domingo, 3 de janeiro de 2016

Notícia: 01-01-2016

01/01/2016 20h47 - Atualizado em 01/01/2016 20h53

Primeiro bebê a nascer em 2016, em Curitiba, tem pais haitianos refugiados

Menina nasceu no primeiro minuto desta sexta-feira (1º).
Ela se chama Thaïnouche, e a mãe quer que a criança cresça no Brasil.

Do G1 PR, com informações da RPC Curitiba

O primeiro bebê a nascer em 2016, em Curitiba, foi uma menina que tem pais haitianos. Eles são refugiados e vivem na capital paranaense há dois anos. A criança nasceu no primeiro minuto desta sexta-feira (1º).

Mariê Carline Noel, a mãe da menina, contou que não quis sair de casa na noite de quinta (31). "Estava sentanda vendo televisão e uma coisa fez um 'clup' em mim. Começou a fazer 'clup' e eu falei: 'Ai meu Deus, o que foi meu Deus'", contou. Entre 22h e 23h, a bolsa estourou, e o marido dela chamou a ambulância para levá-la ao hospital.
O bebê nasceu pesando 3,4 quilos e passa bem. A menina recebeu dos pais um nome haitiano: Thaïnouche. Mariê comemou o início de 2016: "Foi um feliz Ano Novo pra mim, tenho uma filha".
O pai da criança já trabalhou em supermercado e restaurante, mas, atualmente, está desempregado. Mariê é quem está sustentando o casal. Ela trabalhou como auxiliar de cozinha até duas semanas atrás.

Mariê já faz planos para a filha. Ela quer que a mais nova curitibana cresça na cidade onde nasceu. "Eu quero que minha neném cresça aqui, depois de grande, que ela vá à escola, depois que for à escola, que vá à universidade. O neném vai aprender aqui no Brasil", disse.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Notícia: Chapecó - SC

Aula pública no Campus Chapecó aborda imigração dos haitianos e a UFFS

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Toda a comunidade acadêmica está convidada a participar da Aula Pública do curso de Administração da UFFS – Campus Chapecó, com a temática “Os novos rostos da imigração no Brasil: os haitianos e a UFFS”. O evento, promovido pelo curso de Administração, Direção do Campus Chapecó e Grupo de Estudos sobre Imigrações para a Região Oeste de Santa Catarina (Geirosc), acontece na terça-feira (8), às 19h, no auditório do bloco A.
 
Para a professora que organizou a aula, Kelly Tosta, a universidade transforma o meio onde está inserida. “Não podemos, enquanto instituição, nos omitir ao movimento migratório que vem ocorrendo no mundo, no Brasil, na nossa cidade e dentro da própria Universidade. É uma questão de cidadania!”, aponta. Ela ressalta que muito do preconceito é oriundo da desinformação, e, por isso, é necessário expor os dados para fundamentar o debate. “Nosso objetivo é trazer aos alunos informações relevantes e abrir espaço para que através da discussão cada aluno seja capaz de construir sua opinião sobre o tema, com base em argumentos sólidos e fundamentados”, finaliza.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Informação: 01-12-2015

Haitianos graduados têm mais dificuldade para se empregar que outros imigrantes, diz FGV

  • 1 dezembro 2015
  • 4 comentários
Image copyright Conectas.org
Image caption Segundo estudo, haitianos com diploma têm mais dificuldades para conseguir emprego na área do que outros imigrantes
"O que eu ganho é para pagar aluguel e comer. Isso não é vida", conta Berhman Garçon, haitiano, de 36 anos, formado em jornalismo pela Université Polyvalente d'Haiti e mestrando em antropologia pela Unicamp.
Apesar dos cursos universitários, ele nunca conseguiu um emprego em sua área profissional no Brasil, desde de que se mudou para Campinas há cerca de cinco anos. Para sobreviver, conta que já trabalhou como garçom em restaurante e recepcionista em hotel. No momento, está desempregado, vivendo de bicos e de trabalhos esporádicos de edição de vídeo que realiza para clientes no exterior.
Ele conta que trabalhava como diretor de programação de TV no grupo Rádio Tele Megastar e que migrou para o Brasil após o terremoto de 2010, quando "a situação piorou muito" no Haiti e os pagamentos começaram a atrasar.
Leia também: Seis pontos polêmicos do discurso de Dilma em Paris – e as reações de ambientalistas
Sua história se repete com a grande maioria dos imigrantes haitianos que possuem formação de ensino superior, revela uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas à qual a BBC Brasil teve acesso com exclusividade.

A partir da análise dos dados oficiais do Ministério do Trabalho, os pesquisadores da FGV constataram que uma parcela muito pequena dos trabalhadores haitianos graduados tem um emprego compatível com sua qualificação no Brasil.

De acordo com os números mais recentes da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), havia 440 imigrantes haitianos com curso superior trabalhando com carteira assinada no Brasil em 2014. Desse total, apenas 15 (3,4%) exerciam funções que exigem diploma universitário.
A grande maioria dos haitianos graduados ocupava cargos que demandam apenas ensino fundamental (302) ou médio (58). Esses grupos representam juntos 82% dos haitianos com curso superior empregados no Brasil.

O restante tinha empregos de nível técnico (59) ou sem exigência de qualificação (5). Apenas um ocupava um emprego com requisito de pós-graduação.
Vale destacar que é possível encontrar 30.457 registros de haitianos com vínculos formais de trabalho na Rais, mas a grande maioria não tem formação universitária.
O levantamento da FGV, coordenado por Marco Aurélio Ruediger, foi feito a pedido do governo. Seu resultado será debatido na terça-feira em Brasília, com parte das discussões do seminário "Imigração como Vetor de Desenvolvimento do Brasil".
Image copyright Angela Peres Secom Acre
Image caption Haitianos que chegaram em grande número ao Acre em 2013 tiveram que se aglomerar em alojamentos e disputavam a marmita

Outras nacionalidades

A comparação dos dados dos imigrantes haitianos com os de outras nacionalidades mostra uma grande disparidade.
Segundo o levantamento da FGV, há quase 156 mil estrangeiros empregados com carteira assinada no país, sendo que 48.199 têm curso superior.
Do total de graduados, a grande maioria (71,7%) está de fato exercendo profissões que exigem o ensino superior, além de 9,8% ocuparem cargos de exigência técnica.
Uma pequena parcela das pessoas com ensino superior está em ocupações que, geralmente, exigem pós-graduação, ou em funções que não necessariamente demandam qualificação universitária, como ministrantes de cultos religiosos e profissionais relacionados às artes – essas categorias seguem a Classificação Brasileira de Ocupações.
Leia também: Operação encontra 11 pessoas em situação de trabalho escravo em obra olímpica
Image copyright Rafael Silva COHAB
Image caption Mesmo com diploma de faculdade ou até mestrado, haitianos acabam em subempregos por falta de oportunidades
Dessa forma, o estudo da FGV aponta que, de maneira geral, apenas 15,4% dos imigrantes com diploma universitário não trabalham em funções equivalentes a sua qualificação e estão empregadas em cargos que exigem apenas ensino fundamental ou médio.

Preconceito

Há cerca de cinco anos no Brasil, Berhman Garçon fala bem português e, embora não tenha conseguido revalidar seu diploma, diz que isso não tem sido seu principal obstáculo. Na sua vivência, ele identifica outros fatores que dificultam a obtenção de uma vaga no mercado jornalístico.
Image copyright Arquivo Pessoal
Image caption 'Falo inglês, francês, creole, espanhol, português. Mas primeiro tem o preconceito. Eu sou negro', disse Garçon
"Falo inglês, francês, creole, espanhol, português. Mas primeiro tem o preconceito. Eu sou negro. Então, se tem uma vaga, mesmo que eu tenha mais qualificação que os outros, eu não consigo", diz ele.
"Já mandei muitos currículos, já fui a empresas pedir emprego. Dizem que vão chamar se houver oportunidade, mas é papo furado", reclama.
Além disso, Garçon vê uma desconfiança das empresas brasileiras com os estrangeiros.
"Eles têm medo de lidar com os estrangeiros, receio de que ele não vai conseguir fazer (o trabalho). Como você vai saber se eu vou conseguir fazer, se não me dá oportunidade?", questiona.
Sem perspectivas reais de conseguir um emprego em sua área, Garçon está investindo R$ 250 num curso rápido de operador de empilhadeira.
"É a possibilidade de um plano B. Como eu não consegui um trabalho de jornalista, ter uma vaga para operar empilhadeira vai me ajudar a pagar meu aluguel até eu voltar para o Haiti. Quero voltar ano que vem", planeja.

Fluxo novo

O pesquisador Wagner Faria de Oliveira, da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV, identifica outros elementos que podem explicar essa diferença.
Ele nota que a imigração haitiana é mais recente que de outras nacionalidades, como pessoas que vêm dos países vizinhos da América do Sul e de nações europeias como Portugal, Espanha e Itália.
"Geralmente esses imigrantes que seguem fluxos mais antigos (de migração) conseguem se integrar melhor no mercado de trabalho, pois já possuem redes de apoio", explica.
"As pessoas costumam migrar por questões econômicas, em busca de melhores oportunidades, mas esse não é o único fator que conta. O fato de já existirem redes, comunidades de pessoas daquele país, torna o fluxo mais facilitado", acrescenta.
Além disso, diz Oliveira, mais um fator que dificulta a integração dos haitianos é a língua. Enquanto a maioria dos imigrantes que vêm para cá falam português ou espanhol, o haitiano fala creole (uma língua derivada do francês).
"É bem mais difícil para eles aprender o português", observa o pesquisador da FGV.

Revalidação de diploma

Outro problema que atrapalha a inserção dos imigrantes com curso superior é a dificuldade para conseguir revalidar diplomas estrangeiros no Brasil, já que não há regras unificadas no país - cada universidade tem autonomia para adotar seu procedimento, o que é garantido na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional.
Segundo Oliveira, o Ministério da Educação tem tentado acelerar esse processo por meio de resoluções do Conselho Nacional de Educação.
"Há um esforço de tentar resolver, mesmo mantendo a autonomia universitária. Uma das sugestões que se colocou foi você ter, por exemplo, uma lista de cursos de universidades que já foram aprovados e esse curso já passaria a ser validado automaticamente, caso seja feita uma requisição em outra universidade", diz.
"Hoje, mesmo se uma pessoa de um curso x de uma universidade y já tenha tido seu diploma validado, se outra pessoa do mesmo curso pedir a validação em outra universidade, vai começar um processo novo", explica.
Image copyright Cido Marques FCC
Image caption No Brasil, imigrantes do Haiti enfrentam mais obstáculos para conseguirem se integrar à sociedade que imigrantes vindos de outros lugares
Atualmente, o Congresso Nacional está debatendo um novo Estatuto do Estrangeiro para substituir a legislação de 1980. Embora a proposta em discussão traga regras que podem facilitar a entrada de estrangeiros, como a não exigência de um vínculo empregatício prévio para liberação de um visto de trabalho, a FGV aponta para a falta de debate sobre medidas específicas para atração de mão de obra qualificada para o país.
O presidente do Conselho Nacional de Imigração, Paulo Sérgio de Almeida, reconhece o problema. Ele diz que a discussão sobre facilitar a revalidação do diploma está engatinhando no Mercosul. E mesmo na União Europeia, onde isso está mais adiantado, ainda é um processo recente.
"Não é uma discussão fácil. O Brasil tem que avançar muito nesse assunto para que não ocorra o desperdício de talentos. Isso é uma perda gigantesca não só para ela como pessoa mas também para o país que a acolhe", disse à BBC Brasil.
"Isso não esta sendo enfrentado nesse novo debate da nova lei migratória", admitiu.
Leia também: Mariana: 'Debate não foi proporcional à escala do desastre', diz relator da ONU

Dia 01-12-2015

01/12/2015 12h52 - Atualizado em 01/12/2015 14h15

Haitiano fica paraplégico após levar tiro na frente de casa em Cuiabá

Elveus Chisner está no Brasil há quase 3 e trabalha em empresa de couro.
Segundo o primo, o estado de saúde dele é grave.

Do G1 MT
Elveus Chisner está internado no Pronto Socorro de Cuiabá (Foto: Alcene Amado/ Arquivo pessoal)Elveus Chisner está internado no Pronto Socorro
de Cuiabá (Foto: Alcene Amado/ Arquivo pessoal)
O haitiano Elveus Chisner, de 38 anos, atingido com um disparo de arma de fogo há duas semanas no Bairro Nova Esperança, em Cuiabá, perdeu o movimento das pernas e de uma das mãos. Ele está internado no Pronto Socorro Municipal da cidade sem previsão de alta.
Ele estava com um grupo de amigos, também haitianos, em frente à quitinete onde eles moram quando um motoqueiro passou efetuando disparos contra a residência e, depois, contra os estrangeiros, na noite do dia 22 de novembro.
Elveus havia sido liberado pelos médicos na segunda-feira (30) e estava se recuperando na Pastoral do Migrante, em Cuiabá. Ainda durante o período da manhã ele passou mal e teve que ser levado de volta ao Pronto Socorro.
De acordo com o primo da vítima, o também haitiano Alcene Amado, Elveus perdeu, de maneira irreversível, os movimentos da cintura para baixo. “Ele não está mexendo as pernas e recebemos a notícia de que ele nunca mais vai andar. Da barriga para baixo ele não sente mais nada”, contou.
Recebemos a notícia de que ele nunca mais vai andar"
Alcene Amado, primo da vítima
Elveus também não está movimentando um do braços. Ele está internado na sala vermelha e o estado de saúde dele “é muito grave e crítico”, relatou o primo.
Alcene chegou ao Brasil junto com Elveus há quase três anos e ambos trabalham em uma empresa que confecciona materiais em couro. A perspectiva em relação ao futuro do parente preocupa Alcene.
“Não temos ninguém que possa começar a cuidar dele agora. Acabei o deixando no hospital porque trabalho e não posso ficar lá. Ele quase morreu depois do tiro. A bala ficou alojada na coluna e não dá para tirar”, explicou.
O delegado Simael Ferreira, da Polícia Civil, afirmou que as investigações sobre o atentado ainda estão em fase inicial. “Acabamos de instaurar o inquérito e ainda não temos nenhuma grande evidência”, apontou.
A polícia ainda não tem uma linha de investigação e o delegado acredita que "a vítima estava no local errado, na hora errada". Ele definiu o crime como “molecagem”.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Noticia: 29-11-2015

Edição do dia 29/11/2015
 
29/11/2015 23h06 - Atualizado em 29/11/2015 23h44

Refugiados relatam casos de racismo, xenofobia e exploração no Brasil

Advogados dão assistência jurídica, de graça, aos estrangeiros que sofreram algum tipo de abuso. Refugiados são principalmente haitianos e africanos.

 

 





O Fantástico mostra um Brasil que discrimina refugiados, principalmente haitianos e africanos que fogem de guerras, fome e desastres naturais. Eles são hostilizados no trabalho. Muitos não conseguem empego e até passam fome. Na reportagem acima veja quatro casos. Em um deles, este preconceito chegou ao extremo.