domingo, 25 de maio de 2014

Noticia 17-05-2014

Brasil terá 50 mil imigrantes haitianos até o fim do ano

Pesquisa da PUC Minas revela que 40% dos haitianos no Brasil têm curso médio e 30% trabalham na construção civil

Bertha Maakaroun
Leonardo Augusto
Publicação: 17/05/2014 06:00 Atualização: 17/05/2014 07:16

Aos 33 anos, viúvo, o imigrante haitiano Marco Comblonini acalenta um sonho: trazer os três filhos de 4, 8 e 11 anos para o Brasil, onde tem emprego formal de pedreiro. Ganha R$ 1,2 mil e todos os meses separa a metade para enviar à irmã que cuida das crianças. Sempre atuando na construção civil desde que desembarcou no Brasil, já desempenhou funções de carpinteiro e de pintor. É assíduo no trabalho, mantém boas relações sociais, respeita hierarquias e teve adaptação tranquila. Pesquisa inédita com a combinação de métodos quantitativo e qualitativo, realizada entre julho e novembro de 2013, que traça o perfil da imigração haitiana ao Brasil, divulgada ontem pelos professores da PUC Minas Duval Fernandes e Maria da Consolação Gomes de Castro e pelo representante da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que, assim como Marco Comblonini, 30% dos imigrantes haitianos, no Brasil, são absorvidos pela construção civil.
Cerca de 70% dos haitianos que vivem no Brasil estão em idade ativa, entre 18 e 50 anos, são homens, dividem a moradia com outros imigrantes e decidiram migrar por causa do caos e da falta de perspectiva profissional no país caribenho, devastado por um terremoto, de 7 graus na escala Richter, em janeiro de 2010. Pouco mais de 40% dos imigrantes haitianos têm escolaridade de nível médio completo ou incompleto. “A ideia de que a maioria deles seja analfabeta não é verdadeira, sendo muito pequeno o número dos que não têm nenhuma instrução. Estamos ganhando com a presença deles aqui”, afirma Duval.

Segundo o professor Fernandes, a taxa de ocupação dos haitianos é maior do que a dos brasileiros. “Em geral essa é a regra entre imigrantes: fazem trabalhos que ninguém quer. Em Porto Velho (RO), por exemplo, 70% dos empregados de uma empresa de coleta de lixo são haitianos”, assinala o professor. “A maior parte está trabalhando em condições semelhantes à dos brasileiros”, acrescenta o professor. Assim é com Elson Charles, de 32, há seis meses em Belo Horizonte. Ajudante de jardinagem, com um salário de R$ 1 mil, acaba de conquistar no Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) sua carteira de motorista. “Vou ser caminhoneiro”, diz o haitiano, que luta para aumentar seu salário e oferecer uma condição de vida melhor para os três filhos e a mulher que continuam no Haiti. “Um dia ainda vamos nos reunir”, espera ele.

Um pouco diferente é a trajetória de Jean Evens, de 33, há dois anos vivendo em Contagem. Ele veio com a mulher e o filho menor de dois anos, deixando com a mãe, no Haiti, as duas filhas, de 3 e 12 anos. Trabalhou por um ano e sete meses em uma empresa de alimentação como carregador noturno: ganhava entre R$ 1,1 mil e R$ 1,3 mil. Mas há poucos meses a empresa reduziu o quadro e Jean ficou desempregado. Está agora trabalhando, em um “bico”, com carga e descarga em uma transportadora. “Quero ficar no Brasil, guardar dinheiro, construir uma casa e trazer as minhas filhas. Aluguel aqui é muito caro”, revela ele, que tem instrução de nível médio e em seu país trabalhava como segurança e pescador do próprio barco.

coiotes Há, no Brasil, cerca de 34 mil haitianos, segundo estimativa Duval Fernandes, que calcula 50 mil até o fim deste ano. No conjunto do fluxo migratório que chega ao país, eles representam 10% do contingente – há quatro anos eles não passavam de duas centenas, mas, no fim de 2011, somavam 4 mil. As estatísticas fazem do Brasil o maior ponto do tráfico de imigrantes haitianos da América do Sul: 75% passam pelo Equador, seguem para o Peru e ingressam no Brasil por Tabatinga e Brasileia, fazendo, na fronteira, o pedido de refúgio. Apenas 5% deles tomam rotas distintas com passagem pela Argentina, Bolívia ou Chile antes de imigrar para o Brasil. Cerca de 20% saem do Haiti com vistos obtidos nos consulados e fazem escala no Panamá, antes de desembarcar nos aeroportos de Belo Horizonte, Brasília ou  São Paulo.

“Eles demoram em média 15 dias para chegar ao Brasil e gastam no trajeto cerca de US$ 2,9 mil”, explica o professor Fernandes, considerando ainda que as despesas podem ser mais altas e chegar a mais de US$ 5 mil. “Muitos são coptados por um poderoso esquema, que se vale de coiotes haitianos, que acenam com promessas de altos salários. As casas são hipotecadas em troca de empréstimos em espécie e do serviço burocrático da viagem”, afirma o pesquisador. “É grande a vulnerabilidade desses 80% de imigrantes que entram no país dessa forma, sobretudo pelo Peru”, acrescenta, lembrando que, após o trajeto até a fronteira brasileira, é longo o processo para a regularização da situação migratória: depois de solicitar o refúgio, a abertura do processo leva à emissão de um protocolo que permite ao imigrante a obtenção de carteira de trabalho e CPF provisórios.

Embora estejam em 286 cidades brasileiras, 75% dos haitianos estão concentrados em São Paulo, em torno de 10% em Manaus e 7% – cerca de 3 mil – em Minas Gerais, sobretudo em Belo Horizonte e Esmeraldas e Contagem, ambas na Grande BH. “O Brasil não é mais o país de imigração do início do século nem o país da emigração dos anos 1980. Somos hoje um país de imigração, emigração e trânsito, além dos brasileiros que retornam depois de viver muitos anos no exterior. A questão migratória é atualmente muito maior do que foi no passado”, considera Duval Fernandes. Segundo ele, considerando a redução da taxa de natalidade no país, em 2030, a população brasileira começará a encolher, e mais da metade das aposentadorias serão bancadas pela contribuição dos imigrantes.

Informacao.

16/5/2014 às 22h08 (Atualizado em 20/5/2014 às 13h37)

Haitianos estão decepcionados com empregos no Brasil, revela pesquisa

   

R7
         
Uma pesquisa realizada por uma universidade de Minas Gerais revela os haitianos estão decepcionados com os empregos oferecidos no Brasil. Apesar da boa escolaridade, quando chegam ao País, não encontram as oportunidades que esperavam.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Informacao 20-03-2014

20/03/2014 09h21 - Atualizado em 20/03/2014 09h21

Cartilhas para orientação de haitianos devem chegar ao AC em abril

Material será disponibilizado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Comitê esteve em Brasiléia entre os dias 11 e 14 de março.

Caio Fulgêncio Do G1 AC
Abrigo em Brasiléia com capacidade para abrigar cerca de 400 pessoas, atualmente atende 1200 imigrantes  (Foto: Veriana Ribeiro/G1) 
Abrigo em Brasiléia atende atualmente
1.800 imigrantes (Foto: Veriana Ribeiro/G1)
 
 
Após uma visita ao Acre, durante os dias 11 e 14 deste mês, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha se propôs a enviar cartilhas de orientação para os imigrantes alojados no município de Brasiléia, distante 232 km de Rio Branco. Segundo a Secretaria de Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) a previsão é que o material chegue ao estado em abril.

De acordo com o secretário em exercício, Ruscelino Barbosa, as cartilhas, escritas em creole, trazem orientações no que diz respeito à saúde e cultura para nortear a chegada dos imigrantes. Esse mesmo material já é utilizado pela Cruz Vermelha junto à população do Haiti. "São informações gerais que o haitiano pode ter acesso ao chegar no Brasil", explica.

Barbosa lembra ainda que é uma iniciativa que reforça o trabalho que o estado já faz em Brasiléia desde 2010. "Essa cartilha vem fortalecer esse serviço que nós já fazemos no acampamento", afirma.
Segundo o técnico da Sejudh, Damião Borges, o número de imigrantes em Brasiléia é em torno de 2.200. No abrigo público, existem uma média de 1.800. "A maioria está esperando as águas [do Rio Madeira] baixarem", diz. Quanto à chegada, Borges diz ainda que continuam chegando de 40 a 50 imigrantes por dia.

domingo, 16 de março de 2014

Noticia Fevereiro de 2014

Sem mão de obra, Santa Catarina importa haitianos

Concentração de frigoríficos e empresas da construção civil no oeste do Estado já atraiu mais de 900 haitianos que suprem a escassez de mão de obra na região

Mariana Zylberkan, de Chapecó
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Milio Louicinol e Olson Pierre deixaram o Haiti para tentar nova vida no Brasil
Milio Louicinol e Olson Pierre deixaram o Haiti para tentar nova vida no Brasil - Mariana Pollara Zylberkan
O haitiano Olson Pierre, de 30 anos, tem dois diplomas de nível superior – psicologia e serviço social – e fala três línguas – francês, espanhol e inglês. Seu conterrâneo, Milio Louicinol, de 32 anos, tem uma carreira como engenheiro químico e já trabalhou em multinacionais. Há oito meses, eles decidiram trabalhar como operários da linha industrial de abate de suínos no frigorífico Aurora, na cidade de Chapecó, no oeste de Santa Catarina. O objetivo é tentar fugir da miséria que assola seu país desde o terremoto que matou 220.000 pessoas – o equivalente a uma Chapecó inteira – e deixou 1,5 milhão de desabrigados há quatro anos. Louicinol trabalha oito horas por dia em uma câmara frigorífica em temperaturas negativas. Desacostumado ao frio, ele diz ter sofrido com dores de cabeça diárias quando chegou, mas não desistiu. Nos últimos meses, conseguiu poupar boa parte do salário de 1.500 reais e agora pretende trazer a noiva que vive no Haiti para o Brasil, como fez o colega Pierre, que vai se casar até o final do ano. Pierre e Louicinol fazem parte de um grupo de 800 haitianos que chegaram a Santa Catarina no ano passado atraídos pela oferta de trabalho, segundo dados da Polícia Federal.

Leia também: Haiti-Brasil, os perigos no caminho
O fluxo imigratório começa em uma longa jornada no sul do Acre, precisamente na cidade de Brasileia, na fronteira com a Bolívia, onde fica o abrigo montado pelo governo estadual para receber os haitianos. Segundo o Ministério Público Federal, o galpão com 4.500 m² e capacidade para 400 pessoas abriga atualmente 1.244. No ano passado, o posto da Policia Federal em Epitaciolândia, cidade vizinha a Brasileia, registrou a entrada de 10.110 haitianos – 74% do total (13.669) de haitianos que cruzou a fronteira para o Brasil.
“Eles são absorvidos pelos setores da construção civil, frigoríficos, limpeza urbana e linhas de produção industrial em postos que os brasileiros não querem mais ocupar”, diz Paulo Sérgio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de Imigração do Ministério do Trabalho.
Desde 2010, ano da tragédia que arruinou o país caribenho, o Brasil emitiu 12.352 carteiras de trabalho para haitianos. Desse total, 5.670 estão registrados e trabalhando atualmente – mais da metade na região Sul. Polo da agroindústria, o oeste catarinense tornou-se um dos principais destinos. A economia catarinense tem crescido nos últimos anos alavancada pela crescente exportação de alimentos para China e Japão.
Semanalmente, em média três empresas enviam representantes para recrutar haitianos em Brasileia. O perfil ideal é o de homens que deixaram a família no Haiti. A maioria das empresas oferece moradia e alimentação nos três primeiros meses e transporte do Acre para Santa Catarina em um ônibus. Segundo empresários da região, o custo de 2.000 reais por haitiano compensa pela escassez de mão de obra para trabalhar em frigoríficos e a economia com a automação da produção. Na linha de desossa de coxa e sobrecoxa de frango, por exemplo, uma máquina capaz de fazer o trabalho de até seis operários custa cerca de 1 milhão de reais e o investimento leva dez anos para ser revertido em lucro. “Temos também o crescimento da exportação para o mercado japonês, que exige perfeição dos cortes de carne, o que só pode ser feito com as mãos”, diz Neivor Canton, vice-presidente da Aurora, que emprega 390 haitianos.
A necessidade de sobrevivência e o compromisso de sustentar a família à distância fazem os haitianos tolerar mais as condições de trabalho nos frigoríficos. A atividade é a mais perigosa no Estado de Santa Catarina, segundo o Anuário de Acidentes de Trabalho elaborado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – foram 2.381 acidentes em 2011. No Brasil, no mesmo período, foram contabilizados 19.453 acidentes no setor. O abate de suínos e aves registra altíssimos índices de desenvolvimento de transtornos de humor, como depressão. “A prova mais evidente da precarização das condições de trabalho é a contratação de imigrantes, indígenas, presos do regime semiaberto e pessoas que chegam a residir de 200 a 300 quilômetros do local de trabalho. O resultado é uma verdadeira epidemia de doenças ocupacionais”, diz o procurador Sandro Eduardo Sardá, do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina.

Rota percorrida por haitianos até chegar ao sul do Brasil

Emprego e família – O haitiano Saint Souis Noel, de 27 anos, trabalha há cinco meses no abate de peru na Sadia, em Chapecó, recebe 980 reais por mês, e já sente os reflexos do trabalho pesado. Ele diz sofrer de uma dor intermitente no braço esquerdo, causada pelas horas pendurando animais de até 11 kg em ganchos da linha de produção. Noel teve a passagem para Santa Catarina custeada pelo irmão que está há quase dois anos no Brasil. “Não conheço os direitos trabalhistas no Brasil, não sei se posso pedir afastamento”, diz. Mesmo com as queixas, Noel não hesita em afirmar que prefere o trabalho no Brasil a enfrentar o desemprego que atinge mais de 60% da população do Haiti.
A falta de trabalho até na República Dominicana, país vizinho e mais próspero por causa do turismo, fez o haitiano Smith Rivette, de 32 anos, deixar o emprego de recepcionista de hotel, que lhe rendia salário de 1.000 dólares na alta temporada, para trabalhar na linha de produção de um frigorífico em Chapecó, com salário de 1.120 reais. “Vim atrás de boas oportunidades proporcionadas pela Copa do Mundo no Brasil, mas me iludi”, afirma. A desilusão no trabalho, porém, foi compensada pela sorte no amor: no frigorífico, ele conheceu a noiva, a catarinense Crisiane Cheneiedr, de 34 anos. O casal planeja se casar no primeiro semestre deste ano e está poupando dinheiro para trazer o pai de Rivette ao Brasil para a festa – o destino da lua de mel será Natal (RN).
A formação de famílias de haitianos em solo brasileiro se torna mais recorrente à medida em que os primeiros imigrantes conseguem deixar os dormitórios montados pelas empresas, que chegam a abrigar até 55 homens, e montar seus próprios lares. O casal Renise Petimey, de 21 anos, e Ginior Andre, de 29 anos, namoravam quando deixaram o Haiti, onde Andre trabalhava como recepcionista e sonhava com uma vida melhor no ramo da construção civil no Equador. Após oito meses, ele seguiu a rota já percorrida por 15.000 haitianos desde 2010 até Brasileia (AC). Após um mês de espera pela emissão da carteira de trabalho no Acre, chegou a Chapecó como funcionário de um empresário que foi ao Estado procurar trabalhadores para sua fábrica de piscinas. A fibra em pó tóxica inalada por Andre o fazia vomitar sangue e, por isso, deixou o emprego para trabalhar no frigorífico Aurora. No fim do ano, o casal oficializou a união em cerimônia custeada pela empresa. “O Brasil é bom para nós, eu só não gostei do chimarrão, é muito amargo”, diz Renise.
Primeira geração - Famílias de haitianos não apenas se formam como também crescem no oeste catarinense. O pequeno Natan, de 9 meses, é um dos primeiros descendentes de haitianos chapecoense. A mãe, Philomise Saint-Fleur, de 37 anos, veio para o Brasil há dois anos em busca de uma vida melhor para as duas filhas que deixou no Haiti. “Depois do terremoto, veio o cólera que deixou tudo pior. O que ia ser das minhas filhas? Precisei dar um jeito.”
Philomise fez a travessia que passa pela República Dominicana, Equador, Peru e Bolívia até chegar ao Acre, onde foi recrutada para trabalhar em uma empresa de tratamento de afluentes em Chapecó. Antes, passou oito meses no Equador trabalhando em uma fazenda de bananas, com remuneração de dez dólares por dia. Juntou dinheiro e continuou a viagem até o Brasil. Neste mês, ela recebeu a irmã na casa alugada pelo patrão, onde mora com Natan. “Agora, meu sonho é trazer a minha caçula e poder pagar a faculdade da mais velha.”
O caso de Philomise, que hoje vive em uma casa custeada pelo empregador, não é o único. Gustave Michel, de 44 anos, tornou-se o braço direito de um empresário de Chapecó e ganha 1.500 reais como chefe de obras. Há um ano, ele trouxe a mulher, Velouse Dominique, de 30 anos, que engravidou no Brasil. Ao chegar a Chapecó, Velouse tentou dar continuidade ao trabalho de cabeleireira que tinha no Haiti, mas não deu certo. Agora, arrumou emprego no abate de peru e reclama de dores no corpo por causa do grande esforço físico. O casal vive em uma casa alugada pelo patrão de Michel. “Não tem jeito, ouço a história deles e não tem como não se envolver. Ajudo no que posso”, diz o empresário Erico Tormen.

sábado, 15 de março de 2014

Lista de Haitianos Residencia Permanente no Brasil publicado no Diario Oficial no dia 25 de Fevereiro de 2014. Paginas 94 e 95. Os haitinos tem o prazo de 90 dias a partir da Publicacao no Diario Oficial para apresentar a documentacao junto a Policia Federal mais proxima aonde vivem.

SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE ESTRANGEIROS
DESPACHO DO DIRETOR ADJUNTO
Tendo em vista a autorização de concessão de permanência
no País, outorgada pelo Conselho Nacional de Imigração, com base
na Resolução Recomendada nº 08, de 19 de dezembro de 2006, c/c a
Resolução Normativa nº 27, de 25 de janeiro de 1998, ambas daquele
Colegiado, publicada no Diário Oficial da União de 25 de junho de
2013, Seção 1, págs. 57 a 59, concedo a residência permanente aos
nacionais haitianos, abaixo relacionados, no Território Nacional:


Processo N° 08221.001500/2012-18 - JULIENNE DORIVAL
Processo N° 08221.001659/2012-32 - JACQUES HANDSKY
DESIRA
Processo N° 08221.000464/2012-75 - ROBENS PIERRE
Processo N° 08221.001505/2012-41 - ARSENE ANTOINE
Processo N° 08221.002653/2012-82 - RENOLD CHARLES
Processo N° 08221.001594/2012-25 - RUBENS CHARLES
Processo N° 08221.002654/2012-27 - ROLSY DERVIL
Processo N° 08221.001507/2012-30 - EDELINE JOSEPH
Processo N° 08221.001503/2012-51 - WILNA EDOUARD
Processo N° 08221.000319/2012-94 - ELIASSAINT ALCINE
Processo N° 08221.000827/2012-72 - ELIAZAR CHARLES
Processo N° 08221.001692/2012-62 - ELONDIEU DERVIL
Processo N° 08221.002708/2012-54 - CLARENE ESPENOR
Processo N° 08221.002635/2012-09 - FODLER LOUIS
Processo N° 08221.002633/2012-10 - WALNER JACQUET
Processo N° 08221.002688/2012-11 - ELMULLER JANVIER
Processo N° 08221.001506/2012-95 - YCLIDE JEAN
Processo N° 08221.000321/2012-63 - JULIEN ADECLAT
Processo N° 08221.001537/2012-46 - LEON JUNIOR ROMULUS
Processo N° 08221.001504/2012-04 - MARICILE DESIR
Processo N° 08221.002634/2012-56 - MELICE MATHIAS
Processo N° 08221.002689/2012-66 - QUARLESS MAXINEAUX
Processo N° 08221.001502/2012-15 - MITHA DESIR
Processo N° 08221.001706/2012-48 - MEDOUANIS
NOEL
Processo N° 08221.001690/2012-73 - BERNADEL OLIVIER
Processo N° 08221.001697/2012-95 - BENJAMIN PREDESTIN
Processo N° 08221.002661/2012-29 - RONALD PREVALUS
Processo N° 08221.001593/2012-81 - ROBERT LEONARD
Processo N° 08221.001539/2012-35 - RODNEY CHRYSOSTOME
Processo N° 08221.001595/2012-70 - JOHNSON ROMAIN
Processo N° 08221.001660/2012-67 - ROODY APPOLOM
JOACHIM
Processo N° 08221.002652/2012-38 - LICKA SANON
Processo N° 08221.002662/2012-73 - RAYMOND SAUL
Processo N° 08221.000518/2012-01 - SCHNEIDER DASSE
Processo N° 08221.000330/2012-54 - STRALUS CERAN
Processo N° 08221.002636/2012-45 - NAHUM THOMAS
Processo N° 08221.001658/2012-98 - DUCKENS VALERIS
Processo N° 08221.000323/2012-52 - WESLER CLERVEAUX
Processo N° 08221.001597/2012-69 - WILGUERRE HERISSER
Processo N° 08240.029288/2011-44 - WILLIAM PIERRE
Processo N° 08221.000322/2012-16 - WILNIE BEAUBRUN
Processo N° 08221.000320/2012-19 - WISLET MARIUS
Processo N° 08221.002698/2012-57 - JAMES-REMY YMBERT
Processo N° 08221.002697/2012-11 - YRONCE ALDAJUSTE
Processo N° 08221.001657/2012-43 - YVES ARTHUR LALANNE
Processo N° 08221.001707/2012-92 - EMMANUEL MANACE
Processo N° 08221.001508/2012-84- MARCELIN GEFFRARD
Processo N° 08221.001691/2012-18 - WILLIOT SAINT ILMOND
Processo N° 08221.002637/2012-90 - ELSON BLANC
Processo N° 08221.001582/2012-09 - ARNOLD SUPRENA
Processo N° 08221.001516/2012-21 - RAPHAEL DESINOR
Processo N° 08221.001513/2012-97 - FEDNEL LOUIS
Processo N° 08221.001649/2012-05 - JEAN CLAUDE
SAINTE
Processo N° 08241.001034/2013-13 - JEAN FRITZ CHARLES
Processo N° 08241.000712/2013-21 - WILLIAM SAINTELIAS
Processo N° 08241.000687/2013-85 - ROSELINE BUISSERETH
Processo N° 08241.001042/2013-60 - ACHELEY ST-HELAS
Processo N° 08241.001050/2013-14 - EDY AMOUS
Processo N° 08241.001045/2013-01 - JEAN FRANÇOIS
FONTILUS
Processo N° 08241.001048/2013-37 - PIERRE-RONALD
BIEN-AIME
Processo N° 08221.001548/2012-26 - AUGUEL LEON
Processo N° 08221.001547/2012-81 - ANGELET CHARLEMOND
Processo N° 08221.001538/2012-91 - ELDAM LOUIS
Processo N° 08221.003425/2012-20 - GUSMANN EXCELLENT
Processo N° 08241.000966/2013-49 - RICHEMOND ORNEUS
Processo N° 08241.000944/2013-89 - JEAN OSMANE
PIERRE
Processo N° 08241.000694/2013-87 - JEAN-EMMANUEL
VALERE
Processo N° 08241.000691/2013-43 - JEAN VENICE JUSTIN
Processo N° 08241.000702/2013-95 - JEAN ESPERANCE
SAINRILUS
Processo N° 08241.000734/2013-91 - NOLT ST-GERMAIN
Processo N° 08241.000731/2013-57 - ROGERSON EMILE
Processo N° 08241.000728/2013-33 - JULIO PIERRE
Processo N° 08241.000971/2013-51 - HERMITE CAMILLE
Processo N° 08241.001033/2013-79 - SALVINER TERVILUS
Processo N° 08221.001583/2012-45 - EDRISTE LEGROS
Processo N° 08221.003784/2012-87 - DORCELY FILS-AIME
Processo N° 08221.003786/2012-76 - JEANNE-MARIE
ELISCA
Processo N° 08221.003790/2012-34 - ANOUSE GEORGES
Processo N° 08221.003791/2012-89 - DARLINE PIERRE
LOUIS
Processo N° 08221.003789/2012-18 - BASELAIS NOSIUS
Processo N° 08221.003273/2012-65 - BAZILE JEAN
Processo N° 08221.003272/2012-11 - JEAN SAMUEL BIGOT
THOMAS
Processo N° 08221.003288/2012-23 - BAINET JEAN BAPTISTE
Processo N° 08221.003287/2012-89 - JOANES PIERRE
Processo N° 08221.003433/2012-76 - JEAN RIGUEUR
ELASME
Processo N° 08221.003432/2012-21 - THELMA MONNACE
Processo N° 08221.003424/2012-85 - INNOCENT DESORMEAU
Processo N° 08241.001030/2013-35 - ANTOINE MONDESTIN
Processo N° 08221.003783/2012-32 - LEXIUS CIUS
Processo N° 08221.001596/2012-14 - RONALD ZEPHIRIN




sábado, 1 de março de 2014

Noticia 26-02-2014

Haiti, Acre e Copa 2014: histórias e terremoto, entre a fé e o futebol.

Após tragédia, haitianos entram de forma descontrolada no Brasil em rota que passa pelo Acre.

Haitianos trabalharam nas obras do Mineirão, inaugurado no início de 2013 (Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte.com
Haitianos trabalharam nas obras do Mineirão, inaugurado no início de 2013 (Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte.com

Alguns trabalham nas obras dos estádios que receberão jogos do Mundial

“O jornalismo esportivo nos reserva o privilégio de conviver, [...], com os sentimentos maiores e menores do ser humano. Prepare, amigo, a sua alma para o patético e para o lírico, para o amargo e para o sublime, [...], o homem odeia, castiga e perdoa. No esporte, como na vida, não há vitórias nem derrotas definitivas”. As palavras do acreano Armando Nogueira fazem acreditar que o esporte é capaz de ir além do que se imagina. E como é. É capaz de ligar três realidades completamente diferentes, de misturar pessoas e de nos fazer sonhar. O Haiti, o Acre e a Copa do Mundo de 2014 têm uma relação de dor, fé e a esperança que o futebol pode proporcionar.
A presença de trabalhadores haitianos foi confirmada nas obras da Arena da Amazônia, em Manaus, e Arena Pantanal, em Cuiabá. Os imigrantes também ajudaram na construção do Mineirão, em Belo Horizonte, e Arena Beira-Rio, em Porto Alegre. Eles entraram no país por Brasiléia (AC), Tabatinga (AM) e outras rotas.
Segundo a Unidade Gestora da Copa (UGP Copa), do Amazonas, atualmente, a Construtora Andrade Gutierrez conta com 54 haitianos trabalhando como funcionários terceirizados e 14 como funcionários diretos no canteiro de obras da Arena da Amazônia, todos recebendo salário superior ao piso mínimo estabelecido por lei. A Construtora Mendes Júnior, responsável pela Arena Pantanal, informou que 140 imigrantes do Haiti trabalham na obra atualmente. No Beira-Rio, são nove funcionários haitianos, todos contratados por empresas terceirizadas. Após a conclusão do estádio, os trabalhadores serão transferidos para outras obras.
Entre a desconfiança dos 22 mil habitantes do pacato município de Brasiléia, no interior do Acre, que faz fronteira com a Bolívia, e um futuro incerto, mais de 16.100 imigrantes já passaram pelo estado para entrar no Brasil, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos. A tríplice fronteira entre o Brasil, o Peru e a Bolívia, no Acre, é, há três anos, a principal porta de entrada dos haitianos, que começaram a chegar em dezembro de 2010, depois do terremoto que matou mais de 200 mil pessoas no país caribenho.
Em Brasiléia, haitianos conhecem o mascote da Copa de 2014 (Foto: Amanda Borges/G1)
Em Brasiléia, haitianos conhecem o mascote da Copa de 2014 (Foto: Amanda Borges/G1)
Durante esse tempo, a rotina é a mesma: eles chegam, buscam a regularização dos documentos de imigração e vão para as grandes cidades do país em busca de um emprego e boas condições de vida. Alguns entraram pelo Acre e hoje estão ajudando a construir um dos maiores eventos que o país vai receber na década: a Copa do Mundo de Futebol. Porém, enquanto uns trabalham nas obras dos modernos estádios para receber os jogos, outros continuam chegando em Brasiléia, com o mesmo sonho.
Fã de grandes jogadores do Brasil e da Seleção comandada pelo técnico Luiz Felipe Scolari, o haitiano Wisly Delva, 30 anos, chegou em Brasiléia, localizado a 265km de Rio Branco, capital do Acre, no dia 24 de janeiro. Do Haiti ao Brasil, ele encarou uma viagem de sete dias e gastou cerca de R$ 6 mil. Especializado na área de construção civil, ele sonhava em trabalhar nas obras dos estádios que vão receber jogos da Copa do Mundo.
img_3173- Não tenho nenhum amigo que esteja trabalhando nessas obras, mas queria estar lá. Sou fã do Brasil, dos jogadores… Ronaldo, Neymar, Cafu, Roberto Carlos… Acredito que o Brasil vai ser o campeão porque tem jogador para ganhar – apostou Delva, que deixou a família no Haiti e busca em terras brasileiras uma oportunidade de ter uma estabilidade financeira.
Mackson Joseph, 36 anos, cursava engenharia elétrica em uma universidade do Haiti. Há um mês em Brasiléia, ele pretende terminar o curso, mas por enquanto vai trabalhar em outra área. Joseph foi um dos selecionados para prestar serviço em um supermercado em Anápolis (GO).
- Tenho amigos que trabalham em obras de estádios em São Paulo e Rio Grande do Sul. Também queria estar lá, mas não consegui – completou Joseph.
Enquanto permanecem na terra de Armando Nogueira, os imigrantes buscam na fé uma forma de seguir em frente. Entre as milhares de malas, roupas e colchões velhos espalhados no abrigo onde estão, chama a atenção a religiosidade. É comum vê-los deitados lendo a bíblia. Mais comum ainda é o tradicional culto evangélico, realizado todos os domingos (veja o vídeo ao lado). Fieis e sonhadores, eles querem esquecer o passado e começar de novo em uma realidade ainda desconhecida.
ROTA, ABRIGO E TRABALHO
info_haitianos_no_acreO cotidiano da pequena Brasiléia mudou há três anos. No município, um abrigo mantido pelos governos do Acre e federal acolhe os imigrantes. No início, eram somente haitianos. Hoje, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), a fronteira conta com a chegada de haitianos, senegaleses, dominicanos e outras nacionalidades.
- Eles pegam um voo para o Panamá, de lá seguem de avião para o Equador, e depois de ônibus até Iñapari (Peru), fronteira do Brasil. Eles pegam um táxi e vem para Brasiléia, o que dá cerca de 110km. O Brasil está recebendo haitianos pela questão imigratória. Não podemos fazer nada. Nós trabalhamos com a questão dos direitos humanos, mas questão de documentos não é com a gente. Desde de dezembro de 2010 já se passaram mais de 16 mil imigrantes. No Brasil eu acho que tem mais de 30 mil – explicou o coordenador do abrigo, Damião Borges.
No começo, a população do município ‘abraçou’ a causa e mostrou solidariedade com a situação dos imigrantes. Porém, o tempo passou, as coisas não mudaram e a permanência dos ‘visitantes’ tem gerado incômodo em parte dos moradores de Brasiléia.
- A população ajudou muito pensando que seria passageiro, mas hoje virou rotina e a já está irritando muito. A pessoa reclama que vai ao banco e está lotado, vai na Receita… Ou seja, em todo lugar que vai fica lotado. Entre imigrantes já teve briga, mas entre brasileiros e imigrantes não. Sou daqui, mas evito ir nos lugares para não entrar em choque com a população. Me afastei de muitos lugares que eu ia antes para não ter que ouvir algumas coisas.
Hoje, o abrigo, que foi construído de forma provisória em um antigo clube de dança, tem capacidade para receber 400 pessoas, mas quase mil imigrantes estão no local. Este é o sexto lugar que eles ficam na cidade. O governo gasta R$ 12 em refeição para cada um. Ou seja, apenas em comida, são gastos cerca de R$ 12 mil por dia e R$ 360 mil por mês. A rotina é praticamente a mesma: enquanto uns saem, outros chegam. A média é de 50 por dia.
- Eles vêm porque foi colocado que aqui pagam em dólar, que é uma maravilha. De cada dez que chegam, a gente pergunta a profissão. Eles só têm duas, construção civil e comerciante. Eles falam isso porque a construção civil é mais fácil, mas é pesada. E a mulher é só comerciante, o que dificulta porque espaço para mão de obra é masculina. As empresas têm reduzido as contratações agora porque está tendo muito problema. A cada dez que eles levam, cinco desistem do trabalho em 30 ou 90 dias. É R$ 800,00 o custo mínimo para uma empresa levar um daqui. Eles abandonam porque não têm o hábito de trabalhar.
Abrigo com capacidade para 400 pessoas recebe quase mil imigrantes (Foto: Amanda Borges/G1)
Abrigo com capacidade para 400 pessoas recebe quase mil imigrantes (Foto: Amanda Borges/G1)
Além da construção civil, empresas de abatedores de aves e bovinos são as que mais contratam os imigrantes. Desde a chegada até a saída de Brasiléia, eles passam cerca de 25 a 30 dias no abrigo do município. Os estados que mais recebem são Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. De acordo com o superintendente do Ministério do Trabalho do Acre, Manoel Neto, quase 11 mil imigrantes tiraram carteira de trabalho no estado.
 Brasiléia, AC

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Site importante para os migrantes e refugiados no Brasil

Caros amigos e amigas, 
 
O site do IMDH - www.migrante.org.br - tem nova versão. Mais simples, com informações bastante atualizadas, constam as publicações de residência permanente dos haitianos, matérias sobre vários  temas de interesse tanto para os agentes sociais, quanto para os migrantes e refugiados e interessados na matéria...
Você está convidado/a a dar uma espiadinha e enviar sua opinião ou sugestões para o IMDH. Agradecemos ao Alex, da CNBB, que está fazendo esta produção (alexssb2003@gmail.com).
Contamos com ele para a revisão e complementação do trabalho.
É oportuno ouvir sua opinião.
Grande abraço

Ir. Rosita Milesi, mscs
Diretora
Instituto Migrações e Direitos Humanos
Quadra 7 - Cj. C - Lote 1 - Vila Varjão/Lago Norte
71540-400 - Brasília - DF - Brasil
rosita@migrante.org.br
imdh.diretoria@migrante.org.br
Tel.: (0055) 61 81737688 e 3340-2689
Website: www.migrante.org.br