domingo, 24 de fevereiro de 2013

Jornal Santuário Aparecida - SP. 14-02-2013

Pró-Haiti presta assistência a imigrantes haitianos em Manaus

14/02/2013
AJUDA HUMANITÁRIA | TRABALHO É ENCABEÇADO POR MISSIONÁRIOS JESUÍTAS, ATRAVÉS DE PARCERIAS
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Deniele Simões
deniele.jornal@editorasantuario.com.br
O terremoto que devastou o Haiti em 2010 teve proporções inimagináveis para a população daquele país. Uma das consequências da tragédia foi a debandada de haitianos para outras nações.
O Brasil, que já participava de ações de pacificação da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti desde 2004, é considerado pelos nativos como um país amigo. Por isso, muitos haitianos escolheram o Brasil para viver.
Segundo estimativas da Cáritas, cerca de quatro milhões de haitianos vivem fora do seu país de origem e pelo menos seis mil teriam emigrado para o Brasil. Muitos deles entraram ilegalmente, mas a grande maioria recorre ao visto humanitário.
Uma das localidades escolhidas pelos haitianos é Manaus (AM), onde funciona o Projeto Pró-Haiti. O missionário e advogado da Companhia de Jesus, irmão Paulo Welter, é um dos idealizadores do projeto e fala do trabalho realizado.
Atualmente, são cerca de 30 imigrantes atendidos diariamente, mas as ações começaram logo após o terremoto de 2010, quando um grande número de haitianos chegava à cidade. “A Pastoral do Migrante da arquidiocese de Manaus, sob a coordenação das irmãs Scalabrianas, mais os padres Scalabrinos, auxiliados por outras congregações religiosas e o povo amazonense prestavam os primeiros atendimentos de acolhimento”, relembra. Em função da grande demanda, os jesuítas resolveram somar forças e, em fevereiro de 2012, surgiu o Pró-Haiti.
Além da união ao trabalho que já existia, o projeto foi criado para prestar um trabalho profissional e específico, através de uma equipe voltada às necessidades dos migrantes.
Segundo irmão Welter, o trabalho da equipe acabou transformando o projeto em um espaço de encontro para que os haitianos possam partilhar seus anseios e sofrimentos.
O coordenador do projeto, padre Paulo Tadeu Barausse, explica que o trabalho de assistência é desenvolvido pelos jesuítas, em rede com a Cáritas, Rede Scalabriniana, Pastoral do Migrante da arquidiocese de Manaus, Capuchinhos e voluntários.
As atividades acontecem em espaços de três paróquias locais. Os serviços oferecidos incluem acolhimento, alimentação, oficinas, orientação pessoal, cursos de formação técnica, moradia, assistência social, encaminhamento para emprego e documentação junto à Polícia Federal e Embaixada do Haiti em Brasília.
Dificuldades
Padre Paulo explica que os imigrantes enfrentam muitas dificuldades. Uma delas é o preconceito. “Apesar de todo o esforço na busca de integração, de inclusão, a discriminação existe por parte da sociedade em geral.” Outro elemento é a falta de respeito com a cultura e a religiosidade dos haitianos, assim como o idioma, que impede a completa integração. 
Mesmo diante das dificuldades, a equipe continua firme no trabalho de auxílio aos irmãos haitianos e quem quiser fazer parte do projeto é bem vindo. Os interessados devem entrar em contato pelo email pbarausse@hotmail.com.
O religioso destaca que a migração é um direito universal e os haitianos merecem atenção especial. Como as atividades são muitas, o voluntariado constituído pelo laicato pode ajudar a continuidade do Pró-Haiti.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

ONU - Informação dia 21-02-2013.

ONU não indenizará vítimas da cólera no Haiti

Atualizado em  21 de fevereiro, 2013 - 20:51 (Brasília) 23:51 GMT
Criança recebe tratamento para cólera no Haiti (foto: Reuters) 
 
Criança recebe tratamento para cólera no Haiti; ONU não pagará indenizações
As Nações Unidas se negaram formalmente a pagar indenizações para as vítimas da epidemia de cólera no Haiti. Estudos internacionais afirmaram que a doençapode ter tido início em uma base militar da ONU no interior do país.
A epidemia de cólera surgiu em Artibonite, região central do Haiti, em novembro de 2010 e matou mais de 8 mil pessoas.
A doença se espalhou rapidamente devido às condições precárias de moradia e alimentação agravadas pelo terremoto de proporções colossais que atingiu o país oito meses antes.
As Nações Unidas afirmaram que a Convenção sobre Imunidades e Privilégios estabelecida pela Assembleia Geral em 1947 torna o órgão imune a esse tipo de reivindicação.
Organizações não governamentais chegaram a reivindicar o pagamento de indenização de US$ 100 mil para cada família de vítima da doença.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o presidente haitiano Michel Martelly para comunicar a decisão e para reafirmar o comprometimento do órgão multilateral com a erradicação da cólera no Haiti.
A ONU nunca admitiu responsabilidade sobre o início da epidemia. Estudos de pesquisadores de diversos países afirmaram que o tipo de doença encontrado pela primeira vez no Haiti em 2010 era idêntico ao identificado em regiões do Nepal.
A tese de que a doença foi trazida acidentalmente do Nepal ganhou força pelo fato de que os primeiros casos identificados no Haiti ocorreram próximo a uma base habitada por militares nepaleses. Autoridades chegaram a achar um cano de esgoto pelo qual a cólera teria contaminado um rio local.
A ONU chegou a conduzir suas próprias investigações, mas concluiu ser impossível identificar precisamente como a doença chegou no país.

Baby Doc

O ex-mandatário haitiano Jean Claude "Baby Doc" Duvalier recebeu uma ordem para comparecer à Justiça após faltar a agendadas entre janeiro e fevereiro.
Seu retorno inesperado ao Haiti após 25 anos no exílio provocou a reabertura de um processo para investigar desvio de verbas públicas durante seu governo.
Ativistas de direitos humanos e familiares de supostas vítimas de assassinatos e tortura em seu regime - durante as décadas de 1970 e 1980 - querem que ele seja acusado também por crimes contra a humanidade.
Pela legislação haitiana, ele não pode mais responder pelos assassinatos e torturas. Porém, o país sofre pressão da ONU e da Anistia Internacional para reabrir os casos.
Baby Doc deveria ter participado nesta quinta-feira de uma audiência, mas no último minuto seu advogado protocolou uma apelação para que ele não fosse levado à força ao tribunal.
"Duvalier está tentando controlar o sistema judiciário

Notícia: 13-02-2013

“O Haiti não precisa da Minustah, precisa de solidariedade!"

"O Haiti hoje passa por um processo de grande turbulência, comenta-se que vão morrer muitos camponeses de fome, devido à insegurança alimentar. Os preços dos alimentos têm aumentado muito, então há uma crise iminente no país. A própria FAO já fez um alerta à comunidade internacional, dizendo que se apresenta uma crise alimentar no Haiti, com danos superiores à crise de 2008". O comentário é de Flávio Barbosa, integrante da Brigada Internacionalista da Via Campesina Dessalines em entrevista para o sitio Minas sem Censura, 09-02-2013.

Eis a entrevista.

Qual a atuação da Brigada Dessalines no Haiti?


A Brigada é um projeto de solidariedade e internacionalismo entre os movimentos campesinos no Brasil com as organizações camponesas no Haiti. Os preparativos para a atuação da Brigada começaram quando o governo brasileiro enviou as tropas militares para o país. Naquele momento, nós da Via Campesina Internacional avaliamos que deveria haver outra forma de solidariedade que não fosse estritamente essa dos governos, para procurar estabilizar a sociedade haitiana. Nos movimentos sociais campesinos fomos dialogando desde 2004, mas o plano só foi efetivar em 2009, quando a Via Campesina Brasil enviou quatro militantes para uma visita de conhecimento e para articular uma estrutura para que fosse uma quantidade maior de pessoas, que pudessem colaborar com a solidariedade tanto política como também técnica, de intercâmbio de práticas de agroecologia, de vivência em vários segmentos.

Em 2010, se fixa a Brigada Dessalines no Haiti. No primeiro momento, havia 10 integrantes, mas com o terremoto de 2010, houve uma solidariedade muito grande, e foram enviados 30 delegados do Brasil para fazer a atuação no país. Nesse ano, a atuação foi mais emergencial, foram instaladas duas mil cisternas de plástico, pré-montadas, nas comunidades camponesas, para garantir água potável. A partir daí, foi estruturado um plano em várias áreas técnicas, envolvendo a questão do reflorestamento e meio ambiente – o Haiti é um país que tem apenas de 3 a 4% de cobertura vegetal nativa – é um país montanhoso, e a principal fonte de renda dos camponeses é o comércio do carvão. Então a gente atua com um programa de produção de mudas de plantas frutíferas, incluindo as de espécie lenhosas, para que os camponeses possam gerar renda para a família.

Uma outra ação da Brigada é na questão da reprodução de sementes, na construção de casas de sementes, etc. Um exemplo enfático da importância dessa ação aconteceu em 2010, quando a Monsanto, multinacional inimiga da agricultura camponesa, ofereceu como doação de 60 toneladas de milho, supomos que geneticamente modificado. Houve uma grande movimentação dos movimentos campesinos e um ato que juntou mais de 10 mil pessoas, em que eles disseram ‘não’ a essa empresa, a esse tipo de ajuda. Temos atuado também na área de formação, de capacitação política, de metodologia, no sentido de fortalecer os movimentos e a Via Campesina haitiana. Temos também uma atividade de intercâmbio, junto à juventude camponesa. No ano de 2010 e 2011, o Brasil recebeu 78 jovens que passaram um ano, estudaram português e fizeram cursos técnicos de agroecologia, conheceram agroindústrias. Desenvolvemos também iniciativas de alfabetização, de jovens e adultos, pois a realidade da educação é bem precária no Haiti, faltam até cadeiras para os alunos estudarem nas escolas públicas.

Até quando a Brigada pretende ficar no país?


Não há o estabelecimento de prazos, o que há é a ideia de estruturar um programa, principalmente de formação técnica. No Haiti a principal carreira profissional é a agronomia, devido à insegurança alimentar por que o país passa, e os agrônomos não põem o pé na terra, são agrônomos de escritório. Então a Via Campesina tem um plano de contribuir com a formação técnica em agroecologia lá. Para ter uma ideia, 65% da economia haitiana vem dos serviços da agricultura. E há um destaque grande para o trabalho das mulheres, que conduzem a economia nas cabeças, nos cestos, nos sacos.

Como estão as famílias atingidas pelo terremoto de 2010?

O terremoto de janeiro de 2010 teve um impacto sobre a capital, com mais força. No interior houve algumas rachaduras, algumas casas caíram, mas foram na capital os danos maiores. E nossa ação é muito voltada para os camponeses. Mas passados esses três anos, o que vemos: na capital, ainda continua o drama, muitas famílias continuam desabrigadas. Tem cerca de 500 mil residindo em 498 acampamentos, nas áreas de vazio da capital. Até 2012, havia muitos acampamentos nas praças públicas, mas o Estado e a polícia promoveram ações de expulsar essas famílias dos espaços públicos, dando auxílios-moradia para que elas voltassem para o interior. Teve também famílias que foram expulsas na marra, com violência, em ações clandestinas. No interior, houve então um problema, porque essas famílias que saíram dos acampamentos – no máximo com R$ 500 dólares de indenização – não têm como se sustentar. E houve problema de abastecimento, porque não houve um bom inverno. Para completar, ainda teve os ciclones, que causaram prejuízo às plantações. Então o Haiti hoje passa por um processo de grande turbulência, comenta-se que vão morrer muitos camponeses de fome, devido à insegurança alimentar. Os preços dos alimentos têm aumentado muito, então há uma crise iminente no país. A própria FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura] já fez um alerta à comunidade internacional, dizendo que se apresenta uma crise alimentar no Haiti, com danos superiores à crise de 2008.

Com indenizações tão pequenas, com tantas famílias ainda desabrigadas e morando em assentamentos precários, para onde foram os recursos arrecadados pela ajuda internacional mobilizada após o terremoto?

As organizações sociais haitianas produzem a análise de que boa parte desse recurso foi destinado para um grande projeto de reconstrução do país, que inclui a construção de moradias – nesse quesito, os números são muito pequenos – reconstruir estradas, projetos de geração de emprego. Para isso, foi criado um projeto coordenado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que é a instalação de zonas francas. São áreas industriais em que os empresários tenham liberdade para se instalar, principalmente com atividades de confecção. Os empresários ganham muito bem com isso, pois exportam essas roupas - principalmente o jeans – para os Estados Unidos, onde não há impostos pra isso, e pagam super mal aos trabalhadores, em torno de 25 dólares por semana. Há muitas críticas a essas zonas francas, pois as famílias se deslocaram para essas regiões em busca de trabalho, mas não há estrutura de saúde, de moradia e de educação.

Como os movimentos organizados no Haiti vêem as tropas da Minustah e a participação do Brasil?

No início dos anos 2000, o Haiti não tinha uma força própria de segurança nacional para atuar em situações extremas, pois o Exército havia sido destituído. Até 2004, havia uma crise enorme de segurança pública, com atuação de grupos armados, e o Estado não tinha como responder. A leitura que os movimentos fazem é que nesse período foi necessária essa atuação externa do ponto de vista militar, para recolher as armas e garantir a estabilidade e a segurança interna. Mas avaliam que essa força militar teve uma função até no máximo 2006. Depois disso, essas armas foram recolhidas, baixaram os índices de criminalidade, e a atuação da Minustah tem sido em prol de proteger a iniciativa privada, que vem se instalando no país, e para criminalizar as lideranças de movimentos sociais.

Todas as manifestações do país são muito reprimidas, com gás lacrimogêneo e tudo. A avaliação atual é que é desnecessária a presença dos militares, que eles atrapalham a autonomia e a independência do país. A Minustah é vista hoje como uma opressão externa, de países irmãos, coordenada pelo Brasil, em uma jogada do governo brasileiro para ter um assento no conselho de segurança da ONU. Como os Estados Unidos já estão muito queimados no Haiti, por vários processos de intervenção, o Brasil foi fazer esse papel sujo dos EUA. Mas até que os soldados brasileiros são aceitas porque na relação Brasil-Haiti há um sentimento muito emotivo, que envolve o futebol. Eles sabem tudo dos jogadores do Brasil.

E como vocês vêm a migração para o Brasil?

Os haitianos buscam saídas para o externo, pois são um país de 10 milhões de pessoas em um território pequeno. Estima-se que haja mais de 1,5 milhões de haitianos vivendo nos EUA, garantindo parte da economia do país, através da remessa de dinheiro. Como os EUA têm sido muito restritos à entrada de estrangeiros, o Brasil se tornou uma referência. Eles vêm na expectativa de conquistar trabalho e renda.

Como vem sendo a solidariedade da sociedade civil brasileira e mineira ao Haiti?

No ano de 2010, com toda a comoção criada com o terremoto, a CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] promoveu uma campanha para ajudar as vítimas. Em Minas Gerais, a Igreja teve um destaque, pois atuou, além da arrecadação de fundos da campanha nacional, em um projeto específico, chamando “Projeto BH”. Esse projeto foi destinado a promover a agricultura camponesa no Haiti, em parceira com o movimento nacional de pequenos camponeses cabeças unidas, chamando “TetKole”. Foram R$ 550 mil reais destinados a iniciativas de captação de água e produção de alimentos. Hoje há mais de 1.200 famílias que recebem água potável, após a construção de uma estrutura de captação das montanhas, que também vão para a produção. Foi construído também um centro do movimento, para a experimentação de técnicas agrícolas, que depois são reproduzidas pelas unidades familiares.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Notícia: 22 de Janeiro de 2013

Corte Especial veda entrada descontrolada de haitianos no Brasil


22/01/2013 07:00

A Corte Especial do TRF da 1.ª Região manteve decisão de anterior presidente desta Corte, ficando proibida a entrada indiscriminada de haitianos no Brasil.
O processo teve origem na 1.ª Vara do Acre, que determinou que a União fizesse cessar todo e qualquer impedimento para o ingresso no território nacional de imigrantes de nacionalidade haitiana em busca de refúgio. Determinou também que a União, pelos órgãos atuantes na fronteira, se abstivesse de praticar qualquer ato que impedisse o indivíduo haitiano solicitante de refúgio de ter seu pedido apreciado segundo a Lei 9.474/1997.
Ao deferir recurso da União contra a decisão da 1.ª instância, o então presidente, desembargador Olindo Menezes, afirmou que “abrir as fronteiras do País em tais circunstâncias, sem o menor controle das pessoas que aqui ingressam (...) é dar causa a uma série de problemas sociais e de segurança gravíssimos (...)”.
Segundo ele, “são de conhecimento público as dificuldades pelas quais passam muitas cidades fronteiriças, em face, inclusive, do isolamento em que se encontram, da dificuldade de controle de seus limites, do tráfico de drogas e entorpecentes, além da precariedade dos serviços públicos que são oferecidos à população. Permitir o livre ingresso de estrangeiros, na condição de refugiados, sem um controle migratório, sem a menor infraestrutura a amparar esses cidadãos estrangeiros, só contribuiria para o agravamento da situação dos cidadãos nacionais que lá habitam e dos próprios imigrantes”.
Houve novo recurso e, dessa vez, o desembargador federal Mário César Ribeiro, atual presidente do TRF da 1.ª Região e relator do agravo regimental, entendeu que a decisão do desembargador federal Olindo Menezes não merece reforma: “Afora as hipóteses previstas na Lei 9.474/1997,a imigração não é um direito do estrangeiro, mas uma concessão do Estado, que, verificando a inconveniência do adventício em seu território, pode, inclusive, exigir-lhe a retirada compulsória, caso considere nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais (art. 7º c/c art. 26 da Lei 6.815/1980)”.
Segundo ele, não é prudente que o Judiciário assuma a função do Executivo, permitindo a entrada de todo e qualquer cidadão haitiano que solicitar refúgio, sem o devido estudo das consequências advindas dessa liberação.
“Ademais, é importante destacar que a União, por meio do Conselho Nacional de Imigração, instituiu a figura do “visto humanitário” em favor exclusivamente dos haitianos. Não se pode afirmar que a União está agindo de forma despreocupada, pois, através de seus órgãos competentes, está promovendo a entrada legal de haitianos, de forma ordenada, nos termos da Resolução Normativa CNIg n.º 97/2012, publicada no Diário Oficial da União em 13/01/2012”.
A decisão da Corte Especial foi unânime.
Proc. n.º 7235520124013000
CBMH
Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal – 1.ª Região

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Notícia de Rondônia sobre os haitianos

07/02/2013 08h15 - Atualizado em 07/02/2013 08h15

Haitianos são maioria entre imigrantes residentes em Rondônia

Em 2012, PF registrou a entrada de 1.052 hatianos permantentes em RO.
Da europa, Portugal é o país com maior número de imigrantes no estado.

Vanessa Vasconcelos Do G1 RO
Emmanuel Registre, de 21 anos, é do Haiti e busca junto a PF em Porto Velho a regularização do Visto de Permanência (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Emmanuel Registre, de 21 anos, é do Haiti e busca junto a PF em Porto Velho a regularização do Visto de Permanência (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
O maior número de imigrantes residentes em Rondônia é originado da República do Haiti, segundo dados da Delegacia de Imigração da Polícia Federal, em Porto Velho. Do total de 1.914 imigrantes que entraram no estado em 2012, 1.084 foram de haitianos, destes, 1.052 com visto de permanência. Emmanuel Registre, de 21 anos, chegou à Porto Velho no último sábado (2), com mais cinco companheiros, todos em busca de oportunidade de emprego.
De acordo com o superintendente da PF em Rondônia, Donizete Tambani, além do Haiti, o número de imigrantes que entram no estado vem de países como Bolívia, Chile e Peru, devido ao Acordo de Livre Trânsito e Residência firmado entre países membros do Mercosul, que permite a entrada destas pessoas sem a necessidade de visto, mediante apenas a apresentação do documento de identidade.
Em 2011, o número de peruanos permanentes em Rondônia era de 44 imigrantes. Já em 2012, esse número caiu para 18. Os bolivianos aparecem em seguida, com 110 residentes em 2011, caindo para 80 em 2012.
Dos países da Europa, o número de imigrantes que entram no estado é crescente. De Portugal, 36 imigrantes vieram para em Rondônia em 2011, passando para 64 o número em 2012.
Em seguida aparecem os espanhóis, foram 18 em 2011, passando para 30 em 2012.
Os dados dos dois últimos anos da PF apresentam um grande crescimento de imigrantes haitianos no estado. Donizete afirma que a maioria deles entra no estado através do Acre, pelo município de Assis Brasil, localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Perú e Bolívia.
Foi por Assis Brasil que o jovem haitiano Emmanuel Registre chegou ao país. Registre conta que ele e cinco companheiros saíram da República do Haiti de avião seguindo até o Equador. Do Equador até chegar ao Acre foram pelo menos seis dias de ônibus, onde se registraram em um posto de imigração e em seguida, retiraram um Cadastro de Pessoa Física (CPF) provisório.
Do Acre, seguiram para Porto Velho. Registre está, desde sábado, morando na casa de amigos que vieram antes dele. Enquanto busca emprego, também tenta obter o visto de permanência junto a PF, processo que deve levar, em média, de quatro a cinco meses para ser concluído, segundo o órgão.
Joseph Wilson está há um ano e oito meses em Porto Velho, neste período trabalhou em uma empresa de construção civil. (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Joseph Wilson está há um ano e oito meses em
Porto Velho, neste período trabalhou em uma
empresa de construção civil. (Foto: Vanessa
Vasconcelos/G1)
O superintendente da PF explica que muitos destes imigrantes não permanecem no estado, seguindo para outras regiões do país. Os que entram pelo Acre, normalmente viajam com a situação regularizada, ou parte encaminhada, e a PF da região faz apenas o controle desta situação.
Joseph Wilson, de 38 anos, está há um ano e oito meses em Rondônia, neste período trabalhou em uma empresa de construção civil, a obra acabou e ele, assim como Registre, estão em busca de emprego.
Ambos vieram acompanhados apenas de amigos, sem a família. “Vim porque amigos que vieram antes disseram que tinha emprego, vim tentar também”, diz Registre. Ele fala fluentemente francês, espanhol, inglês, criolo e está aprendendo português.
Atualmente, de acordo com os dados da PF, pelo menos 5.544 mil imigrantes de quase 35 nacionalidades residem em Rondônia, destes 1.852 mil estão em Porto Velho.

Parabéns ao povo de Acre = Solidariedade através do Carnaval em favor dos Imigrantes Haitianos

08/02/2013 16h52 - Atualizado em 08/02/2013 16h53

Bloco Nó na Madeira arrecada alimentos para haitianos no Acre

Iniciativa do bloco "Concentra mas não sai" une samba com solidariedade.
Festa foi transferida para a sede da Assincra, em Rio Branco.

Yuri Marcel Do G1 AC
Clube do Samba promove festa no carnaval (Foto: Arison Jardim/arquivo pessoal)Clube do Samba promove festa no carnaval
(Foto: Arison Jardim/arquivo pessoal)
O Bloco Nó na Madeira e o Clube do Samba realizam neste sábado (9) uma festa que une samba e solidariedade. Intitulado "Concentra mas não sai" o evento irá arrecadar alimentos para serem doados aos haitianos que estão refugiados na cidade de Brasiléia (AC).
A iniciativa é realizada em parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Acre que será responsável pela entrega dos alimentos. Na compra do ingresso, folião deverá entregar 1 kg de alimento não perecível.
"O Clube do Samba geralmente faz ações filantrópicas. Isso é algo que está no estatuto da entidade e a Sejudh está com esse trabalho com os haitianos e trouxe a proposta de fazer a arrecadação  e nós topamos", disse o diretor de comunicação do Clube, Arison Jardim.

Jardim explica ainda que quem quiser fazer mais doações poderá ir até a sede da secretaria localizada na Rua Francisco Mangabeira, 33, Bairro Bosque, em Rio Branco.

Clube do Samba
Criado há quase dois anos, o Clube do Samba é uma entidade sem fins lucrativos criada por um grupo de amigos para promover o samba de raiz e reunir os apreciadores do gênero musical. Este ano o Clube irá homenagear o sambista carioca, João Nogueira, pai do cantor e compositor, Diogo Nogueira.
A festa inicialmente iria ocorrer na sede da Sociedade Recreativa Tentamen, no 2º Distrito de Rio Branco, mas com a interdição do local realizada pelo Corpo de Bombeiros e a Prefeitura de Rio Branco, por medidas de segurança a festa foi transferida para a sede da Associação dos Servidores do Incra (Assincra).  O ingresso do evento está sendo vendido por R$30 diretamente com os organizadores do evento.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Jesuit Refugee Service - JRS 04-02-2013 - Informação e gratidão



 

2013/2/6 SJRLAC Coordinación de Comunicación <comunicacion.coordinacion@sjrlac.org>

A hospitalidade nem sempre tem sido a resposta ao clamor dos migrantes haitianos

No início desse novo ano [2013], de norte ao sul do continente americano, os migrantes forçados haitianos buscam céus menos inclementes do que seu país de origem; continuando sua peregrinação por terra, mar e ar.
No entanto, a hospitalidade nem sempre tem sido a resposta dos Estado de chegada ao seu clamor, ao tocar as portas das terras, das fronteiras ou dos mares onde buscam refúgio.
Alguns Estados fecham suas portas, outros os repatriam ao seu país de origem quando ditos migrantes fogem dele devido ao agravamento da crise humanitária e à estagnação do processo de reconstrução após o terremoto de 12 de janeiro de 2010.
A seguir, um panorama da situação migratória dos migrantes haitianos no continente, no início desse novo ano...
"As repatriações convertem-se em deportações indiscriminadas”
As autoridades de migração da República Dominicana recomeçaram em 2013 as repatriações dos migrantes haitianos sem documentos.
No entanto, as repatriações continuam "vulnerando as leis dominicanas, os acordos e tratados internacionais e violando os direitos humanos das pessoas migrantes”, denunciam o Serviço Jesuíta a Migrantes (SJM) e a Rede Fronteiriça Jano Siksè, em um comunicado de imprensa conjunto, publicado no passado 2 de fevereiro, n República Dominicana.
"Nessa política pouco clara e nada transparente, desrespeitosa dos convênios internacionais assinados pela República Dominicana em matéria de direitos humanos e direitos dos migrantes e de suas famílias, as repatriações convertem-se em expulsões ou deportações indiscriminadas, arbitrárias e direcionais, que vulneram a dignidade e os direitos humanos das 61 pessoas, 58 homens e 3 mulheres que, hoje [4/2/13] foram abandonadas na fronteira de Comendador (Elías Piña)”, ilustram ambas instituições.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos intensifica suas patrulhas
No dia 10 de janeiro, a Guarda Costeira estadunidense repatriou ao Haiti 10 migrantes haitianos que foram interceptados a leste de Boyton Beach, segundo uma nota da Guarda Costeira dos Estados Unidos da América.
Além dos migrantes haitianos, dois da Guiana e um da Jamaica foram detidos também na embarcação que se dirigia às costas de Miami.
Durante a semana de 6 a 13 de janeiro, a Guarda Costeira americana havia repatriado a Cabo Haitiano (no norte do Haiti) a 168 haitianos que tentavam ingressas a Miami.
Os haitianos miram cada vez mais para o sul do continente
Ante a intensificação das patrulhas da Guarda Costeira americana no Mar Caribe, os haitianos olham cada vez mais para o sul do continente.
Apesar de que a entrada dos migrantes haitianos se estabilizou em 2012 no Equador e no Chile, duas portas principais de entrada dos cidadãos caribenhos à região, o Brasil continua sendo uma terra de oportunidades para eles.
Ante a onda migratória dos haitianos às fronteiras do Brasil com a Colômbia, com o Peru e a Bolívia durante os dois últimos anos, o governo de Brasília fixou, no dia 12 de janeiro de 2012, uma quota de 200 vistos mensais, que vem outorgando desde então aos haitianos e às suas famílias através de sua Embaixada baseada em Porto Príncipe.
No entanto, as autoridades consulares brasileiras no Haiti anunciaram, em dezembro de 2012, que não poderiam receber novas solicitações de vista em 2013 porque já haviam entrevistado a 1.200 famílias haitianas solicitantes.
Diante da grande demanda das famílias haitianas, o governo brasileiro analisa a possibilidade de aumentar a quota.
Nos dois últimos anos, o Brasil outorgou esse tipo de vistos humanitários a mais de 4.000 migrantes haitianos.
Por outro lado, em 2012 chegaram ao Chile um total de 1.090 migrantes haitianos, em comparação com os 1.389 cidadãos dessa nação caribenha que haviam entrado no Chile em 2011. No Equador, chegaram 2.257 migrantes haitianos em 2012 (jan-nov), em comparação com os 1.681, em 2010 e os 1.257, em 2009.
Vale ressaltar que uma quantidade significativa de migrantes haitianos que chegaram aos respectivos aeroportos internacionais de Quito e de Santiago do Chile foi repatriada ao seu país de origem porque não puderam demonstrar capacidade econômica para permanecer como turistas nesses países.
Tradução: ADITAL
 
Wooldy Edson Louidor
Coordenador Regional  Comunicação– Seviço Jesuíta a Refugiados para América Latina e Caribe (SLR LAC)

Wooldy Edson LOUIDOR
Comunicaciones SJR-LAC
Servicio Jesuita a Refugiados para Latinoamérica y el Caribe (SJR LAC)

Skype: wooldy.edson.louidor

 
La hospitalidad no ha sido siempre la respuesta al clamor de los migrantes haitianos
Bogotá, 4 de febrero de 2012. A comienzos de este nuevo año, del norte al sur del continente americano los migrantes forzados haitianos buscan cielos menos inclementes que su país de origen, continuando su peregrinación por tierra, mar o aire.
Sin embargo, la hospitalidad no ha sido siempre la respuesta de los Estados de llegada a su clamor, al tocar las puertas de las tierras, las fronteras o los mares adonde acuden.
Algunos Estados les cierran la puerta y otros los repatrían a su país de origen, cuando dichos migrantes huyen de él a causa de la agudización de la crisis humanitaria y la estagnación del proceso de reconstrucción tras el terremoto del 12 de enero de 2010.
A continuación un panorama de la situación migratoria de los migrantes haitianos en el continente, a inicios de este nuevo año….
“Las repatriaciones se convierten en deportaciones indiscriminadas”
Las autoridades de migración dominicanas reanudaron en este año 2013 las repatriaciones de los migrantes haitianos indocumentados.
Sin embargo, las repatriaciones siguen “vulnerando las leyes dominicanas, los acuerdos y tratados internacionales y violando los derechos humanos de las personas migrantes”, denuncian el Servicio Jesuita a Migrantes (SJM) y la Red Fronteriza Jano Siksè en un comunicado de prensa conjunto, publicado el pasado 2 de febrero en República Dominicana.
“En esta política poco clara y nada transparente, irrespetuosa de los convenios internacionales suscritos por la República Dominicana en materia de derechos humanos y derechos de los migrantes y sus familias, las repatriaciones se convierten en expulsiones o deportaciones indiscriminadas, arbitrarias y discrecionales que vulneran la dignidad y los derechos humanos de las 61 personas, 58 hombres y 3 mujeres, que hoy fueron abandonadas tras la puerta fronteriza de Comendador (Elías Piña)”, ilustran ambas instituciones. 
La Guardia Costera de los Estados Unidos intensifica sus patrullas
Los Guardacostas estadounidenses repatriaron a Haití, el 10 de enero, a 10 migrantes haitianos que fueron interceptados al este de Boyton Beach, según una nota de la Guardia Costera de los Estados Unidos de América.
Además de los migrantes haitianos, dos guyaneses y un jamaiquino fueron detenidos también en la embarcación que se dirigía a las costas de Miami.
Durante la semana del 6 al 13 de enero, la Guardia Costera americana había repatriado a Cabo Haitiano (norte de Haití) a 168 haitianos que intentaban ingresar a Miami.
Los haitianos miran cada vez más al sur del continente
Ante la intensificación de las patrullas de la Guardia Costera americana en el Mar Caribe, los haitianos miran cada vez más al sur del continente.
Si bien el ingreso de los migrantes haitianos se estabilizó en el año 2012 en Ecuador y Chile, dos principales puertas de entrada de los ciudadanos caribeños a la región, sin embargo Brasil sigue siendo una tierra de oportunidades para ellos.
Ante la ola migratoria de los haitianos a las fronteras de Brasil con Colombia, Perú y Bolivia durante los dos últimos años, el gobierno de Brasilia fijó el 12 de enero de 2012 una cuota de 100 visas mensuales que ha venido otorgando desde entonces a los haitianos (y sus familias) a través de su Embajada basada en Puerto Príncipe.
Sin embargo, las autoridades consulares brasileñas en Haití anunciaron en diciembre del año pasado que no podían recibir nuevas solicitudes de visa para el año 2013 porque ya habían entrevistado a 1200 familias haitianas solicitantes.
Ante la gran demanda de las familias haitianas, el gobierno brasileño analiza la posibilidad de aumentar la cuota.
En los dos últimos años, Brasil otorgó este tipo de visas humanitarias a más de 4000 migrantes haitianos.
Por otro lado, llegaron en 2012 a Chile un total de 1090 migrantes haitianos, en comparación con los 1389 ciudadanos de esta nación caribeña que habían ingresado en 2011 al país suramericano.
Del mismo modo, llegaron a Ecuador 2257 migrantes haitianos en 2012 (de enero hasta noviembre) en comparación con 1681 en 2010 y 1257 en 2009.
Vale subrayar que una cantidad significativa de migrantes haitianos que arribaron a los respectivos aeropuertos internacionales de Quito (Ecuador) y Santiago de Chile fueron retornados a su país de origen porque no pudieron mostrar capacidad económica para quedarse como turistas en el país.
Wooldy Edson Louidor, Coordinador de Comunicación del SJR-LAC