sexta-feira, 3 de maio de 2013

No Rio Grande do sul tem muitos haitianos trabalhando em varias empresas.

Haitianos no Rio Grande do Sul enviam parte do salário para parentesA assessoria de Relações Internacionais da comissão disse que, em geral, os imigrantes enviam mensalmente US$ 100 (cerca de R$ 200) por mês às famílias

Agência Brasil
Publicação: 02/05/2013 16:07 Atualização:

Os imigrantes haitianos contratados por empresas do Rio Grande do Sul têm o hábito de reservar parte do salário para enviar aos parentes que ficaram no país. Desde 2012, quando intensificou a entrada irregular desses imigrantes no Brasil, pela fronteira do Acre com o Peru e a Bolívia, por volta de 400 deles foram contratados por empresas gaúchas.

O levantamento é da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A assessora de Relações Internacionais da comissão, Sandra Vial, disse à Agência Brasil que, em geral, os imigrantes enviam mensalmente US$ 100 (cerca de R$ 200) por mês às famílias.

“Agora, nós estamos trabalhando aqui para conseguir que eles possam enviar o dinheiro aos familiares no Haiti livres do pagamento de taxas. Qualquer US$ 5 [cerca de R$10] é muito dinheiro para eles”, ressaltou Sandra Vial. Ela destacou que a comissão, desde junho do ano passado, não recebe denúncia de violação de direitos humanos praticada por empresários gaúchos.

O perfil dos haitianos aponta que alguns têm formação profissional - como médicos, advogados e engenheiros. Para a assessora da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, a imigração “em massa” tem causado danos irreparáveis ao Haiti. “A única saída é pressionar as Nações Unidas para que priorize a reconstrução do país, destruído pelo terremoto de 2012”, ponderou Sandra Vial.

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A Indústria e Comércio de Massas Romena, em Gravataí (RS), tem 30 haitianos no quadro de pessoal. A responsável pelo setor de Recursos Humanos da empresa, Raquel Hubner, disse que 21 foram contratados em 2012 e os demais chegaram por conta própria. A maioria trabalha no transporte de mercadorias, e dez mulheres atuam na cozinha. “Eles são dedicados e não faltam”, observou a funcionária da empresa alimentícia. A indústria está investindo em aulas de português, a pedido dos próprios haitianos.

Para Raquel Hubner, ainda existe resistência, por desconhecimento, por parte das empresas na hora de contratar os haitianos. Em março, ela disse que a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina enviou uma comissão à fábrica para conhecer o trabalho dos imigrantes e buscar informações sobre o desempenho deles.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, disse à Agência Brasil que o “desafio” enfrentado, agora pelo estado e pela força-tarefa do governo federal que está em Brasileia, é justamente acelerar o processo de contratação dos imigrantes que estão prontos para trabalhar no país. Segundo ele, 800 haitianos estão em Brasileia preparados para ingressarem no mercado de trabalho.

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