domingo, 14 de julho de 2013

Noticia

sábado, 13 de julho de 2013

Uma pequena delegação de haitianos, cerca de 100, viajará ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude com o Papa Francisco.


Devido aos custos da viagem e da situação econômica no Haiti, esses jovens não foram articulados pela Igreja local, mas vão por conta própria. Em entrevista à Rádio Vaticano, o Arcebispo de Porto Príncipe, Dom Guire Poulard, falou das dificuldades que a juventude enfrenta no país, que praticamente são as mesmas de toda a população: falta de educação, saúde, moradia digna e oportunidades.

Diante dessas condições, muitos se vêem obrigados a abandonar o Haiti e o Brasil, como sabemos, se tornou para eles uma espécie de terra prometida. Lá eles esperam encontrar o que aqui é uma utopia: emprego. O Programa Brasileiro encontrou dois jovens que já encaminharam a papelada para a embaixada brasileira para tentar o visto. Um deles já conseguiu e só falta marcar a passagem. O destino dele será Balsas, no Maranhão. Entretanto, quem fica, além da pobreza deve combater outro inimigo: a desesperança. O bairro de Corail, um dos lugares onde trabalham as irmãs brasileiras, é o retrato da falta de expectativa. Construído como um local provisório para acolher os desabrigados do terremoto, as tendas se misturam com pequenas casas de compensado que só oferecem mesmo o reparo das intempéries. Não há luz, não há água, não há banheiro nem cozinha. O que era temporário, está se tornando permanente. Trabalhando diretamente com a juventude local, a Ir. Rita Lori Finkler, da Congregação das Irmãs Filhas do Amor Divino, usa a música para despertar não só o talento artístico dos jovens, mas para despertar outros valores, como o da não-violência.

Outro pedacinho de Brasil que encontramos no Haiti e que também lida com essa falta de perspectiva é a Minustah, a missão de paz liderada pelos militares brasileiros. Nós conversamos com o capelão, Ten. José Ribamar Garcia de Souza, que presta assistência espiritual aos 1.200 homens do contingente. “Minha paróquia é o militar brasileiro”, disse o Tenente, ao revelar que o sentimento de impotência diante da realidade atinge muitos de nossos soldados. Mesmo sendo “pau para toda obra”, garantindo a segurança, fazendo parto, construindo ruas, recolhendo o lixo ou reformando orfanatos, o estresse de lidar com a miséria é forte e muitos ficam abalados. Para o capelão, infelizmente a Minustah é imprescindível no Haiti. A retirada está prevista para 2020 e, até lá, ele espera que o país possa caminhar com os próprios pés.

FONTE: Rádio Vaticano

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