Haitianos no Brasil. O SERVIÇO VOLUNTÁRIO PRÓ HAITI foi um projeto desenvolvido pelos jesuítas do Brasil na cidade de Manaus em 2011, 2012, 2013. Atualmente, permanece o blog para consultas, informações e contatos. O Haiti foi devastado em 2010 por um terremoto que vitimou muitas pessoas. "Não há maior dor no mundo que a perda de sua terra Natal" (Eurípedes, 431 a.C.) É muito importante promover e proporcionar trabalho aos haitianos. A SUA ATITUDE FAZ A DIFERENÇA!
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
sábado, 17 de novembro de 2012
Informação (15-11-2012)
Padre haitiano diz que tráfico de pessoas sustenta imigração ilegal para o Brasil
15 de novembro de 2012 - 12:26:32Enviado Especial da Agência Brasil
Rio Branco – A imigração ilegal de haitianos para o Brasil pode ser caracterizada hoje como tráfico de pessoas. A avaliação é do padre haitiano Onac Axenat estabelecido no Acre, estado que há dois anos mais recebe imigrantes sem visto.
O missionário da Sociedade dos Sacerdotes de São Tiago (SSST), da Igreja Católica, disse à Agência Brasil que os haitianos gastam até US$ 4 mil, por pessoa, para se submeter a uma “rede de tráfico” composta por vários coiotes que atuam em seu país.
“Alguns [dos imigrantes] venderam tudo no Haiti. A promessa era de que receberiam salários no Brasil entre US$ 1 mil e US$ 2 mil”.
Axenat chegou ao país em 2010, pouco depois do terremoto que atingiu a capital haitiana, Porto Príncipe, e tem atuado no apoio psicológico aos imigrantes ilegais. Para ele, como compatriota e sacerdote é mais fácil fazer com que essas pessoas contem o que passaram e como chegaram ao Brasil.
Um fato que chamou a atenção do missionário foi a mudança de postura dos haitianos que se submeteram às viagens promovidas pelos coiotes. Ele disse que os primeiros a chegar, em 2010, eram mais “abertos e alegres”. Aos poucos eles foram se fechando e nem a ele contam o porquê da alteração de comportamento.
Onac Axenat disse que a última vez em que esteve em Brasileia (AC), cidade fronteiriça com a Bolívia, a única coisa que conseguiu ouvir dos haitianos é que tinham medo. “Padre, eu não posso falar nada ainda. Eu sofro” relatou um deles, segundo o padre.
Notícia (15-11-2012)
15/11/2012 13:26 - Atualizado em 15/11/2012 13:26
Tráfico de haitianos sustenta imigração ilegal para o Brasil
Rio Branco – A imigração ilegal de haitianos para o Brasil pode ser caracterizada hoje como tráfico de pessoas. A avaliação é do padre haitiano Onac Axenat estabelecido no Acre, estado que há dois anos mais recebe imigrantes sem visto.
O missionário da Sociedade dos Sacerdotes de São Tiago (SSST), disse à Agência Brasil que os haitianos gastam até US$ 4 mil, por pessoa, para se submeter a uma “rede de tráfico” composta por vários coiotes que atuam em seu país.
“Alguns (dos imigrantes) venderam tudo no Haiti. A promessa era de que receberiam salários no Brasil entre US$ 1 mil e US$ 2 mil”. Axenat chegou ao país em 2010, pouco depois do terremoto que atingiu a capital haitiana, Porto Príncipe, e tem atuado no apoio psicológico aos imigrantes ilegais. Para ele, como compatriota e sacerdote é mais fácil fazer com que essas pessoas contem o que passaram e como chegaram ao Brasil.
Um fato que chamou a atenção do missionário foi a mudança de postura dos haitianos que se submeteram às viagens promovidas pelos coiotes. Ele disse que os primeiros a chegar, em 2010, eram mais “abertos e alegres”. Aos poucos eles foram se fechando e nem a ele contam o porquê da alteração de comportamento.
Onac Axenat disse que a última vez em que esteve em Brasileia (AC), cidade fronteiriça com a Bolívia, a única coisa que conseguiu ouvir dos haitianos é que tinham medo. “Padre, eu não posso falar nada ainda. Eu sofro” relatou um deles, segundo o padre.
Ele admitiu que os imigrantes que entram pela Bolívia são vulneráveis ao narcotráfico. O sacerdote ressaltou, entretanto, que “não se pode fazer qualquer colocação negativa [sobre eles] porque não se sabe o que está acontecendo”.
Para conseguir conquistar a confiança dos imigrantes que chegaram mais recentemente, Axenat disse que precisou ser enfático com eles, e lembrar-lhes sua condição de haitiano também, o que ajudou na abertura do diálogo.
Com os olhos marejados, o missionário destacou que apesar do acolhimento do Brasil aos haitianos, em especial dos acrianos, vê com tristeza essa imigração crescente. “O Brasil acolheu muito bem o meu povo, mas o que estou esperando é que se corte esse tráfico de pessoas”.
Onac Axenat destacou que alguns dos imigrantes têm boa escolaridade inclusive com formação profissional. Para ele, depois da devastação causada pelo terremoto, seu país precisa dessa força de trabalho.
“Tudo está concentrado em Porto Príncipe, tudo é centralizado na capital e o terremoto nos paralisou. O emprego não é fácil, mas há o que fazer. O Haiti é o meu país e está no meu coração, temos que pensar no futuro e esse futuro é estar no país e fazê-lo crescer”, desabafou o pároco.
Axenat frisou que os US$ 4 mil pagos por pessoa aos coiotes podem ser usados para se abrir um negócio no Haiti, especialmente no comércio. “Isso [a imigração ilegal e a situação dos haitianos] me faz mal”, admitiu o padre.
O missionário da Sociedade dos Sacerdotes de São Tiago (SSST), disse à Agência Brasil que os haitianos gastam até US$ 4 mil, por pessoa, para se submeter a uma “rede de tráfico” composta por vários coiotes que atuam em seu país.
“Alguns (dos imigrantes) venderam tudo no Haiti. A promessa era de que receberiam salários no Brasil entre US$ 1 mil e US$ 2 mil”. Axenat chegou ao país em 2010, pouco depois do terremoto que atingiu a capital haitiana, Porto Príncipe, e tem atuado no apoio psicológico aos imigrantes ilegais. Para ele, como compatriota e sacerdote é mais fácil fazer com que essas pessoas contem o que passaram e como chegaram ao Brasil.
Um fato que chamou a atenção do missionário foi a mudança de postura dos haitianos que se submeteram às viagens promovidas pelos coiotes. Ele disse que os primeiros a chegar, em 2010, eram mais “abertos e alegres”. Aos poucos eles foram se fechando e nem a ele contam o porquê da alteração de comportamento.
Onac Axenat disse que a última vez em que esteve em Brasileia (AC), cidade fronteiriça com a Bolívia, a única coisa que conseguiu ouvir dos haitianos é que tinham medo. “Padre, eu não posso falar nada ainda. Eu sofro” relatou um deles, segundo o padre.
Ele admitiu que os imigrantes que entram pela Bolívia são vulneráveis ao narcotráfico. O sacerdote ressaltou, entretanto, que “não se pode fazer qualquer colocação negativa [sobre eles] porque não se sabe o que está acontecendo”.
Para conseguir conquistar a confiança dos imigrantes que chegaram mais recentemente, Axenat disse que precisou ser enfático com eles, e lembrar-lhes sua condição de haitiano também, o que ajudou na abertura do diálogo.
Com os olhos marejados, o missionário destacou que apesar do acolhimento do Brasil aos haitianos, em especial dos acrianos, vê com tristeza essa imigração crescente. “O Brasil acolheu muito bem o meu povo, mas o que estou esperando é que se corte esse tráfico de pessoas”.
Onac Axenat destacou que alguns dos imigrantes têm boa escolaridade inclusive com formação profissional. Para ele, depois da devastação causada pelo terremoto, seu país precisa dessa força de trabalho.
“Tudo está concentrado em Porto Príncipe, tudo é centralizado na capital e o terremoto nos paralisou. O emprego não é fácil, mas há o que fazer. O Haiti é o meu país e está no meu coração, temos que pensar no futuro e esse futuro é estar no país e fazê-lo crescer”, desabafou o pároco.
Axenat frisou que os US$ 4 mil pagos por pessoa aos coiotes podem ser usados para se abrir um negócio no Haiti, especialmente no comércio. “Isso [a imigração ilegal e a situação dos haitianos] me faz mal”, admitiu o padre.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Brasileia - Acre - Brasil (14-11-2012)
Haitianos em Brasileia serão transferidos para novo espaço até a próxima segunda-feira
14 de novembro de 2012 | Filled under Destaques, Newsletter, Notícias |
Com aluguel atrasado e ordem de despejo decretada, os haitianos que ainda dependem de vistos da Polícia Federal para regularizarem a situação no país vão se mudar para um clube abandonado até segunda-feira (19). Atualmente eles estão alojados em uma casa particular e se espalham pelos cinco quartos, varanda e um galpão nos fundos do terreno, no bairro Ferreira da Silva.
O Esporte Clube Brasileia, para onde serão levados, tem cerca de mil metros quadrados de área coberta, sem paredes laterais. Na verdade, é um galpão aberto. Ontem (13), o representante do governo do estado, Damião Borges, levará alguns haitianos para fazer a primeira limpeza do lugar.
No início da manhã, a Agência Brasil esteve no local. O mato alto cobre os 5 mil metros quadrados de terreno. O clube está em condições precárias, com as paredes rachadas, algumas sem reboco, lixo – garrafas, folhas, pneus, papel – jogado no chão e o piso quebrado.
Os quatro banheiros, dois coletivos e dois com vasos sanitários quebrados, não dispõem de chuveiros nem de pias. A ampla cozinha só dispõe de uma pequena bancada com pia, sem torneira.
Em outro cômodo interligado com a cozinha a situação é a mesma de todos os demais: muito lixo e sujeira. O desafio do representante do governo do estado na cidade, Damião Borges, é tornar o lugar habitável em cinco dias.
“Não tem mais jeito de ficar aqui [no atual alojamento], tenho até segunda-feira para mudá-los daqui. É o que temos”, disse Damião à Agência Brasil. O funcionário do governo do Acre destacou que ainda nesta semana o fornecimento de água e luz, cortado por atraso nas contas, será restabelecido.
Borges reconheceu que, pelo prazo de que dispõe para mudar os haitianos, as reformas serão “básicas”. Ele disse que o piso e as paredes receberão uma camada de cimento, os banheiros serão consertados e, para garantir o abastecimento de água, serão instaladas cinco caixas d’água de 2 mil litros cada.
Nesse período de pouca chuva é comum o racionamento de água no local. Borges ressaltou que o antigo clube era uma empresa composta por 100 pessoas que desativaram o local.
De acordo com o servidor, o governo estadual comprou o local, assumiu as dívidas e depositou R$ 380 mil para os atuais proprietários. Estes, por sua vez, questionaram o valor e pedem R$ 700 mil pelo terreno e o clube. A demanda está na Justiça.
Na expectativa de uma nova chegada de haitianos ilegais a Brasileia, a reportagem permaneceu durante parte da madrugada em frente ao atual alojamento e constatou a desenvoltura com que os imigrantes ilegais transitam no bairro.
Sem energia na casa, eles permaneceram até a madrugada nas calçadas bebendo cerveja e refrigerantes. Integrados à comunidade local, os haitianos não causam qualquer problema, segundo relatos de moradores.
A pedido de um dos imigrantes, o vizinho Jamisclei Ferreira Campelo, de 33 anos, comprou um celular, aparelho de uso comum deles. Como não tem a entrada no país legalizada, eles estão impossibilitados de ter aparelhos de telefonia móvel e outros eletrodomésticos, mesmo dispondo do dinheiro para a compra.
“Eles são tranquilos, não incomodam ninguém. Nós temos dó deles porque não têm nada”, frisou Filomena Maria Cesar, 66 anos, também moradora do bairro Ferreira da Silva.
Por: Marcos Chagas Enviado
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
O Esporte Clube Brasileia, para onde serão levados, tem cerca de mil metros quadrados de área coberta, sem paredes laterais. Na verdade, é um galpão aberto. Ontem (13), o representante do governo do estado, Damião Borges, levará alguns haitianos para fazer a primeira limpeza do lugar.
No início da manhã, a Agência Brasil esteve no local. O mato alto cobre os 5 mil metros quadrados de terreno. O clube está em condições precárias, com as paredes rachadas, algumas sem reboco, lixo – garrafas, folhas, pneus, papel – jogado no chão e o piso quebrado.
Os quatro banheiros, dois coletivos e dois com vasos sanitários quebrados, não dispõem de chuveiros nem de pias. A ampla cozinha só dispõe de uma pequena bancada com pia, sem torneira.
Em outro cômodo interligado com a cozinha a situação é a mesma de todos os demais: muito lixo e sujeira. O desafio do representante do governo do estado na cidade, Damião Borges, é tornar o lugar habitável em cinco dias.
“Não tem mais jeito de ficar aqui [no atual alojamento], tenho até segunda-feira para mudá-los daqui. É o que temos”, disse Damião à Agência Brasil. O funcionário do governo do Acre destacou que ainda nesta semana o fornecimento de água e luz, cortado por atraso nas contas, será restabelecido.
Borges reconheceu que, pelo prazo de que dispõe para mudar os haitianos, as reformas serão “básicas”. Ele disse que o piso e as paredes receberão uma camada de cimento, os banheiros serão consertados e, para garantir o abastecimento de água, serão instaladas cinco caixas d’água de 2 mil litros cada.
Nesse período de pouca chuva é comum o racionamento de água no local. Borges ressaltou que o antigo clube era uma empresa composta por 100 pessoas que desativaram o local.
De acordo com o servidor, o governo estadual comprou o local, assumiu as dívidas e depositou R$ 380 mil para os atuais proprietários. Estes, por sua vez, questionaram o valor e pedem R$ 700 mil pelo terreno e o clube. A demanda está na Justiça.
Na expectativa de uma nova chegada de haitianos ilegais a Brasileia, a reportagem permaneceu durante parte da madrugada em frente ao atual alojamento e constatou a desenvoltura com que os imigrantes ilegais transitam no bairro.
Sem energia na casa, eles permaneceram até a madrugada nas calçadas bebendo cerveja e refrigerantes. Integrados à comunidade local, os haitianos não causam qualquer problema, segundo relatos de moradores.
A pedido de um dos imigrantes, o vizinho Jamisclei Ferreira Campelo, de 33 anos, comprou um celular, aparelho de uso comum deles. Como não tem a entrada no país legalizada, eles estão impossibilitados de ter aparelhos de telefonia móvel e outros eletrodomésticos, mesmo dispondo do dinheiro para a compra.
“Eles são tranquilos, não incomodam ninguém. Nós temos dó deles porque não têm nada”, frisou Filomena Maria Cesar, 66 anos, também moradora do bairro Ferreira da Silva.
Por: Marcos Chagas Enviado
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
Haitianos em Acre = 14-11-2012
Haitianos ilegais no país têm “líder” para conversar com imprensa
14 de novembro de 2012 | Filled under Newsletter, Notícias |
Os imigrantes ilegais haitianos que aguardam a concessão de visto provisório da Polícia Federal para trabalhar no país não têm a mesma postura dos que chegaram antes ao Brasil. Mais organizados, os imigrantes que estão agora na cidade escolheram um “chefe” que fala por todos.
Para evitar a reportagem da Agência Brasil, eles argumentaram que não falavam espanhol ou português. Os poucos que tentaram conversar foram repreendidos pelos demais: “Você não pode falar nem seu nome”, disse um haitiano quando o jovem Alexis identificou-se para o repórter.
Volny Vilencia, apresentou-se como o “líder” dos mais de 200 haitianos que estão alojados provisoriamente em uma casa alugada pelo governo estadual. Segundo ele, desse total apenas 42 já têm visto para trabalhar no Brasil.
Hoje, metade do grupo viajou de ônibus para a capital, Rio Branco, às 6h30. De lá, eles seguem amanhã para Belo Horizonte, para trabalhar em uma empresa da capital mineira.
Volny disse que na segunda-feira (19) a outra metade deixará Brasileia. A informação foi confirmada pelo representante do governo do Acre na cidade, Damião Borges.
Pelo menos duas vezes, a Agência Brasil constatou que além de filtrar as informações que repassava, o haitiano mentiu. Ele disse que não havia mais grávidas no grupo.
Uma haitiana já em fim de gestação, que tinha deixado a casa havia poucos minutos, foi abordada e, sem querer falar mostrou discretamente com os dedos a existência de seis grávidas no abrigo, informação também confirmada por Damião Borges.
Segundo Damião, quatro dessas mulheres que não têm marido seguirão para Porto Velho, capital de Rondônia, onde existe uma casa de abrigo para haitianos. Ao ser confrontado novamente pela informação dada Volny Vilencia confirmou a presença das grávidas.
Ele também disse que há duas semanas não chegam novos grupos em Brasileia. Damião Borges deu outra informação. Segundo ele, a imigração ilegal para a cidade é permanente e um grupo de seis pessoas entrou por Cobija, na Bolívia, no domingo (11).
Por: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
Para evitar a reportagem da Agência Brasil, eles argumentaram que não falavam espanhol ou português. Os poucos que tentaram conversar foram repreendidos pelos demais: “Você não pode falar nem seu nome”, disse um haitiano quando o jovem Alexis identificou-se para o repórter.
Volny Vilencia, apresentou-se como o “líder” dos mais de 200 haitianos que estão alojados provisoriamente em uma casa alugada pelo governo estadual. Segundo ele, desse total apenas 42 já têm visto para trabalhar no Brasil.
Hoje, metade do grupo viajou de ônibus para a capital, Rio Branco, às 6h30. De lá, eles seguem amanhã para Belo Horizonte, para trabalhar em uma empresa da capital mineira.
Volny disse que na segunda-feira (19) a outra metade deixará Brasileia. A informação foi confirmada pelo representante do governo do Acre na cidade, Damião Borges.
Pelo menos duas vezes, a Agência Brasil constatou que além de filtrar as informações que repassava, o haitiano mentiu. Ele disse que não havia mais grávidas no grupo.
Uma haitiana já em fim de gestação, que tinha deixado a casa havia poucos minutos, foi abordada e, sem querer falar mostrou discretamente com os dedos a existência de seis grávidas no abrigo, informação também confirmada por Damião Borges.
Segundo Damião, quatro dessas mulheres que não têm marido seguirão para Porto Velho, capital de Rondônia, onde existe uma casa de abrigo para haitianos. Ao ser confrontado novamente pela informação dada Volny Vilencia confirmou a presença das grávidas.
Ele também disse que há duas semanas não chegam novos grupos em Brasileia. Damião Borges deu outra informação. Segundo ele, a imigração ilegal para a cidade é permanente e um grupo de seis pessoas entrou por Cobija, na Bolívia, no domingo (11).
Por: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
Notícia 13-11-2012
Governo do Acre está atento para evitar exploração ilegal de mão de obra haitiana
13 de novembro de 2012 | Filled under Newsletter, Notícias |
O governo do Acre está atento para a possível exploração de trabalho análogo à escravidão ou degradante dos haitianos que imigram ilegalmente para o Brasil. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do estado, Nilson Mourão, disse que recentemente recebeu denúncia de ações ilegais praticadas contra haitianos por empresários gaúchos que estiveram em Brasileia, no Acre, para contratá-los.
Segundo ele, a denúncia partiu da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Mourão disse que, pelas informações da comissão, esses empresários estão retendo os vistos de legalização concedidos pela Polícia Federal e não pagam o salário de R$ 800 combinado quando contrataram os haitianos em Brasileia.
O secretário preferiu não dar nomes e acrescentou que permanentemente tem enviado funcionários da secretaria para verificar a situação dos imigrantes já contratados para trabalhar em diversos estados do país.
Praticamente toda semana, empresários vão a Brasileia em busca de trabalhadores haitianos que tenham a situação legalizada. O governo do Acre tem se preocupado especialmente com os imigrantes que são levados para usinas, onde o esquema de funcionamento é diferente.
“As usinas funcionam em um esquema parecido com os da Petrobras, em que o trabalhador passa 15 dias nas plataformas e descansa 15 dias [em terra firme]. Esses trabalhadores, enquanto estão nas usinas, permanecem em galpões e muitas vezes vão para lugares de difícil acesso”, relatou o secretário.
Mourão ressaltou que a situação desses haitianos é a mesma a que são submetidos trabalhadores brasileiros. O secretário destacou, entretanto, que os empresários quando vão a Brasileia deixam claro aos imigrantes que serão contratados, quanto ganharão, detalham o trabalho a ser feito e para onde irão.
Representantes das empresas ouvidos pela Agência Brasil relataram alguns casos de trabalhadores haitianos que não quiseram honrar o acordado. A reclamação mais comum é pagamento de baixo salário para a qualificação profissional. Alguns dos contratados em Brasileia são médicos, dentistas, contadores e engenheiros.
A empresa Albuquerque Engenharia, de Rio Branco, conviveu com esses problemas. No início do ano, a incorporadora contratou 30 imigrantes haitianos para trabalhar na obra de 34 prédios construídos com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
A responsável pelo setor de Recursos Humanos da empresa, Gabriela Brandão de Souza, disse que parte dos contratados argumentou que não faria o trabalho, por ter qualificação maior do que a exigida pelas funções. Ela esclareceu, no entanto, que esses foram casos especiais de haitianos que descobriram oportunidade de trabalhar em São Paulo com salário superior aos R$ 800 oferecidos pela empresa acriana.
“Eles aprenderam essas manhas com os próprios operários daqui [Rio Branco]. Para receber os recursos da rescisão contratual faltavam ao serviço, chegavam atrasados e diziam que não iriam fazer o serviço”, destacou.
Gabriela disse que, fora isso, não teve qualquer problema com aqueles trabalhadores, pelo contrário, “os haitianos trabalhavam por dois brasileiros”. Para enviar às suas famílias o máximo de recurso possível, os imigrantes faziam o limite das horas extras permitidas por lei.
Para ela, o fato de deixarem o serviço no Acre para tentar a vida em São Paulo faz parte de qualquer relação trabalhista. “Eles queriam crescer, evoluir. Entre eles, tínhamos no canteiro de obras engenheiros, contadores e advogados”.
Por: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
Segundo ele, a denúncia partiu da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Mourão disse que, pelas informações da comissão, esses empresários estão retendo os vistos de legalização concedidos pela Polícia Federal e não pagam o salário de R$ 800 combinado quando contrataram os haitianos em Brasileia.
O secretário preferiu não dar nomes e acrescentou que permanentemente tem enviado funcionários da secretaria para verificar a situação dos imigrantes já contratados para trabalhar em diversos estados do país.
Praticamente toda semana, empresários vão a Brasileia em busca de trabalhadores haitianos que tenham a situação legalizada. O governo do Acre tem se preocupado especialmente com os imigrantes que são levados para usinas, onde o esquema de funcionamento é diferente.
“As usinas funcionam em um esquema parecido com os da Petrobras, em que o trabalhador passa 15 dias nas plataformas e descansa 15 dias [em terra firme]. Esses trabalhadores, enquanto estão nas usinas, permanecem em galpões e muitas vezes vão para lugares de difícil acesso”, relatou o secretário.
Mourão ressaltou que a situação desses haitianos é a mesma a que são submetidos trabalhadores brasileiros. O secretário destacou, entretanto, que os empresários quando vão a Brasileia deixam claro aos imigrantes que serão contratados, quanto ganharão, detalham o trabalho a ser feito e para onde irão.
Representantes das empresas ouvidos pela Agência Brasil relataram alguns casos de trabalhadores haitianos que não quiseram honrar o acordado. A reclamação mais comum é pagamento de baixo salário para a qualificação profissional. Alguns dos contratados em Brasileia são médicos, dentistas, contadores e engenheiros.
A empresa Albuquerque Engenharia, de Rio Branco, conviveu com esses problemas. No início do ano, a incorporadora contratou 30 imigrantes haitianos para trabalhar na obra de 34 prédios construídos com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
A responsável pelo setor de Recursos Humanos da empresa, Gabriela Brandão de Souza, disse que parte dos contratados argumentou que não faria o trabalho, por ter qualificação maior do que a exigida pelas funções. Ela esclareceu, no entanto, que esses foram casos especiais de haitianos que descobriram oportunidade de trabalhar em São Paulo com salário superior aos R$ 800 oferecidos pela empresa acriana.
“Eles aprenderam essas manhas com os próprios operários daqui [Rio Branco]. Para receber os recursos da rescisão contratual faltavam ao serviço, chegavam atrasados e diziam que não iriam fazer o serviço”, destacou.
Gabriela disse que, fora isso, não teve qualquer problema com aqueles trabalhadores, pelo contrário, “os haitianos trabalhavam por dois brasileiros”. Para enviar às suas famílias o máximo de recurso possível, os imigrantes faziam o limite das horas extras permitidas por lei.
Para ela, o fato de deixarem o serviço no Acre para tentar a vida em São Paulo faz parte de qualquer relação trabalhista. “Eles queriam crescer, evoluir. Entre eles, tínhamos no canteiro de obras engenheiros, contadores e advogados”.
Por: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
13-11-2012 - Notícia
Ajuda brasileira estimula imigração ilegal de haitianos, diz secretário do Acre
13 de novembro de 2012 | Filled under Destaques, Newsletter, Notícias |
A facilidade com que imigrantes haitianos entram ilegalmente no país pela cidade acriana de Brasileia e a ajuda humanitária que recebem do governo estadual têm estimulado a ação dos coiotes, que traficam essas pessoas. Quem reconhece é o secretário de Justiça e Direitos Humanos do governo do Acre, Nilson Mourão.
Cabe a ele, desde 2010, quando chegaram ao estado os primeiros imigrantes ilegais, definir as políticas públicas de ajuda humanitária. Praticamente todos os dias, imigrantes chegam a Brasileia por Cobija, na Bolívia.
“Se, por um lado, prestamos ajuda humanitária a essas pessoas, não sou inocente a ponto de não reconhecer que estamos estimulando a atuação desses coiotes, que ganham muito dinheiro trazendo os haitianos para o Brasil”, disse Mourão à Agência Brasil.
O secretário acrescentou que o problema permanecerá enquanto não houver um trabalho “casado” de políticas públicas entre os governos federal e do Acre. Com hospedagem, comida, água e legalização dos vistos providenciadas pelo governo estadual na Polícia Federal, os próprios imigrantes estimulam os compatriotas a virem para o Brasil.
Nilson Mourão disse, ainda, que o governo do Acre tem estabelecido contatos com empresários de diferentes estados. Assim, depois de terem os vistos legalizados, os haitianos já saem de Brasileia empregados, outro importante fator, segundo ele, que pesa no aumento da imigração ilegal.
Por: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
Cabe a ele, desde 2010, quando chegaram ao estado os primeiros imigrantes ilegais, definir as políticas públicas de ajuda humanitária. Praticamente todos os dias, imigrantes chegam a Brasileia por Cobija, na Bolívia.
“Se, por um lado, prestamos ajuda humanitária a essas pessoas, não sou inocente a ponto de não reconhecer que estamos estimulando a atuação desses coiotes, que ganham muito dinheiro trazendo os haitianos para o Brasil”, disse Mourão à Agência Brasil.
O secretário acrescentou que o problema permanecerá enquanto não houver um trabalho “casado” de políticas públicas entre os governos federal e do Acre. Com hospedagem, comida, água e legalização dos vistos providenciadas pelo governo estadual na Polícia Federal, os próprios imigrantes estimulam os compatriotas a virem para o Brasil.
Nilson Mourão disse, ainda, que o governo do Acre tem estabelecido contatos com empresários de diferentes estados. Assim, depois de terem os vistos legalizados, os haitianos já saem de Brasileia empregados, outro importante fator, segundo ele, que pesa no aumento da imigração ilegal.
Por: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa
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