Haitianos em Brasileia serão transferidos para novo espaço até a próxima segunda-feira
14 de novembro de 2012 | Filled under Destaques, Newsletter, Notícias |
Com aluguel atrasado e ordem de despejo decretada, os haitianos que ainda dependem de vistos da Polícia Federal para regularizarem a situação no país vão se mudar para um clube abandonado até segunda-feira (19). Atualmente eles estão alojados em uma casa particular e se espalham pelos cinco quartos, varanda e um galpão nos fundos do terreno, no bairro Ferreira da Silva.
O Esporte Clube Brasileia, para onde serão levados, tem cerca de mil metros quadrados de área coberta, sem paredes laterais. Na verdade, é um galpão aberto. Ontem (13), o representante do governo do estado, Damião Borges, levará alguns haitianos para fazer a primeira limpeza do lugar.
No início da manhã, a Agência Brasil esteve no local. O mato alto cobre os 5 mil metros quadrados de terreno. O clube está em condições precárias, com as paredes rachadas, algumas sem reboco, lixo – garrafas, folhas, pneus, papel – jogado no chão e o piso quebrado.
Os quatro banheiros, dois coletivos e dois com vasos sanitários quebrados, não dispõem de chuveiros nem de pias. A ampla cozinha só dispõe de uma pequena bancada com pia, sem torneira.
Em outro cômodo interligado com a cozinha a situação é a mesma de todos os demais: muito lixo e sujeira. O desafio do representante do governo do estado na cidade, Damião Borges, é tornar o lugar habitável em cinco dias.
“Não tem mais jeito de ficar aqui [no atual alojamento], tenho até segunda-feira para mudá-los daqui. É o que temos”, disse Damião à Agência Brasil. O funcionário do governo do Acre destacou que ainda nesta semana o fornecimento de água e luz, cortado por atraso nas contas, será restabelecido.
Borges reconheceu que, pelo prazo de que dispõe para mudar os haitianos, as reformas serão “básicas”. Ele disse que o piso e as paredes receberão uma camada de cimento, os banheiros serão consertados e, para garantir o abastecimento de água, serão instaladas cinco caixas d’água de 2 mil litros cada.
Nesse período de pouca chuva é comum o racionamento de água no local. Borges ressaltou que o antigo clube era uma empresa composta por 100 pessoas que desativaram o local.
De acordo com o servidor, o governo estadual comprou o local, assumiu as dívidas e depositou R$ 380 mil para os atuais proprietários. Estes, por sua vez, questionaram o valor e pedem R$ 700 mil pelo terreno e o clube. A demanda está na Justiça.
Na expectativa de uma nova chegada de haitianos ilegais a Brasileia, a reportagem permaneceu durante parte da madrugada em frente ao atual alojamento e constatou a desenvoltura com que os imigrantes ilegais transitam no bairro.
Sem energia na casa, eles permaneceram até a madrugada nas calçadas bebendo cerveja e refrigerantes. Integrados à comunidade local, os haitianos não causam qualquer problema, segundo relatos de moradores.
A pedido de um dos imigrantes, o vizinho Jamisclei Ferreira Campelo, de 33 anos, comprou um celular, aparelho de uso comum deles. Como não tem a entrada no país legalizada, eles estão impossibilitados de ter aparelhos de telefonia móvel e outros eletrodomésticos, mesmo dispondo do dinheiro para a compra.
“Eles são tranquilos, não incomodam ninguém. Nós temos dó deles porque não têm nada”, frisou Filomena Maria Cesar, 66 anos, também moradora do bairro Ferreira da Silva.
Por: Marcos Chagas Enviado
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
O Esporte Clube Brasileia, para onde serão levados, tem cerca de mil metros quadrados de área coberta, sem paredes laterais. Na verdade, é um galpão aberto. Ontem (13), o representante do governo do estado, Damião Borges, levará alguns haitianos para fazer a primeira limpeza do lugar.
No início da manhã, a Agência Brasil esteve no local. O mato alto cobre os 5 mil metros quadrados de terreno. O clube está em condições precárias, com as paredes rachadas, algumas sem reboco, lixo – garrafas, folhas, pneus, papel – jogado no chão e o piso quebrado.
Os quatro banheiros, dois coletivos e dois com vasos sanitários quebrados, não dispõem de chuveiros nem de pias. A ampla cozinha só dispõe de uma pequena bancada com pia, sem torneira.
Em outro cômodo interligado com a cozinha a situação é a mesma de todos os demais: muito lixo e sujeira. O desafio do representante do governo do estado na cidade, Damião Borges, é tornar o lugar habitável em cinco dias.
“Não tem mais jeito de ficar aqui [no atual alojamento], tenho até segunda-feira para mudá-los daqui. É o que temos”, disse Damião à Agência Brasil. O funcionário do governo do Acre destacou que ainda nesta semana o fornecimento de água e luz, cortado por atraso nas contas, será restabelecido.
Borges reconheceu que, pelo prazo de que dispõe para mudar os haitianos, as reformas serão “básicas”. Ele disse que o piso e as paredes receberão uma camada de cimento, os banheiros serão consertados e, para garantir o abastecimento de água, serão instaladas cinco caixas d’água de 2 mil litros cada.
Nesse período de pouca chuva é comum o racionamento de água no local. Borges ressaltou que o antigo clube era uma empresa composta por 100 pessoas que desativaram o local.
De acordo com o servidor, o governo estadual comprou o local, assumiu as dívidas e depositou R$ 380 mil para os atuais proprietários. Estes, por sua vez, questionaram o valor e pedem R$ 700 mil pelo terreno e o clube. A demanda está na Justiça.
Na expectativa de uma nova chegada de haitianos ilegais a Brasileia, a reportagem permaneceu durante parte da madrugada em frente ao atual alojamento e constatou a desenvoltura com que os imigrantes ilegais transitam no bairro.
Sem energia na casa, eles permaneceram até a madrugada nas calçadas bebendo cerveja e refrigerantes. Integrados à comunidade local, os haitianos não causam qualquer problema, segundo relatos de moradores.
A pedido de um dos imigrantes, o vizinho Jamisclei Ferreira Campelo, de 33 anos, comprou um celular, aparelho de uso comum deles. Como não tem a entrada no país legalizada, eles estão impossibilitados de ter aparelhos de telefonia móvel e outros eletrodomésticos, mesmo dispondo do dinheiro para a compra.
“Eles são tranquilos, não incomodam ninguém. Nós temos dó deles porque não têm nada”, frisou Filomena Maria Cesar, 66 anos, também moradora do bairro Ferreira da Silva.
Por: Marcos Chagas Enviado
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa