quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pro Haiti

QUERIDAS IRMÃS,
AMIGOS E AMIGAS NA SOLIDARIEDADE AO POVO HAITIANO

Aqui estamos, desde fevereiro deste ano, em um projeto de serviço voluntário  pró Haiti, coordenado pelos Jesuítas da Amazônia. Uma experiência exigente e, ao mesmo tempo, muito gratificante

Somos uma equipe  que varia de sete a oito voluntários (as) permanentes, enriquecida com um grande número de outros que prestam serviços alguns dias por semana: professores de língua portuguesa, psicólogas, advogados.
Temos um posto de atendimento próximo ao local onde se concentram, todos os dias, muitos jovens, homens e mulheres, à espera de conseguir trabalho em Manaus ou em outros Estados do Brasil. É a palavra do Evangelho ao vivo: “estamos na praça porque ninguém nos contratou."

Eis o resumo do que temos feito, acreditando estar atendendo às principais e mais urgentes necessidades em vista da integração desses irmãos e irmãs que foram forçados a deixar seu país por falta de perspectivas de vida e de trabalho:
- Serviço de documentação em geral;
- Encaminhamentos junto à Polícia Federal para passaportes e aquisição do  
  direito de residência permanente;
- Assessoria jurídica;
- Acompanhamento das turmas para estudo da língua portugesa;
- Orientações para acesso ã rede de saúde pública de Manaus;
- Grupo de debate para jovens sobre a realidade do Brasil e do Haiti;
- Atendimento em Kreyol e em francês;
- Acompanhamento psicológico;
- Informações em geral.
As atividades são gratuitas e em parceria com a Pastoral do Migrante, Caritas, 
Igrejas, Secretaria da Educação, Organizações e pessoas voluntárias.
            Percebemos que nosso Projeto foi uma intervenção pontual na emergência da chegada de muitos grupos que vieram das fronteiras para cá. Agora já não entrarão mais ilegalmente e os serviços vão tomando um caráter de mais normalidade. Assim sendo, planejamos continuar como grupo organizado até o final de julho e, depois, os serviços continuarão em parceria com a Pastoral dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Manaus, também sob a coordenação dos Jesuítas.
            Agradecemos, sensibilizados a tantos grupos e pessoas que nos apoiaram formando esta corrente de solidariedade que ficará, para nós, como estímulo a estarmos atentos (as) aos apelos e desafios que nos vêm das fronteiras, ao grito de tantos migrantes que vão se integrando ao povo brasileiro.
Guadamos também a certeza de que existem gritos, apelos emergenciais, que dependem de disponibilidade imediata para serem ouvidos, para fazer presente o Reino de Justiça, de partilha e solidariedade, proposta de Jesus de Nazaré a quem se dispòe a segui-lo.
Com amizade, companheira de missão,       Julieta

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Equipe Pro Haiti e Conselheiro Consular do Haiti no Brasil

Notícias do Jornal Correio do Povo - Rio Grande do Sul

23/05/2012 13:09 - Atualizado em 23/05/2012 15:20

Situação dos haitianos no Estado é discutida em audiência pública

Ao menos 175 pessoas dessa nacionalidade vivem em território gaúcho

Uma audiência pública foi realizada na manhã desta quarta-feira na Assembleia Legislativa (AL) para discutir as condições em que vivem haitianos refugiados no Rio Grande do Sul. A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) apurou que pelo menos 175 pessoas dessa nacionalidade vivem no Estado e trabalham legalmente em Bento Gonçalves (16), Caxias do Sul (36), Gravataí (24), Marau (30), Porto Alegre (32), Sarandi (28) e Vale Real (6). No Brasil, o número passa de 5 mil. “Queremos acompanhar como está sendo feito o acolhimento a essas pessoas. Ainda não temos o número total de haitianos vivendo aqui”, explicou o presidente da CCDH, deputado Miki Breier (PSB).

A AL começou a investigar a vida dos haitianos no Rio Grande do Sul a partir de uma denúncia de suposto trabalho escravo em Osório, no Litoral Norte. “Não constatamos essas condições, mas vimos o não cumprimento das Leis Trabalhistas”, ressaltou o parlamentar, informando que os estrangeiros foram levados para Gravataí. “Eles precisam de condições de vida dignas”, salientou.

Durante a audiência, foram apresentadas as condições do Haiti após o terremoto em 2010, que devastou o país. Todas as informações reunidas no debate devem ser levadas à Confederação Parlamentar das Américas (Copa), que será realizada em junho, no Paraguai. Antes do evento, o tema também será discutido no Rio Grande do Norte.

Segundo a CCDH, cerca de 400 haitianos ingressam no Brasil por mês pelo estado do Acre. Lá eles recebem um visto humanitário, que permite a estada no país e também o trabalho. As empresas gaúchas que contrataram os estrangeiros estão dando suporte para essas pessoas, de acordo com Breier.

Uma das empresas é a Massas Romena, localizada em Gravataí, na região Metropolitana, onde trabalha o haitiano Jacksin Etienne. Ele está há quatro meses no Brasil, sendo três deles no Rio Grande do Sul. Agora ele atua na recepção de conterrâneos e também no setor administrativo da indústria. “Agradeço a receptividade dos brasileiros”, declarou. Ele disse que não havia condições de ficar no Haiti, mas que sente muita saudade dos familiares que permanecem lá. “Também enfrentamos outras dificuldades como a diferença da cultura e da comida”, destacou.

Participaram do encontro o representante do Comando Militar Sul, coronel da Cavalaria James da Cunha, o chefe do escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio Grande do Sul, embaixador Paulo Antônio Pereira Pinto, o superintendente regional do Trabalho e Emprego, Heron de Oliveira, a procuradora do Trabalho, Patrícia de Mello Sanfelice, o diretor Administrativo da Massas Romena, André Rosa, e o presidente do Sindicato da Indústria da Alimentação de Caxias do Sul, José Cesa Neto.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ACNUR EM MANAUS

Aulas de português ajudam a integrar refugiados no Brasil, diz Acnur

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Classes organizadas pela agência em Manaus acontecem três vezes por semana; refugiada colombiana fala sobre benefícios após conseguir trabalho.

Aula para refugiados (Crédito: Acnur/Isabela Mazão)
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, organiza aulas de português para facilitar a integração de cidadãos que agora vivem no Brasil.
As classes, em Manaus, ocorrem três vezes por semana e são organizadas em parceria com a rede Cáritas. Segundo a agência da ONU, as aulas tem uma didática específica para facilitar o ensino do idioma aos adultos.
Fator Cultural
Em entrevista à Rádio ONU, de Brasília, o representante do Acnur no país, Andrés Ramirez, destacou que falar português é fundamental para a inserção na cultura brasileira.
"A verdade é que é uma política nossa fundamental, para poder garantir que as pessoas possam se inserir no mercado de trabalho. Uma das dimensões fundamentais para entrar no processo de integração da sociedade brasileira é o tema da cultura. E um aspecto chave da cultura é o tema da língua. Nós temos feito questão de garantir que as pessoas possam ter aulas de português."
Oportunidades
Segundo Andrés Ramirez, atualmente vivem no Brasil refugiados de mais de 70 nacionalidades.
Angelica Lozano fugiu do conflito armado da Colômbia. Vivendo há pouco mais de um ano em Manaus, ela garante que aprender português mudou sua rotina.
"Realmente mudou muito, porque nós socializávamos, estávamos juntos. Eu saía das aulas e começava a falar com todo mundo. Foi uma ajuda muito grande, realmente, as aulas para nós. Fiquei muito mais confiante. A gente conseguir entender o que os outros nos falam é um processo. É um processo, mas graças a Deus, deu certo."
Após aprender português com a ajuda do Acnur, no fim do ano passado, Angélica Lozano conseguiu um emprego e atualmente trabalha na Cáritas Manaus.