Haitianos no Brasil. O SERVIÇO VOLUNTÁRIO PRÓ HAITI foi um projeto desenvolvido pelos jesuítas do Brasil na cidade de Manaus em 2011, 2012, 2013. Atualmente, permanece o blog para consultas, informações e contatos. O Haiti foi devastado em 2010 por um terremoto que vitimou muitas pessoas. "Não há maior dor no mundo que a perda de sua terra Natal" (Eurípedes, 431 a.C.)
É muito importante promover e proporcionar trabalho aos haitianos. A SUA ATITUDE FAZ A DIFERENÇA!
À esquerda, abrigo para haitianos no Acre superlotado em junho de 2015. À direita, foto tirada na quarta-feira (06) mostra corredores vazios (Fotos: Divulgação)
8 de janeiro de 2016 9:28
O Acre tem deixado de ser a principal rota para entrada de imigrantes haitianos no Brasil desde que o País ampliou a emissão de vistos pelas embaixadas em Porto Príncipe (Haiti), Quito (Equador) e Lima (Peru). Em 2015, houve uma queda de 96% no número de haitianos ilegais que chegaram ao Brasil pelo Estado.
Enquanto em janeiro houve o registro de 1.393 imigrantes, em dezembro esse número despencou para 54, segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Acre. Dados da Divisão de Imigração do Ministério das Relações Exteriores apontam que a emissão de vistos a haitianos subiu 1.537% de 2012 a 2015. Isso mostra que os imigrantes têm entrado no País regularizados por capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, em vez de fazer a longa e cara viagem para entrar ilegalmente pelo Acre.
Vistos
Nos últimos quatro anos, foram emitidos 38.065 vistos permanentes para haitianos pelas embaixadas do Brasil – 30.385 em Porto Príncipe, 7.655 em Quito e 25 em Lima, segundo o Itamaraty. Enquanto em 2012 foram emitidos 1.255 vistos, em 2015 o número saltou para 20.548.
No abrigo montado em Rio Branco , o cenário é muito diferente do registrado anos anteriores, quando o Acre recebia até 100 haitianos diariamente. Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Nilson Mourão, atualmente, o abrigo tem recebido no máximo duas pessoas por dia.
Desde 2010, quando passou a ser rota de imigração, o Acre recebeu mais de 43 mil haitianos, conforme a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos. (AG)
Date: Fri, 8 Jan 2016 10:26:58 -0200
Subject: Fwd: Vaga - Caseiro para Sítio em Juquitiba/SP
From: renata.coyado@gmail.com
To:
Senhores,
Bom dia!
Peço a gentileza de me ajudar divulgar
a vaga disponibilizada para o interior de São Paulo. Não localizei uma forma de
contato com uma central de ajuda aqui próximo. Se puderem encaminha-lo,
agradeço!
Estamos com uma vaga para CASEIRO para morar e cuidar de um sítio em
Juquitiba/SP, realizando algumas atividades agrícolas (horta/pomar), reparos
domésticos, cuidado com lagos e galinheiro, etc.
Temos uma casa exclusiva para ele, onde ele poderá morar com sua família
(preferencialmente família com até 4 membros).
Dar-se-á preferência ao candidato que não tenha vício de cigarro e/ou bebida, e
que entenda o mínimo do idioma português.
Além da moradia edificada, o total custeio de energia elétrica e água/esgoto
encanado, oferecemos registro em carteira com o pagamento de salário mínimo por
mês.
Maiores informações ou para agendar entrevista por e-mail "renata.coyado@gmail.com".
Assistência Social irá promover um encontro em 2016 para ouvir líderes
haitianos em Santa Catarina
Detalhes
Publicado em Domingo, 03 de
Janeiro de 2016, 15:22
A Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST)
promove em 2016 um encontro com os líderes da comunidade haitiana no estado para
conhecer a realidade e, a partir disso, traçar um perfil da situação desta
população em Santa Catarina. Além disso, a ideia é concentrar na secretaria
todos os dados referentes aos imigrantes, já que as informações estão em órgãos
diversos.
“Queremos conhecer a realidade destas pessoas e escutar quem mais entende das
necessidades dos imigrantes: eles mesmos”, destaca o secretário de Estado da
Assistência Social, Trabalho e Habitação, Geraldo Althoff.
Em 2015, a SST acolheu os imigrantes que desembarcaram no estado vindos do
Acre. A estimativa é que tenham passado por Santa Catarina pelo menos 3,5 mil
haitianos. De acordo com dados da Secretaria de Assistência Social de
Florianópolis, de maio a agosto de 2015, 490 imigrantes estiveram em
Florianópolis. Destes, 454 eram haitianos, 35 senegaleses e um da República
Dominicana. Vinte e seis imigrantes ficaram em Florianópolis e os demais foram
encaminhados para outros estados ou municípios. Todos os que residem na Capital
estão empregados e 15 deles estão sobre a tutela da prefeitura.
Em Florianópolis, o trabalho foi realizado em parceria com a prefeitura. Os
imigrantes foram recebidos no ginásio Saul Oliveira, no Bairro Capoeiras, área
continental de Florianópolis. Além de tomarem as vacinas recomendas pela
Vigilância Epidemiológica do Estado, eles foram cadastrados e encaminhados para
seus destinos finais.
Em julho, a SST também promoveu um encontro estadual para debater questões
sobre o fluxo migratório e as políticas públicas intersetoriais voltadas para os
imigrantes em Santa Catarina. A reunião contou com representantes dos municípios
de Balneário Camboriú, Criciúma, Florianópolis, Içara, Ituporanga e Jaraguá do
Sul, trocou experiências e discutiu ações conjuntas para reforçar a qualidade de
atendimento dos que chegam ao Estado.
Informações
adicionais: Luciane Lemos Secretaria de Estado da Assistência
Social, Trabalho e Habitação E-mail: ascom@sst.sc.gov.brO endereço de e-mail address está sendo protegido de
spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Telefone:
(48) 3664-0906 ou 3664-0753
Em 2016, fronteiras brasileiras estarão mais abertas aos refugiados estrangeiros
Na segunda reportagem da série Perspectiva-2016, a política brasileira para o drama dos refugiados. Enquanto alguns países da Europa fecham as suas fronteiras, no Brasil a ideia é acolher um número maior de imigrantes
Desde o terremoto que atingiu o país em 2010, haitianos têm escolhido Brasil como destinoJuan Diaz/Fato Online
O ano de 2015 foi marcado pelo drama dos refugiados, principalmente na Europa. A trágica foto do menino sírio Alan Kurdi, que morreu afogado tentando desembarcar numa praia da Turquia, marcou o ano. Mas, enquanto alguns países da Europa se fecham para o drama dos refugiados, no Brasil foi diferente. E essa permanece sendo a perspectiva para 2016. O Brasil desenvolveu uma política diferenciada para o problema. Vem facilitando a entrada de estrangeiros que vivem situação de guerra em seus países, ou por questões humanitárias, como é o caso dos haitianos, que desde o terremoto no país, em 2010, entram em grande número em território brasileiro. E a perspectiva é que, em 2016, o processo se mantenha, até com a possibilidade de o movimento migratório aumentar
Primeiro bebê a nascer em 2016, em Curitiba, tem pais haitianos refugiados
Menina nasceu no primeiro minuto desta sexta-feira (1º). Ela se chama Thaïnouche, e a mãe quer que a criança cresça no Brasil.
Do G1 PR, com informações da RPC Curitiba
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O primeiro bebê a nascer em 2016, em Curitiba, foi uma menina que tem pais haitianos. Eles são refugiados e vivem na capital paranaense há dois anos. A criança nasceu no primeiro minuto desta sexta-feira (1º).
Mariê Carline Noel, a mãe da menina, contou que não quis sair de casa na noite de quinta (31). "Estava sentanda vendo televisão e uma coisa fez um 'clup' em mim. Começou a fazer 'clup' e eu falei: 'Ai meu Deus, o que foi meu Deus'", contou. Entre 22h e 23h, a bolsa estourou, e o marido dela chamou a ambulância para levá-la ao hospital.
O bebê nasceu pesando 3,4 quilos e passa bem. A menina recebeu dos pais um nome haitiano: Thaïnouche. Mariê comemou o início de 2016: "Foi um feliz Ano Novo pra mim, tenho uma filha".
O pai da criança já trabalhou em supermercado e restaurante, mas, atualmente, está desempregado. Mariê é quem está sustentando o casal. Ela trabalhou como auxiliar de cozinha até duas semanas atrás.
Mariê já faz planos para a filha. Ela quer que a mais nova curitibana cresça na cidade onde nasceu. "Eu quero que minha neném cresça aqui, depois de grande, que ela vá à escola, depois que for à escola, que vá à universidade. O neném vai aprender aqui no Brasil", disse.
Aula pública no Campus Chapecó aborda imigração dos haitianos e a UFFS
Qui, 03 de Dezembro de 2015 -
Toda a comunidade acadêmica está convidada a participar da Aula Pública do curso de Administração da UFFS – Campus Chapecó, com a temática “Os novos rostos da imigração no Brasil: os haitianos e a UFFS”. O evento, promovido pelo curso de Administração, Direção do Campus Chapecó e Grupo de Estudos sobre Imigrações para a Região Oeste de Santa Catarina (Geirosc), acontece na terça-feira (8), às 19h, no auditório do bloco A.
Para a professora que organizou a aula, Kelly Tosta, a universidade transforma o meio onde está inserida. “Não podemos, enquanto instituição, nos omitir ao movimento migratório que vem ocorrendo no mundo, no Brasil, na nossa cidade e dentro da própria Universidade. É uma questão de cidadania!”, aponta. Ela ressalta que muito do preconceito é oriundo da desinformação, e, por isso, é necessário expor os dados para fundamentar o debate. “Nosso objetivo é trazer aos alunos informações relevantes e abrir espaço para que através da discussão cada aluno seja capaz de construir sua opinião sobre o tema, com base em argumentos sólidos e fundamentados”, finaliza.
"O que eu ganho é para pagar aluguel e comer. Isso não é vida", conta Berhman Garçon, haitiano, de 36 anos, formado em jornalismo pela Université Polyvalente d'Haiti e mestrando em antropologia pela Unicamp.
Apesar dos cursos universitários, ele nunca conseguiu um emprego em sua área profissional no Brasil, desde de que se mudou para Campinas há cerca de cinco anos. Para sobreviver, conta que já trabalhou como garçom em restaurante e recepcionista em hotel. No momento, está desempregado, vivendo de bicos e de trabalhos esporádicos de edição de vídeo que realiza para clientes no exterior.
Ele conta que trabalhava como diretor de programação de TV no grupo Rádio Tele Megastar e que migrou para o Brasil após o terremoto de 2010, quando "a situação piorou muito" no Haiti e os pagamentos começaram a atrasar.
A partir da análise dos dados oficiais do Ministério do Trabalho, os pesquisadores da FGV constataram que uma parcela muito pequena dos trabalhadores haitianos graduados tem um emprego compatível com sua qualificação no Brasil.
De acordo com os números mais recentes da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), havia 440 imigrantes haitianos com curso superior trabalhando com carteira assinada no Brasil em 2014. Desse total, apenas 15 (3,4%) exerciam funções que exigem diploma universitário.
A grande maioria dos haitianos graduados ocupava cargos que demandam apenas ensino fundamental (302) ou médio (58). Esses grupos representam juntos 82% dos haitianos com curso superior empregados no Brasil.
O restante tinha empregos de nível técnico (59) ou sem exigência de qualificação (5). Apenas um ocupava um emprego com requisito de pós-graduação.
Vale destacar que é possível encontrar 30.457 registros de haitianos com vínculos formais de trabalho na Rais, mas a grande maioria não tem formação universitária.
O levantamento da FGV, coordenado por Marco Aurélio Ruediger, foi feito a pedido do governo. Seu resultado será debatido na terça-feira em Brasília, com parte das discussões do seminário "Imigração como Vetor de Desenvolvimento do Brasil".
Outras nacionalidades
A comparação dos dados dos imigrantes haitianos com os de outras nacionalidades mostra uma grande disparidade.
Segundo o levantamento da FGV, há quase 156 mil estrangeiros empregados com carteira assinada no país, sendo que 48.199 têm curso superior.
Do total de graduados, a grande maioria (71,7%) está de fato exercendo profissões que exigem o ensino superior, além de 9,8% ocuparem cargos de exigência técnica.
Uma pequena parcela das pessoas com ensino superior está em ocupações que, geralmente, exigem pós-graduação, ou em funções que não necessariamente demandam qualificação universitária, como ministrantes de cultos religiosos e profissionais relacionados às artes – essas categorias seguem a Classificação Brasileira de Ocupações. Leia também: Operação encontra 11 pessoas em situação de trabalho escravo em obra olímpica
Dessa forma, o estudo da FGV aponta que, de maneira geral, apenas 15,4% dos imigrantes com diploma universitário não trabalham em funções equivalentes a sua qualificação e estão empregadas em cargos que exigem apenas ensino fundamental ou médio.
Preconceito
Há cerca de cinco anos no Brasil, Berhman Garçon fala bem português e, embora não tenha conseguido revalidar seu diploma, diz que isso não tem sido seu principal obstáculo. Na sua vivência, ele identifica outros fatores que dificultam a obtenção de uma vaga no mercado jornalístico.
"Falo inglês, francês, creole, espanhol, português. Mas primeiro tem o preconceito. Eu sou negro. Então, se tem uma vaga, mesmo que eu tenha mais qualificação que os outros, eu não consigo", diz ele.
"Já mandei muitos currículos, já fui a empresas pedir emprego. Dizem que vão chamar se houver oportunidade, mas é papo furado", reclama.
Além disso, Garçon vê uma desconfiança das empresas brasileiras com os estrangeiros.
"Eles têm medo de lidar com os estrangeiros, receio de que ele não vai conseguir fazer (o trabalho). Como você vai saber se eu vou conseguir fazer, se não me dá oportunidade?", questiona.
Sem perspectivas reais de conseguir um emprego em sua área, Garçon está investindo R$ 250 num curso rápido de operador de empilhadeira.
"É a possibilidade de um plano B. Como eu não consegui um trabalho de jornalista, ter uma vaga para operar empilhadeira vai me ajudar a pagar meu aluguel até eu voltar para o Haiti. Quero voltar ano que vem", planeja.
Fluxo novo
O pesquisador Wagner Faria de Oliveira, da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV, identifica outros elementos que podem explicar essa diferença.
Ele nota que a imigração haitiana é mais recente que de outras nacionalidades, como pessoas que vêm dos países vizinhos da América do Sul e de nações europeias como Portugal, Espanha e Itália.
"Geralmente esses imigrantes que seguem fluxos mais antigos (de migração) conseguem se integrar melhor no mercado de trabalho, pois já possuem redes de apoio", explica.
"As pessoas costumam migrar por questões econômicas, em busca de melhores oportunidades, mas esse não é o único fator que conta. O fato de já existirem redes, comunidades de pessoas daquele país, torna o fluxo mais facilitado", acrescenta.
Além disso, diz Oliveira, mais um fator que dificulta a integração dos haitianos é a língua. Enquanto a maioria dos imigrantes que vêm para cá falam português ou espanhol, o haitiano fala creole (uma língua derivada do francês).
"É bem mais difícil para eles aprender o português", observa o pesquisador da FGV.
Revalidação de diploma
Outro problema que atrapalha a inserção dos imigrantes com curso superior é a dificuldade para conseguir revalidar diplomas estrangeiros no Brasil, já que não há regras unificadas no país - cada universidade tem autonomia para adotar seu procedimento, o que é garantido na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional.
Segundo Oliveira, o Ministério da Educação tem tentado acelerar esse processo por meio de resoluções do Conselho Nacional de Educação.
"Há um esforço de tentar resolver, mesmo mantendo a autonomia universitária. Uma das sugestões que se colocou foi você ter, por exemplo, uma lista de cursos de universidades que já foram aprovados e esse curso já passaria a ser validado automaticamente, caso seja feita uma requisição em outra universidade", diz.
"Hoje, mesmo se uma pessoa de um curso x de uma universidade y já tenha tido seu diploma validado, se outra pessoa do mesmo curso pedir a validação em outra universidade, vai começar um processo novo", explica.
Atualmente, o Congresso Nacional está debatendo um novo Estatuto do Estrangeiro para substituir a legislação de 1980. Embora a proposta em discussão traga regras que podem facilitar a entrada de estrangeiros, como a não exigência de um vínculo empregatício prévio para liberação de um visto de trabalho, a FGV aponta para a falta de debate sobre medidas específicas para atração de mão de obra qualificada para o país.
O presidente do Conselho Nacional de Imigração, Paulo Sérgio de Almeida, reconhece o problema. Ele diz que a discussão sobre facilitar a revalidação do diploma está engatinhando no Mercosul. E mesmo na União Europeia, onde isso está mais adiantado, ainda é um processo recente.
"Não é uma discussão fácil. O Brasil tem que avançar muito nesse assunto para que não ocorra o desperdício de talentos. Isso é uma perda gigantesca não só para ela como pessoa mas também para o país que a acolhe", disse à BBC Brasil.
"Isso não esta sendo enfrentado nesse novo debate da nova lei migratória", admitiu. Leia também: Mariana: 'Debate não foi proporcional à escala do desastre', diz relator da ONU