Situação dos haitianos no Estado é discutida em audiência pública
Ao menos 175 pessoas dessa nacionalidade vivem em território gaúcho
Uma audiência pública foi realizada na manhã desta quarta-feira na Assembleia Legislativa (AL) para discutir as condições em que vivem haitianos refugiados no Rio Grande do Sul. A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) apurou que pelo menos 175 pessoas dessa nacionalidade vivem no Estado e trabalham legalmente em Bento Gonçalves (16), Caxias do Sul (36), Gravataí (24), Marau (30), Porto Alegre (32), Sarandi (28) e Vale Real (6). No Brasil, o número passa de 5 mil. “Queremos acompanhar como está sendo feito o acolhimento a essas pessoas. Ainda não temos o número total de haitianos vivendo aqui”, explicou o presidente da CCDH, deputado Miki Breier (PSB).
A AL começou a investigar a vida dos haitianos no Rio Grande do Sul a partir de uma denúncia de suposto trabalho escravo em Osório, no Litoral Norte. “Não constatamos essas condições, mas vimos o não cumprimento das Leis Trabalhistas”, ressaltou o parlamentar, informando que os estrangeiros foram levados para Gravataí. “Eles precisam de condições de vida dignas”, salientou. Durante a audiência, foram apresentadas as condições do Haiti após o terremoto em 2010, que devastou o país. Todas as informações reunidas no debate devem ser levadas à Confederação Parlamentar das Américas (Copa), que será realizada em junho, no Paraguai. Antes do evento, o tema também será discutido no Rio Grande do Norte. Segundo a CCDH, cerca de 400 haitianos ingressam no Brasil por mês pelo estado do Acre. Lá eles recebem um visto humanitário, que permite a estada no país e também o trabalho. As empresas gaúchas que contrataram os estrangeiros estão dando suporte para essas pessoas, de acordo com Breier. Uma das empresas é a Massas Romena, localizada em Gravataí, na região Metropolitana, onde trabalha o haitiano Jacksin Etienne. Ele está há quatro meses no Brasil, sendo três deles no Rio Grande do Sul. Agora ele atua na recepção de conterrâneos e também no setor administrativo da indústria. “Agradeço a receptividade dos brasileiros”, declarou. Ele disse que não havia condições de ficar no Haiti, mas que sente muita saudade dos familiares que permanecem lá. “Também enfrentamos outras dificuldades como a diferença da cultura e da comida”, destacou. Participaram do encontro o representante do Comando Militar Sul, coronel da Cavalaria James da Cunha, o chefe do escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio Grande do Sul, embaixador Paulo Antônio Pereira Pinto, o superintendente regional do Trabalho e Emprego, Heron de Oliveira, a procuradora do Trabalho, Patrícia de Mello Sanfelice, o diretor Administrativo da Massas Romena, André Rosa, e o presidente do Sindicato da Indústria da Alimentação de Caxias do Sul, José Cesa Neto. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário