O corpo de Morizame foi sepultado no Cemitério Municipal às 15h50m (Foto: Jeferson Freitas)
A agenda do Conselheiro da República do Haiti na cidade de Flores da Cunha, Jackson Bien Aimé, começou nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, dia 13, e culminou com o sepultamento de seu conterrâneo, Jean Wesly Morisemi, 28 anos, morto por um policial da Brigada Militar (BM) em Flores da Cunha, na última semana. O diplomata veio à Serra gaúcha em busca de esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte de Morisemi, a pedido da comunidade haitiana. Os conterrâneos teriam ficado apreensivos com as informações que receberam, pois Morisemi foi morto com um tiro na parte de trás da perna, segundo revelou laudo do Departamento Médico Legal (DML) de Caxias do Sul.
Acompanhado de assessorias jurídicas da Associação dos Imigrantes Haitianos em Caxias do Sul, o diplomata teve reunião com a titular da Delegacia de Polícia de Flores da Cunha, Aline Martinelli. Na sequência, ainda pela manhã, Aimé ouviu a administradora do Hospital Fátima, Andreia Vinhat. No inicio da tarde, houve um encontro com o comandante da BM de Flores da Cunha, Capitão Ângelo Ferraz e, na sequência, com o secretário de Desenvolvimento Social, Ricardo Espindola.
Após os encontros, Jackson Bien Aimé se reuniu na funerária CCR com familiares de Morisemi para a liberação do corpo, cerimônia religiosa e sepultamento. O corpo de Morizame foi sepultado no Cemitério Municipal às 15h50m.
Após cumprir toda a agenda, o conselheiro comentou que veio a Flores da Cunha para esclarecer a morte de Murisemi, e tranquilizar a comunidade haitiana. Ele ressalta que este caso é um fato isolado e que não abala nenhuma relação diplomática entre Brasil e Haiti. “Vim somente para coletar informações sobre a morte do Morisemi e para saber mais como vivem os haitianos na região”, afirmou Aimé.
Acompanhe a entrevista com o Conselheiro da República do Haiti no Brasil Jackson Bien Aimé.
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08/10/2015
17h12 - Atualizado em 08/10/2015 17h13
Após decepar dedo de
policial, haitiano é baleado e morre no RS
Segundo a polícia, Jean Wesly Moriseme se envolveu
várias ocorrências.
Polícia suspeita que imigrante tenha sofrido algum tipo de surto.
Polícia suspeita que imigrante tenha sofrido algum tipo de surto.
Daniel
Favero Do G1 RS
Um
haitiano foi morto a tiros por um policial após se envolver em uma série de
tumultos na tarde de quarta-feira (7) em Flores da Cunha, na serra gaúcha. A Brigada
Militar foi acionada pela primeira vez por volta das 15h30 e os incidentes se
repetiram até a noite. Na última abordagem, ele foi baleado depois de reagir
contra os policiais. Um PM teve parte do dedo decepado com uma mordida.
Jean
Wesly Moriseme, 28 anos, foi atingido com um tiro na perna, na região do
joelho, e morreu porque o disparo atingiu uma artéria, informou a delegada de
Flores da Cunha, Aline Martinelli.
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De acordo
com a delegada, tudo começou por volta das 15h30, quando Jean se envolveu
em uma briga com outros dois hatianos, no centro da cidade. Ele rasgou a
roupa dos colegas e começou a espalhar os pedaços pela rua. A Brigada
Militar foi acionada e o levou para a delegacia.
“No
caminho, ele começou a ficar transtornado, se batendo dentro da viatura, e
acabou danificando a porta com as pernas. Quando chegou aqui na delegacia, ele
foi autuado em flagrante por dano ao patrimônio. Eu arbitrei fiança, mas ele
não pagou”, disse a delegada.
Ainda na
delegacia, Jean teria ficado agitado e não conseguia se comunicar com ninguém.
“Ele não falava coisa com coisa, então acionei o Samu, porque estava com receio
de que ele pudesse de machucar”, explicou a delegada.
Jean foi
encaminhado ao Hospital Fátima, onde foi atendido e medicado. Nesse período, a
Justiça decretou sua liberdade provisória e ele foi liberado por volta das 21h.
Entretanto,
de acordo com a polícia, o haitiano teria continuado a demonstrar um
comportamento anormal, provocando uma série de perturbações pela cidade. “Ele
começou a jogar lixo nos veículos que passavam pela rua, e a Brigada Militar
foi novamente acionada, por volta das 23h”, relatou a delegada.
Nesta abordagem Jean teria reagido de forma agressiva. “Ele agrediu os policiais, decepou parte do dedo de um dos policiais, tentou pegar a arma de um deles, além de derrubar um dos policiais, que ao cair no chão efetuou o disparo contra a perna de Jean”, afirmou a delegada.
Ainda de acordo com a polícia, testemunhas ouvidas no inquérito confirmaram a versão dos policiais que participaram da última abordagem ao imigrante.
Nesta abordagem Jean teria reagido de forma agressiva. “Ele agrediu os policiais, decepou parte do dedo de um dos policiais, tentou pegar a arma de um deles, além de derrubar um dos policiais, que ao cair no chão efetuou o disparo contra a perna de Jean”, afirmou a delegada.
Ainda de acordo com a polícia, testemunhas ouvidas no inquérito confirmaram a versão dos policiais que participaram da última abordagem ao imigrante.
A polícia
solicitou a realização de exames toxicológicos e de teor alcoólico que possam
identificar o que teria provocado o comportamento violento de Jean, mas a
delegada suspeita de que ele possa ter sofrido algum tipo de surto psicológico.
“É
lamentável que uma coisa tenha acontecido. Os haitianos não costumam se
envolver em confusões, mas acredito que o policial não tinha a intenção de
matá-lo. Foi uma fatalidade”, finalizou a delegada.