?”, questionou para as mais de 100 pessoas presentes no auditório. "Ninguém!", emendou, ao observar que no Brasil, país formado por migrantes, está presente o preconceito contra alguns tipos de migrantes. "Na salinha do Aeroporto de Guarulhos você não vai encontrar um francês ou um americano. Lá estão apenas os africanos, que são vistos como uma ameça. Quem é a ameaça? Por que a questão do refúgio continua sendo tratada pela Polícia Federal?"
Nos últimos cinco anos, pelo menos 300 mil europeus migraram para o Brasil, a maioria para ocupar cargos altos em grandes empresas, segundo dados levantados pelo Instituto Adus. “Isso ninguém questiona. Ninguém diz que eles estão vindo para cá roubar nossos empregos, porque os europeus e os norte-americanos têm imagem atrelada a desenvolvimento, cultura e acredita-se que eles vão contribuir para o crescimento do país. Aos refugiados resta a imagem de pobreza e doença”, diz Haydu. “Os refugiados não chegam a 9 mil pessoas contra os 300 mil europeus. Por que os europeus não incomodam?”
O seminário marcou o lançamento no Brasil da campanha internacional Refugiados Sejam Bem-Vindos, que visa a promover ações de sensibilização na população para explicar quem são os refugiados e por que se deslocam e debater o fato de as migrações serem um dos elementos fundamentais na constituição do mundo.
A primeira ação foi convidar os participantes do seminário a escrever em uma parede sua ascendência, com o intuito de mostrar que a migração também é um elemento presente nas histórias pessoais. “Filha de português”, “neto de italianos”, “bisnetos de sírios”, foram algumas das frases que preencheram o espaço. A próxima ação será uma campanha em shoppings da capital paulista. Em uma página no Facebook serão divulgadas fotos de pessoas que aderiram à campanha, segurando uma placa escrito “bem-vindos refugiados”.
“Há um interesse econômico. Aqui no Brasil, por exemplo, todo mundo sabe onde estão os bolivianos explorados, mas eles suprem uma cadeia de mão de obra interna nossa, ganhando centavos pelas peças que fazem, trabalhando em situações insalubres e desumanas, e não se faz nada porque eles suprem uma demanda”, diz Haydu.
O Brasil tem hoje 8.400 pessoas refugiadas de 81 países, de acordo com o último levantamento do Comitê Nacional para os Refugiados. A maioria deles é da Síria (23%), seguida por Colômbia, Angola e República Democrática do Congo. O número de solicitação de refúgios ao governo brasileiro aumentou 22 vezes entre 2010 e 2014, de 1.165 para 25.996, de acordo dados do Ministério da Justiça, divulgados em junho. O país recebeu mais pedidos de refúgio do que a Austrália e quase a mesma quantidade do Canadá, sendo o mais solicitado da América Latina.
Atualmente, a legislação vigente para regular as migrações é o Estatuto do Estrangeiro, de 1980. No entanto, em 2013, o Senado aprovou um novo projeto de lei para regular as migrações, o PLS 288/13, que agora está na Câmara Federal, como PL 2516/15. A expectativa do relator na Comissão Especial onde o projeto tramita, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) é que ele seja votado até o final do ano.
“É o momento em que chegam muitos migrantes e também é o momento em que muitas manifestações negativas começam a aparecer. Nesse estágio ainda é possível contrapor esse comportamento por meio de uma legislação que dê um tratamento mais adequado ao tema”, defende a coordenadora-adjunta da Coordenação de Políticas para Migrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Camila Baraldi.
Durante o evento, Camila avaliou que o projeto traz avanços, principalmente ao facilitar a emissão de documentos e garantir acesso aos programas sociais ao imigrantes, porém ainda preserva mecanismos considerados “contraditórios”, como a deportação e a extradição. “É uma falha básica do projeto. Se pode questionar a existência desses recursos já que se trata de uma legislação que se propõe a reconhecer as migrações e os direitos humanos dos migrantes”, disse. “É preciso garantir que essa temática seja incluída na formulação de políticas públicas e que as responsabilidades sejam distribuídas dentro do governo. Quem vai fazer a acolhida humanitária? Quem vai fazer a inclusão laboral? Quem vai garantir o acesso à moradia?”

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

E-mail que merece ser divulgado. Veja como é possível ajudar quando a gente está disposto como a Anastásia tem feito e deseja continuar

Mello (anastacia.fmello@gmail.com)
              
                                                               
Para: paulowelter@hotmail.com
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De: Anastácia Mello (anastacia.fmello@gmail.com)
Enviada: segunda-feira, 2 de novembro de 2015 16:52:18
Para: paulowelter@hotmail.com

Boa tarde Paulo.
 
Me chamo Anastácia,sou estudante da Universidade Federal de Santa Catarina, nascida no Brasil.
 
No ultimo feriado no dia 12 de Outubro,fui visitar alguns familiares aqui numa cidade de Santa Catarina e na volta quando desembarquei na rodoviária, encontrei com uma moça,uma imigrante Haitiana,que veio ate mim perdida ,falando pouco em um idioma que eu não pude entender muito e quando eu falei português ele ficou apavorada e nossa comunicação não foi fácil,então tentei levar ela ate o balcão de informações,procurei por alguém da policia e não obtivemos nenhuma ajuda,não encontramos ninguém.Foi então que percebi que eu mesmo deveria ajuda la,logo em seguida ela tirou um papel com um endereço e um telefone, dai veio a salvação.
 
Eu liguei para aquele numero e no outro lado escutei uma voz que falava português com um sotaque,mas pude me comunicar e informar que alguém o aguardava e passei o telefone para ela.
Voltei a falar com ele e me pediu que colocasse ele num táxi e que pedisse para taxista a deixar naquele endereço.Procuramos um táxi e expliquei a situação dela e a primeira coisa que ele perguntou foi se ela teria dinheiro para corrida eu perguntei se ela teria dinheiro fazendo gesto com as mãos ,mostrando dinheiro pra ela e ela me mostrou umas duas notas de R$10 e mais umas de R$5 parecia ser seu único dinheiro,me despedi dela entreguei o endereço ao taxista e fui pra casa.
 
Logo em seguida recebi uma ligação era aquela mesma pessoa com quem eu havia falado anteriormente ,ele me ligou pra agradecer ,disse que ela já havia chego e que eu tinha feito uma coisa muito bonita,naquele momento me senti feliz e veio um filme na minha cabeça, eu imaginei quantos imigrantes chegam aqui sem instruções perdidos ,sem ter alguém pra auxiliar e sem falar no preconceito, eu nasci na Brasil,sou nega e já passei por alguns episódios,imagino eles que chegam num pais de cultura diferente ,deixa casa ,amigos,familiares,são visto como refugiados . 
 
Eu já pesquisei algumas vezes na internet se tem alguma instituição,ONG ou algum grupo de ajuda aqui em Florianópolis,até agora não achei nenhum,mais achei vocês,eu quero muito ajudar,já pensei em criar uma ONG,mais eu não sei por onde começar ,esse é um dos motivos que estou entrando em contato.
 
Eu quero ajudar,mais preciso que vocês me ajudem primeiro,que me digam aonde posso encontrar,como posso me comunicar ,sei que preciso dar um primeiro passo.
 
Aguardo contato

ATT 
 
Anastácia Mello.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Informação

ACNUR: Universidade Federal do Paraná receberá refugiados universitários; prazo é dia 13/11/2015.

Universidade Federal do Paraná. Foto: UFPR/divulgação
Universidade Federal do Paraná. Foto: UFPR/divulgação

A Universidade Federal do Paraná (UFPR), integrante da Cátedra Sérgio Vieira de Mello da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), informou que refugiados ou portadores de visto humanitário no Brasil e que cursavam algum curso superior no exterior poderão estudar na instituição a partir de 2016.

O período para solicitar ingresso nos cursos de graduação da universidade termina no próximo dia 13 de novembro. A solicitação é gratuita e os refugiados não precisarão fazer o vestibular. A seleção da UFPR será feita por análise de documentos e depende da disponibilidade de vagas em cada curso, conforme os registros de evasão.

A solicitação deverá ser feita pessoalmente ou por meio de procuração do interessado, com firma reconhecida em cartório. Todos os critérios estão estabelecidos em um edital, disponível em http://bit.ly/1MsKeCS
Saiba mais clicando aqui.

 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Notícia muito triste

Haitiano é assassinado em Navegantes (SC)
Sterlin e mulher se conheceram há dois anos em Navegantes
O isolador naval haitiano Fetiere Sterlin, 33, foi assassinado por golpes de facas desferidos por dez homens na noite do último sábado (17), no município de Navegantes (SC), a 112 km de Florianópolis.

Segundo a mulher da vítima, a operária Vanessa Nery, 27, que é de Belém do Pará e testemunhou a agressão, ela, o marido, outro casal e mais um amigo haitiano saíam de uma festa quando dois jovens passaram de bicicleta xingando Sterlin com um palavrão em francês crioulo (um dos idiomas oficias do Haiti), que já é de uso comum no bairro.

"Eles passaram xingando meu marido, que xingou de volta. Aqui é bem comum eles passarem xingando de 'macici' [algo como "viado"], falando para eles voltarem para casa, mas nunca termina em agressão", afirmou.

Ela disse ainda que, antes de ir embora, o rapaz teria dito "eu vou voltar e te dar um monte de tiro". Outra testemunha afirmou que os homens diziam que "haitiano não tem nada para fazer aqui".

Após cinco minutos, os mesmos jovens voltaram ao lugar com armas brancas e outros oito homens, e atacaram o grupo.

"Voltaram com faca, barra de ferro, pá e voltaram para agredir a gente. Não houve uma discussão. Veio um em cima de cada um de nós quatro, e os outros foram todos para cima do meu marido, e começaram a esfaqueá-lo". Segundo ela, a maioria aparentava ser adolescente, "entre 16 e 17 anos no máximo".

Segundo o diretor da Associação de Haitianos de Navegantes, João Edson Fagundes, essa não foi a primeira agressão a haitianos na cidade.

"Ele foi o primeiro haitiano assassinado aqui na região [do Vale do Itajaí], mas no ano passado, outro rapaz levou cinco tiros e sobreviveu, mas logo saiu do Brasil", relatou. Ele suspeita que tenha sido um caso de xenofobia.

O caso foi registrado na mesma noite por um delegado que estava de plantão, e as investigações devem começar nesta segunda.

Sterlin e Vanessa se conheceram há dois anos em Navegantes. Ele estava no Brasil há quatro e havia morado no Pará e em São Paulo anteriormente. A família de Sterlin mora nos Estados Unidos atualmente, e o corpo será sepultado em Navegantes.

Camila Rodrigues da Silva

domingo, 18 de outubro de 2015

Decisão judicial interessante e serve de exeplo


24/07/2015 14h54 - Atualizado em 24/07/2015 14h54

Justiça permite que esposa e filho visitem haitiano no RS sem visto

Decisão é da 2ª Vara Federal de Canoas, onde mora o refugiado.
Estrangeiro mora no Brasil há um ano; família ficou no país caribenho.
Do G1 RS
Porto Alegre recebeu mais imigrantes haitianos em
maio (Foto: Sergio Cabral Feltes/Divulgação)


Mais de um ano depois de deixar a esposa e um filho de dois anos no Haiti, um estrangeiro que mora em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, poderá receber a visita da família. A 2ª da Vara da Justiça Federal de Canoas autorizou a mulher e o menino a ingressarem no país mesmo sem o visto.

A decisão é do juiz Felipe Veit Leal. De acordo com o processo, o haitiano deixou o país caribenho após o terremoto de 2010. Ele passou a morar no Brasil em maio do ano passado. A esposa e o filho ficaram no Haiti.

Ao ingressar na Justiça, a família pediu autorização para que a mulher e a criança se desloquem do Haiti até Porto Alegre, de avião, independentemente da obtenção de visto junto ao consulado brasileiro. O pedido foi embasado no princípio da proteção à unidade familiar, previsto constitucionalmente e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Na análise do caso, o magistrado ressaltou que a proteção à família é dever do Estado. “O princípio da unidade familiar estabelece que o Estado e a sociedade devem empreender todos os esforços necessários para que os membros da família permaneçam unidos; impedindo, com isso, que, por motivos alheios à sua vontade, sejam eles separados uns dos outros”, escreveu o juiz na decisão.

O juiz também considerou que os laços familiares estariam comprovados por meio da documentação apresentada e que a residência do haitiano no país estaria temporariamente autorizada pelo protocolo do pedido de asilo junto à Polícia Federal, pendente de apreciação.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Informação 14-10-2015




O corpo de Morizame foi sepultado no Cemitério Municipal às 15h50m                                                    
 
O corpo de Morizame foi sepultado no Cemitério Municipal às 15h50m (Foto: Jeferson Freitas)
A agenda do Conselheiro da República do Haiti na cidade de Flores da Cunha, Jackson Bien Aimé, começou nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, dia 13, e culminou com o sepultamento de seu conterrâneo, Jean Wesly Morisemi, 28 anos, morto por um policial da Brigada Militar (BM) em Flores da Cunha, na última semana. O diplomata veio à Serra gaúcha em busca de esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte de Morisemi, a pedido da comunidade haitiana. Os conterrâneos teriam ficado apreensivos com as informações que receberam, pois Morisemi foi morto com um tiro na parte de trás da perna, segundo revelou laudo do Departamento Médico Legal (DML) de Caxias do Sul.   

 
Acompanhado de assessorias jurídicas da Associação dos Imigrantes Haitianos em Caxias do Sul, o diplomata teve reunião com a titular da Delegacia de Polícia de Flores da Cunha, Aline Martinelli. Na sequência, ainda pela manhã, Aimé ouviu a administradora do Hospital Fátima, Andreia Vinhat. No inicio da tarde, houve um encontro com o comandante da BM de Flores da Cunha, Capitão Ângelo Ferraz e, na sequência, com o secretário de Desenvolvimento Social, Ricardo Espindola.
 
Após os encontros, Jackson Bien Aimé se reuniu na funerária CCR com familiares de Morisemi para a liberação do corpo, cerimônia religiosa e sepultamento. O corpo de Morizame foi sepultado no Cemitério Municipal às 15h50m. 
Após cumprir toda a agenda, o conselheiro comentou que veio a Flores da Cunha para esclarecer a morte de Murisemi, e tranquilizar a comunidade haitiana. Ele ressalta que este caso é um fato isolado e que não abala nenhuma relação diplomática entre Brasil e Haiti. “Vim somente para coletar informações sobre a morte do Morisemi e para saber mais como vivem os haitianos na região”, afirmou Aimé.
 
Acompanhe a entrevista com o Conselheiro da República do Haiti no Brasil Jackson Bien Aimé.
- See more at: http://www.leouve.com.br/seguranca/justica/item/63666-haitiano-morto-por-pm-e-sepultado-em-flores-da-cunha#sthash.oXlhXdpT.dpuf





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Parte superior do formulário
08/10/2015 17h12 - Atualizado em 08/10/2015 17h13
Após decepar dedo de policial, haitiano é baleado e morre no RS
Segundo a polícia, Jean Wesly Moriseme se envolveu várias ocorrências.
Polícia suspeita que imigrante tenha sofrido algum tipo de surto.
Daniel Favero Do G1 RS
Um haitiano foi morto a tiros por um policial após se envolver em uma série de tumultos na tarde de quarta-feira (7) em Flores da Cunha, na serra gaúcha. A Brigada Militar foi acionada pela primeira vez por volta das 15h30 e os incidentes se repetiram até a noite. Na última abordagem, ele foi baleado depois de reagir contra os policiais. Um PM teve parte do dedo decepado com uma mordida.
Jean Wesly Moriseme, 28 anos, foi atingido com um tiro na perna, na região do joelho, e morreu porque o disparo atingiu uma artéria, informou a delegada de Flores da Cunha, Aline Martinelli.
saiba mais
De acordo com a delegada, tudo começou por volta das 15h30, quando Jean se envolveu em  uma briga com outros dois hatianos, no centro da cidade. Ele rasgou a roupa dos colegas e começou a espalhar os pedaços pela rua.  A Brigada Militar foi acionada e o levou para a delegacia.
“No caminho, ele começou a ficar transtornado, se batendo dentro da viatura, e acabou danificando a porta com as pernas. Quando chegou aqui na delegacia, ele foi autuado em flagrante por dano ao patrimônio. Eu arbitrei fiança, mas ele não pagou”, disse a delegada.
Ainda na delegacia, Jean teria ficado agitado e não conseguia se comunicar com ninguém. “Ele não falava coisa com coisa, então acionei o Samu, porque estava com receio de que ele pudesse de machucar”, explicou a delegada.
Jean foi encaminhado ao Hospital Fátima, onde foi atendido e medicado. Nesse período, a Justiça decretou sua liberdade provisória e ele foi liberado por volta das 21h.
Entretanto, de acordo com a polícia, o haitiano teria continuado a demonstrar um comportamento anormal, provocando uma série de perturbações pela cidade. “Ele começou a jogar lixo nos veículos que passavam pela rua, e a Brigada Militar foi novamente acionada, por volta das 23h”, relatou a delegada.

Nesta abordagem Jean teria reagido de forma agressiva. “Ele agrediu os policiais, decepou parte do dedo de um dos policiais, tentou pegar a arma de um deles, além de derrubar um dos policiais, que ao cair no chão efetuou o disparo contra a perna de Jean”, afirmou a delegada.

Ainda de acordo com a polícia, testemunhas ouvidas no inquérito confirmaram a versão dos policiais que participaram da última abordagem ao imigrante.
A polícia solicitou a realização de exames toxicológicos e de teor alcoólico que possam identificar o que teria provocado o comportamento violento de Jean, mas a delegada suspeita de que ele possa ter sofrido algum tipo de surto psicológico.
“É lamentável que uma coisa tenha acontecido. Os haitianos não costumam se envolver em confusões, mas acredito que o policial não tinha a intenção de matá-lo. Foi uma fatalidade”, finalizou a delegada.



 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Noticia esportiva 12-10-2015

Comunidade haitiana em Manaus promete uma grande festa no jogo de hoje

Ideia é caminhar da paróquia de São Geraldo até a Arena da Amazônia, palco do amistoso entre as duas seleções 

                 
 Michelle Rachelle, de 45 anos, não vê a hora de sua seleção entrar em campo
Michelle Rachelle, de 45 anos, não vê a hora de sua seleção entrar em campo (Aguilar Abecassis )
Um dos países mais pobres da América Central, o Haiti ainda sofre as consequências do terremoto que arrasou o país em 2010. Das centenas de milhares de pessoas que emigraram de sua terra natal em busca melhores condições de vida, muitas delas viram em Manaus um porto-seguro para, na linguagem tão brasileira do futebol, tocar a bola para frente.Às vésperas do amistoso entre o Haiti e a Seleção Olímpica do Brasil, na próxima segunda-feira, na Arena da Amazônia, Zona Centro-Oeste de Manaus, refugiados que vivem na capital amazonense preparam uma grande festa para receber a seleção de seu país.
Muitos deles nunca viram o time nacional ao vivo em campo e mal contém ansiedade para fazê-lo.É o caso de Jean Revolus, 40. Vivendo há quatro anos na cidade, o administrador apaixonado por futebol trabalha vendendo produtos em um espaço cedido pela Paróquia de São Geraldo, na avenida Constantino Nery. Entre uma e outra venda, ele confere os resultados das rodadas dos campeonatos europeus, brasileiro e notícias sobre a Seleção Canarinho.“A maioria dos haitianos são fãs do Brasil”, diz ele. “Eu sempre vejo quando o Brasil joga: seleção júnior, sênior (principal), feminina... eu gosto de todo jogo do Brasil”, diz ele, contando também que nunca assistiu um jogo da seleção de seu país e já garantiu seu ingresso para o jogo da segunda.
“Vou com minha mulher e com meus irmãos”, conta, empolgado.Mas muito se engana quem pensa que, por ser fã do futebol brasileiro, Jean aposta numa partida fácil para o Brasil. “Vai ser um partida legal, equilibrada”, diz ele, seguido pelo conterrâneo Lecknal Joseph, 31. “Não sei se o Brasil vai ganhar do Haiti de 10 a 0 ou se vai ser o Brasil (que vai perder)”, brinca ele.
“O Brasil está mal e o Haiti está bom”, justifica. Uma das mais empolgadas para o evento é a Michelle Rachelle, 45. Simpática e falante, ela lembra de partidas históricas da seleção haitiana na década de 70, quando eles chegaram a disputar uma Copa do Mundo. Entusiasmada com a possibilidade de torcer para seu País na cidade que adotou para viver, ela promete levar tambor ao estádio e diz que até ensaiou até uma música, composta por ela e um amigo, para apoiar o país. “Sou muito positiva para apoiar o Haiti”, diz a sempre sorridente Michelle.Segundo a estimativa dos próprios haitianos que conversaram com a reportagem, pelo menos 700 deles devem ir ao jogo desta segunda-feira e ouvir, talvez pela primeira vez, o hino de seu país soar em terras brasileiras.



Jean e Lecknal (à esq.) esperam jogo equilibrado

Jogo vai ser uma celebração
Manaus é uma das cidades brasileiras com maior número de refugiados haitianos no Brasil. A fim de celebrar a rara passagem da seleção de seu país pela cidade, centenas de imigrantes do país caribenho devem realizar uma passeata da Paróquia de São Geraldo, na Avenida Constantino Nery, até a Arena da Amazônia, às 15h da tarde, três horas antes do jogo entre a Seleção Olímpica Brasileira e o Haiti, nesta segunda-feira.
 
O organizador do evento, o barbeiro Pavelus Louinord, 33, chegou a conseguir um carro de som e a devida autorização da prefeitura para realizar o evento, que deverá contar com música haitiana ao vivo e para o qual se esperam um número de cerca de 700 pessoas. “Também é uma maneira da agradecer a hospitalidade do povo amazonense com a comunidade haitiana em Manaus”, disse Louinord.
Segundo ele, a ideia é reproduzir um evento semelhante ocorrido nos Estados Unidos por ocasião de um amistoso da seleção nacional do Haiti e, ao mesmo tempo, mudar a forma como os imigrantes são vistos em seu próprio país. “Lá no Haiti, as pessoas pensam que o haitiano vive de forma miserável. Mas haitiano que trabalha não fica miserável e queremos mudar essa imagem”, finaliza.