01/12/2015 12h52 - Atualizado em 01/12/2015 14h15
Haitiano fica paraplégico após levar tiro na frente de casa em Cuiabá
Elveus Chisner está no Brasil há quase 3 e trabalha em empresa de couro.
Segundo o primo, o estado de saúde dele é grave.
Elveus Chisner está internado no Pronto Socorro
de Cuiabá (Foto: Alcene Amado/ Arquivo pessoal)
O haitiano Elveus Chisner, de 38 anos, atingido com um disparo de arma de fogo há duas semanas no Bairro Nova Esperança, em Cuiabá, perdeu o movimento das pernas e de uma das mãos. Ele está internado no Pronto Socorro Municipal da cidade sem previsão de alta.de Cuiabá (Foto: Alcene Amado/ Arquivo pessoal)
Ele estava com um grupo de amigos, também haitianos, em frente à quitinete onde eles moram quando um motoqueiro passou efetuando disparos contra a residência e, depois, contra os estrangeiros, na noite do dia 22 de novembro.
Elveus havia sido liberado pelos médicos na segunda-feira (30) e estava se recuperando na Pastoral do Migrante, em Cuiabá. Ainda durante o período da manhã ele passou mal e teve que ser levado de volta ao Pronto Socorro.
De acordo com o primo da vítima, o também haitiano Alcene Amado, Elveus perdeu, de maneira irreversível, os movimentos da cintura para baixo. “Ele não está mexendo as pernas e recebemos a notícia de que ele nunca mais vai andar. Da barriga para baixo ele não sente mais nada”, contou.
Recebemos a notícia de que ele nunca mais vai andar"
Alcene Amado, primo da vítima
Alcene chegou ao Brasil junto com Elveus há quase três anos e ambos trabalham em uma empresa que confecciona materiais em couro. A perspectiva em relação ao futuro do parente preocupa Alcene.
“Não temos ninguém que possa começar a cuidar dele agora. Acabei o deixando no hospital porque trabalho e não posso ficar lá. Ele quase morreu depois do tiro. A bala ficou alojada na coluna e não dá para tirar”, explicou.
O delegado Simael Ferreira, da Polícia Civil, afirmou que as investigações sobre o atentado ainda estão em fase inicial. “Acabamos de instaurar o inquérito e ainda não temos nenhuma grande evidência”, apontou.
A polícia ainda não tem uma linha de investigação e o delegado acredita que "a vítima estava no local errado, na hora errada". Ele definiu o crime como “molecagem”.