domingo, 1 de junho de 2014

Noticia 29-05-2014

Imigrantes ficam em locais destinados a bois e cavalos ao chegar no Acre


Para os imigrantes recém-chegados, o sonho do Brasil como “terra prometida” se desfaz logo no Acre, primeira parada após a longa travessia pela América Latina.
Instalações precárias, demora na regularização dos documentos, dificuldades com a língua e ofertas de emprego muitas vezes degradantes são alguns dos fatores que contribuem para adiar o futuro do sonho brasileiro.

O abrigo, antes mantido pelo governo do Acre em Brasileia, na fronteira com a Bolívia, foi transferido para Rio Branco no mês passado. Na cidade fronteiriça, a situação beirou o “caos social” com uma superlotação que chegou a quase 2.500 imigrantes.

Agravou a situação a cheia do rio Madeira, que deixou o Acre ilhado e impediu o “escoamento” de imigrantes para outros Estados do país.

Em Rio Branco, até o próximo mês, o abrigo funcionará no Parque de Exposições.
Por causa da ExpoAcre, uma tradicional festa agropecuária, o governo terá de procurar um novo endereço –ainda indefinido– para os imigrantes, o oitavo desde que a migração em massa começou a ser registrada na região da Amazônia ocidental, entre 2010 e 2011.

Sem o abrigo na fronteira, os imigrantes que chegam não encontram amparo algum. O governo federal não disponibiliza nenhuma estrutura para recebê-los.

A reportagem encontrou dezenas de haitianos na rodoviária de Epitaciolândia (vizinha a Brasileia) que estavam ao relento e sem comer havia três dias. Eles diziam não ter dinheiro para sair dali.

Há duas semanas, quando a Folha visitou o abrigo, 412 pessoas estavam no local. Senegaleses eram maioria. Eles esperam muito mais tempo pela regularização dos documentos do que os haitianos, que recebem visto humanitário, cujo trâmite é rápido.

No local, todos os imigrantes –homens, mulheres e adolescentes– estão agrupados em galpões destinados à exposição de bois e cavalos.

Na hora da comida, eles não têm mesas nem onde se sentar. Utilizam o chão. Como não há talheres, comem com a tampa das quentinhas, como nas prisões.

O espaço no Parque de Exposições é grande, mas há pouco para se fazer. Ao contrário da Missão Paz em São Paulo, por exemplo, no Acre não há aulas de português ou qualquer outro processo que os ajude na integração aos costumes brasileiros.

“Se soubesse que seria assim, não teria vindo. Não recomendo ninguém passar pelo que estou passando”, dizia o dominicano Melvin de Jesus Javier, 29, que chegou ao Acre após ser roubado e deixado pelo meio do caminho no trajeto entre Puerto Maldonado, no Peru, e a fronteira brasileira. Ele não sabe para onde ir no Brasil.

Apesar da precariedade, o abrigo funciona com uma lógica própria. Senegaleses (geralmente muçulmanos) e haitianos (cristãos) fazem cultos, mas pouco se misturam. Um comerciante acriano com algum dinheiro e tino empreendedor criou uma lan house no local, sempre cheia. Trinta minutos de internet custam R$ 1.

Há uma constante tentativa de se fazer dinheiro dentro do abrigo: imigrantes foram flagrados tentando revender a comida distribuída lá dentro e até os colchões.

Mas alguns deles se tornam referência. É o caso do senegalês Dame Gueye, 29, formado em comércio exterior e que domina sete idiomas. Além de tradutor, ele se virou uma espécie de coordenador informal do abrigo.

Por: Lucas Ferraz e Avener Prado
Fonte: UOL Notícias 


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Publicado em sexta-feira, 23 de maio de 2014 às 07:00

Grana planeja mutirão em junho para incluir haitianos                         


Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC                
Celso Luiz/DGABC

A cúpula do governo Carlos Grana (PT), de Santo André, decidiu realizar mutirão na primeira quinzena de junho na tentativa de incluir a comunidade de haitianos, recém-chegados do país caribenho à cidade – aproximadamente 650 estrangeiros vivem hoje na favela dos Ciganos, no bairro Utinga, próximo à linha do trem. O prefeito se reuniu ontem com quatro secretários no Paço para estudar alternativas e apresentar proposta ao grupo. Santo André tornou-se o terceiro principal destino brasileiro, atrás apenas da Brasileia, no Acre, e São Paulo.

Na atividade que será promovida naquela região, a Prefeitura fará um cadastro de imigrantes, visando diagnóstico e perfil da situação dos refugiados. O projeto passa por oferecer curso de Língua Portuguesa, regularização de documentos, como RG e carteira de trabalho, e intermediar vagas de emprego no CPETR (Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda). Outro procedimento sinalizado é firmar parceria com o Banco de Alimentos, da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), objetivando distribuir produtos aos munícipes de baixa renda.

“Pretendemos fazer o mutirão antes do início da Copa (do Mundo no Brasil, na qual a abertura do evento ocorrerá dia 12). A principal ação se dará com as aulas de idioma (maior parcela fala em crioulo e francês), que é barreira na colocação no mercado”, sustentou o secretário de Relações Institucionais, Tiago Nogueira (PT). Com o plano consolidado, a proposta vai envolver a Associação Clube de Mães, entidade que procurou a Prefeitura para auxiliar na ação, igrejas e escolas. “Precisamos entender quem faz parte dessa população”, analisou. Percentual significativo é homem, religioso e está desempregado.

Tiago rechaçou que o procedimento tenha cunho político-eleitoral. São 584 haitianos cadastrados na associação. Segundo o petista, a iniciativa tem fundo apenas humanitário. “Entendemos como drama que eles passam no momento. Por isso, esse olhar no social.” Em 2010, o Haiti sofreu terremoto de grande escala que matou mais de 300 mil pessoas. Desde então, cerca de 21 mil estrangeiros entraram legalmente no Brasil.


 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Haitianos Nova Lista de Residencia Permanente no Brasil. Favor informar para os interessandos para no prazo de 90 dias se apresentarem na Policia Federal.


CONSELHO NACIONAL DE IMIGRAÇÃO
 
DESPACHOS DO PRESIDENTE
 
 
 
Em 21 de maio de 2014
O Presidente do Conselho Nacional de Imigração, faz público
que em reunião de 08 de Abril de 2014, o Conselho Nacional de
Imigração deferiu os seguintes pedidos de concessão de permanência
definitiva:
Permanência Definitiva - CNIg - RN 27, de 25/11/1998:
Processo: 46094035057201351 Prazo: Indeterminado Estrangeira:
ISABEL MENDOZA ALMEIDA Passaporte: NÃO INFORMADO.
Permanência Definitiva - CNIg - RN 27/98 C/C RR 08/06:
Processo: 46094001780201418 Prazo: Indeterminado Estrangeira:
ABELCIANE SINTIL Passaporte: PP2292234 Estrangeiro:
BELIDIEU CHOUCHOUTE Passaporte: SD2759775 Estrangeiro:
BEN-AMMY HOLLAND JOSAPHAT Passaporte: PP2598111 Estrangeiro:
BRUTUS PIERRE LOUIS Passaporte: PP2871394 Estrangeira:
DIEULA MEYANT Passaporte: CY2354694 Estrangeira: ERLINE
ALEXANDRE Passaporte: PP2852896 Estrangeiro: EVENS
RICHARD Passaporte: PP2923751 Estrangeiro: EVERSON FRANÇÕIS
Passaporte: PP1910904 Estrangeiro: FELICIEN JEAMPOUX
 
 
 
Passaporte: PP2860397 Estrangeiro: FRANCKY SAINFLEUR Passaporte:

PP2928801 Estrangeiro: GUERBYSON DESTRA Passaporte:

PP2932458 Estrangeiro: ISMAEL CHER-ENFANT Passaporte:

DA3027097 Estrangeiro: JACCIN ALBERT Passaporte: PP2941905

Estrangeiro: JEAN JAMES EMMANUEL ARISTHENE Passaporte:

PP2924710 Estrangeiro: JEAN LOUIS MARY ERNEST Passaporte:

HY3032462 Estrangeiro: JEAN-SONY MOMPERROUSSE Passaporte:

PP2576104 Estrangeiro: JOHNSON JOSEPH Passaporte:

CY2562720 Estrangeiro: JUNIOR LINDOR Passaporte: PP1999411

Estrangeira: KETTLIE BONHOMME Passaporte: PP2228916 Estrangeiro:

LAMILE TIBEAU Passaporte: PP2200636 Estrangeira: MAGDA

JULIEN Passaporte: PP2812462 Estrangeiro: MICHELET ESTAMA

Passaporte: PP2941085 Estrangeira: MIKERLANDE BRUNO

Passaporte: CY2825411 Estrangeiro: MURAH JN BAPTISTE Passaporte:

PP2659891 Estrangeiro: NADER BERNARD Passaporte:

PP2899302 Estrangeira: NATACHA PADOVANY Passaporte:

PP2863780 Estrangeiro: NEVIL DUMAS Passaporte: PP2905764 Estrangeiro:

NICKEL BERNARD Passaporte: PP2228573 Estrangeiro:

PATRICK AUGUSTE Passaporte: PP2624519 Estrangeiro: PIERRE

ELMONTE FIEVRE Passaporte: PP2927558 Estrangeiro: RAYNOLD

FRANÇOIS Passaporte: SD2687430 Estrangeiro: ROMEL

CAZY Passaporte: PP2917498 Estrangeiro: RONALD RENE Passaporte:

RD2537679 Estrangeiro: SADRAC JEANTY Passaporte:

PP2864679 Estrangeiro: SHELLOT PUBIEN Passaporte: PP2488646

Estrangeiro: VENEL DELISCA Passaporte: CY2675061 Estrangeiro:

WADSON GUERINE Passaporte: PP2244441 Estrangeiro: WILGENS

ALEXIS Passaporte: PP2016991 Estrangeiro: WISLER JULES

Passaporte: SA2697304 Estrangeiro: WISLY ANDRE Passaporte:

PP2864692 Estrangeira: VIOLANDE GESSE Passaporte:

PP2832890 Estrangeiro: YODELIN HAIS Passaporte: PP2862223

Estrangeiro: YOUGUENS SAINT-CYR Passaporte: PP2924309 Estrangeiro:

YVIOR JACQUES Passaporte: PP2634224, Processo:

46094002268201499 Prazo: Indeterminado Estrangeira: ALIETTE

PIERRE LOUIS Passaporte: PP2856156 Estrangeira: BELINDA

PIERRE Passaporte: PP2423976 Estrangeiro: BENICE DUBREUS

Passaporte: SA2762008 Estrangeiro: BERNIER JOSEPH Passaporte:

PP2569209 Estrangeiro: BERTHONY OMIDA Passaporte:

PP2746648 Estrangeiro: CADELY JEAN SERGE Passaporte:

CH2782827 Estrangeiro: DACILLON PIERRE Passaporte:

PP2913003 Estrangeiro: DELSAINT LAURENCY Passaporte:

GV2620465 Estrangeiro: DIEU-LOUIS TALEYRANT Passaporte:

PP2931032 Estrangeiro: DIEUBON LOUIS Passaporte: GV2632337

Estrangeiro: EDNER VITAL Passaporte: PP2509029 Estrangeiro:

ERICK CELIFORT ESPERANCE Passaporte: HI2753848 Estrangeiro:

ERYANT DORJILUS Passaporte: RD2324491 Estrangeiro: ESTEPHENE

GESSE Passaporte: PP2637619 Estrangeira: EVENA FELIX

Passaporte: GV2569422 Estrangeira: FARAH FELIX Passaporte:

PP2903974 Estrangeiro: FAROT PIERRE Passaporte: PP2633528 Estrangeiro:

FLEURINEL VAL Passaporte: PP2645208 Estrangeiro:

FRANCEN PIERRE - LOUIS Passaporte: PP2878569 Estrangeiro:

FREDLY SIMON Passaporte: PP2898479 Estrangeiro: FRESNELY

EUGENE Passaporte: GV2909586 Estrangeiro: GERARD DERISMA

Passaporte: GV2818867 Estrangeiro: GUERBISSON SIMONVIL

Passaporte: GV2918873 Estrangeira: HERODINE FRANÇOIS Passaporte:

PP2465985 Estrangeiro: ILERESTE ESTIME Passaporte:

PP2912087 Estrangeiro: JAMES DECEUS Passaporte: PP2906636

Estrangeiro: JEAN DENIS MERCIER Passaporte: SA3014023 Estrangeiro:

JEAN PIERRE SIMON Passaporte: PP2836108 Estrangeiro:

JESUFRANT CALISTE Passaporte: RD2546121 Estrangeira:

JUNIOR SIMEON Passaporte: PP2916133 Estrangeiro: KENSO

PAUL Passaporte: PP2896263 Estrangeiro: LAHENS EXANTUS

Passaporte: PP2918895 Estrangeiro: MACKENTOSH TALIEN Passaporte:

PP2662300 Estrangeira: NADEGE DORIVAL Passaporte:

GV2838708 Estrangeiro: NAGENS METELLUS Passaporte:

PP2554915 Estrangeiro: NARILIEN NADIUS Passaporte:

SA2768516 Estrangeiro: NESLY THEOPHILE Passaporte:

PP2818117 Estrangeiro: NICODEME CHARLES Passaporte:

RD2450257 Estrangeiro: NODRIGE ESPADY Passaporte:

CH2860756 Estrangeiro: ODESSE JULES Passaporte: SA2694382

Estrangeiro: ONAC LOUIS Passaporte: SD2687438 Estrangeiro:

OSIAS GUILLAUME Passaporte: SD3067324 Estrangeiro: PIERREJEAN

BELFORT Passaporte: PP2919720 Estrangeira: PIERRECINETTE

DUMAS Passaporte: GV2901673 Estrangeiro: RICHENER

JEAN Passaporte: PP2625061 Estrangeiro: RONALD CADETTE

Passaporte: PP2465485 Estrangeira: RUTHA LOUIS Passaporte:

PP2417669 Estrangeiro: SADRACK BEN-HADAD FLEURINORD

Passaporte: PP2898238 Estrangeiro: SAINVANOR CHERY Passaporte:

RD2315200 Estrangeira: SOPHIA CIMA Passaporte:

RD2547344 Estrangeiro: WILFORT SAINT-PIERRE Passaporte:

PP2731055 Estrangeira: YALINE LOUISIASTE Passaporte:

PP2878448, Processo: 46094003070201422 Prazo: Indeterminado Estrangeiro:

ACHEDOU GEFFRARD Passaporte: PP2913954 Estrangeiro:

AGUENSON GELIN Passaporte: VZ3071980 Estrangeiro:

AUGUSTIN STYL Passaporte: PP2792941 Estrangeira: BEICA

SOULOUPE ARISTHENE Passaporte: 060135821 Estrangeiro: CELONDIEU

DORILIEN Passaporte: PP2601608 Estrangeiro: CLAUDY

MAÇILLON Passaporte: RD2539646 Estrangeiro: DAVIDSON

MARTILUS Passaporte: PP2601083 Estrangeiro: DEBEL MARIUS

Passaporte: VZ2769729 Estrangeiro: DESSAUREL CENE RENELIQUE

Passaporte: PP1857409 Estrangeiro: DIEULIFAINE DORCELUS

Passaporte: PP2430590 Estrangeiro: DIEZ JUNIOR JEAN

JACQUES Passaporte: PP2555403 Estrangeiro: FEDERME ALMONOR

Passaporte: RD2579526 Estrangeiro: GONEL LAVENTURE

Passaporte: PP2875535 Estrangeiro: GUYPSON BERTRAND Passaporte:

PP2667952 Estrangeiro: ILIOBERT ROUZARD Passaporte:

RD2953172 Estrangeiro: INNECTOR SANON Passaporte:

RD2703707 Estrangeiro: JACCIUS PIERRE Passaporte: RD2531577

Estrangeiro: JEAN BERNARD DOUZE Passaporte: PP1918731 Estrangeiro:

JEAN BRUNACHE PHILOGENE Passaporte: PP2005079

Estrangeiro: JEAN GUERSAINT JACCE Passaporte: PP2744691

 Es
trangeiro: JEAN JOCETIN COMPERE Passaporte: PP2596727 Estrangeiro:

JEAN MARIE JACQUES Passaporte: SA2775175 Estrangeiro:

JEAN-WILCAINE PLAISANCE Passaporte: RD2585304 Estrangeira:

JESUCARME ARISTHENE Passaporte: VZ3029463 Estrangeiro:

JOSE FRANSISQUES Passaporte: CH2891342 Estrangeiro:

JUDE LAFORTUNE Passaporte: PP2912868 Estrangeira: JUNETTE

PIERRE Passaporte: BR3072398 Estrangeiro: KENEL DUMAS

Passaporte: PP2904439 Estrangeira: KENIA TIMOUCHE Passaporte:

VZ3030747 Estrangeiro: LIDET ELIE Passaporte:

JC2903109 Estrangeiro: LOUIS SAINTILME Passaporte:

RD2517044 Estrangeira: MARIE CHRISTINE SOUVERAIN Passaporte:

PP2223150 Estrangeiro: MARKENS JEAN MARY Passaporte:

PP2645769 Estrangeiro: MARKENSON GERMAIN Passaporte:

PP2910638 Estrangeiro: MOISE METELUS Passaporte:

SA2760793 Estrangeiro: OBENY PERRIER Passaporte: RD2459750

Estrangeiro: ODENEL VALMYR Passaporte: RD2405372 Estrangeiro:

OMANOVE FLEURY Passaporte: PP2850429 Estrangeiro: OSNIC

JEUDY Passaporte: JC2510552 Estrangeiro: PROPHETE ESTELUS

Passaporte: PP2084816 Estrangeiro: RENALD CHARLEMOND

Passaporte: SD2980621 Estrangeiro: RENER SILLY Passaporte:

PP2240630 Estrangeiro: RODNEY JOSEPH Passaporte:

PP2932627 Estrangeiro: RONALD MECHARLES Passaporte:

PP2166257 Estrangeiro: RONALD MICHEL Passaporte: GV2905053

Estrangeiro: SCHILET LOUIS Passaporte: PP2866309 Estrangeira:

SHERLINE BELIZAIRE Passaporte: GV2843905 Estrangeiro: SILEME

FILS-AIME Passaporte: GV2885898 Estrangeiro: SOLENE

HILAIRE Passaporte: PP2903985 Estrangeiro: WILFOOD LUXAMA

Passaporte: VZ3011358 Estrangeira: YVETHA JEAN CHARLES

Passaporte: GV2897413, Processo: 46094003072201411 Prazo:

Indeterminado Estrangeiro: ABRAHAM PIERRE Passaporte:

RD2407294 Estrangeiro: ALIX HYPPOLITE Passaporte:

RD2329623 Estrangeiro: BRUNO KERCIUS Passaporte: PP2870529

Estrangeiro: CELIPHAT LIMAGE Passaporte: GV2916554 Estrangeiro:

DAVID DELVA Passaporte: PP2382511 Estrangeiro: DEX

DERNIER Passaporte: PP2636612 Estrangeiro: DIEUSEULSON

DIEUSEUL Passaporte: PP2872879 Estrangeiro: EDISON BRITUS

Passaporte: PP2914441 Estrangeiro: ELIADER SANTERVIL DORGILLES

Passaporte: PP2477078 Estrangeiro: ERMSREY JEAN Passaporte:

SA3003952 Estrangeira: FANIA ILFRAD Passaporte:

RD2589935 Estrangeiro: FRANCKY CHARLES Passaporte:

PP2910407 Estrangeiro: GABRIEL PIERRE Passaporte: PP2203974

Estrangeiro: GENET SYLVAIN Passaporte: PP2740206 Estrangeiro:

GERHOMME JEAN Passaporte: PP2872536 Estrangeira: GERLINE

ADRIEN Passaporte: PP2905305 Estrangeiro: GREGORY CELESTIN

Passaporte: PP2893529 Estrangeiro: GUERBY PIERRE Passaporte:

PP2620055 Estrangeiro: GUILBERT JEAN Passaporte:

RD2551965 Estrangeiro: JACQUES DESAMOUR Passaporte:

PP2937704 Estrangeiro: JACSON BELANSTON Passaporte:

PP2164380 Estrangeiro: JEAN EVENER MENDELSON JEAN

MARC Passaporte: PP2836713 Estrangeiro: JEAN ROBERT ZIDOR

Passaporte: PP2728369 Estrangeiro: JEAN-HIPOLYTE LOUIS Passaporte:

PP2824709 Estrangeiro: JEAN-MAKIS JEANTY Passaporte:

PP2861014 Estrangeiro: JEAN-WESNO LAURENT Passaporte:

PP2905633 Estrangeiro: JEANNOT CALIXTE Passaporte:

PP2670972 Estrangeiro: JOANES PREVILON Passaporte:

GV2919979 Estrangeiro: JONATHAS LOCTAMA Passaporte:

RD2404231 Estrangeiro: JONY SAINT LOUIS Passaporte:

PP2929179 Estrangeiro: JOSEPH CALIXTE ESTIVERNE Passaporte:

PP2195746 Estrangeiro: KESNEL SAINT FORT Passaporte:

PP2418546 Estrangeira: LENISE LOUISSAINT Passaporte:

PP2890587 Estrangeiro: MARCKENSON SINOIS Passaporte:

PP2477563 Estrangeira: MARIANA FENELON Passaporte:

PP2434755 Estrangeira: MARIE ANGE COLIN MATTHIEU Passaporte:

PP2563734 Estrangeira: MIKERLANGE PIERSAINT Passaporte:

PP2442508 Estrangeira: MILIEDA TOUSSAINT ALEXIS

Passaporte: PP2638177 Estrangeiro: MILOR CLERVIL Passaporte:

GV2858689 Estrangeira: NATACHA JOCELIN Passaporte:

PP2883132 Estrangeiro: ORESTE JOSEPH Passaporte: PP2632222

Estrangeiro: PATRICK DUJOUR Passaporte: PP2913194 Estrangeiro:

PERCHINA HILAIRE Passaporte: GV2923781 Estrangeiro: SMITH

LINCE Passaporte: PP2085225 Estrangeira: VITANA CHERY Passaporte:

PP2882575 Estrangeira: VIVIANNE GESSE Passaporte:

GV2897403 Estrangeiro: WAKINE BELZINCE Passaporte:

GV2896822 Estrangeiro: WILBERT RIGUEUR Passaporte:

PP2900967 Estrangeira: YOLANDE SAINT-LOUIS Passaporte

PP2912553 Estrangeira: ZILANE THOMAS Passaporte:

PP2747291.
 
 
 




PP2912553 Estrangeira: ZILANE THOMAS Passaporte:
PP2747291.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Oportunidade de Trabalho no Sul do Brasil

Contrataçã​o de Haitianos   - Rio Grande do Sul

 

Luiz Carlos Terra passodomina@yahoo.com.br

10:31 PM (22 hours ago)
 
27 de maio de 2014.
Somos produtores rurais em uma propriedade em Mostardas/RS, plantamos 350 ha de arroz irrigado com Selo Ambiental e produzimos 200 terneiros/ano, portanto uma propriedade de médio porte. Somos católicos e  vivemos nossa vida de acordo com os ensinamentos de Cristo. Temos , atualmente, duas famílias trabalhando conosco e precisamos de mais uma. Pensamos em contratar uma família de haitianos que tivesse a vocação para o campo. Pagamos salário para o casal, temos moradia de dois quartos , sala-cozinha e banheiro tudo de alvenaria, que disponibilizamos sem ônus e sem descontos no salário. Não descontamos luz e água e ainda fornecemos alimentação gratuita para todos. Temos ônibus escolar municipal que leva as crianças para a escola. Queremos assinar a carteira de trabalho e ajudar esta família a recuperar a dignidade humana. Em contraponto, temos a certeza de encontrar nesta família verdadeiros parceiros de luta para alcançarmos uma vida melhor para todos e a qualidade total no trabalho. Precisamos completar o quadro funcional e estamos com dificuldade de encontrar pessoas que queiram morar no campo e que tenham responsabilidade e comprometimento com o trabalho. Informações sobre nós , podem ser encontradas com padre Gil, na paróquia local e com o gerente de BB de Mostardas.

 
Luiz Carlos Terra e Fernanda Terra
Agropecuária Passo do mina
Mostardas- RS           E-mail   passodomina@yahoo.com.br
(51) 9715-1588

Informacao disponivel no Google. 26 de maio de 2014.

Por que o Haiti está aqui?

haitianos-onibus
Haitianos rumo ao sudeste brasileiro (Fonte: Agência de Notícias do Acre)
Que rotas trazem haitianos ao Brasil. Por que veem país como esperança. Como protegê-los do descaso de governos e superexploração por empresários
 
Por Laís Azeredo Alves*, no Gusmão
A vinda de centenas de haitianos do Acre para São Paulo, nas últimas semanas, gerou tensões sobre a questão da imigração na cidade e no país. As discussões envolvendo os políticos dos dois estados com acusações de racismo e irresponsabilidade não serviram para uma compreensão plena da situação, muito menos para sua solução. O governo federal, por sua vez, permanece concedendo vistos humanitários para os haitianos que chegam, mesmo na ausência de uma política nacional para as migrações que reflita as necessidades atuais.
 
Em janeiro de 2010, um terremoto de sete graus atingiu a região de Porto Príncipe, capital do país mais pobre das Américas. A tragédia levou à morte mais de 300 mil pessoas e forçou outras 1,5 milhão ao deslocamento nacional e internacional.  Em 2012, um furacão atingiu novamente o Haiti, causando mais destruição e miséria em um país cuja vulnerabilidade ambiental é reforçada pela frágil economia, pela política instável e por números de pobreza absurdos.
 
O Haiti tem sua história marcada pela violência nas lutas pela independência e pela vitória de ter sido o primeiro país do continente americano a alcançá-la, em 1804, pelas mãos de líderes negros. A independência, todavia, não cessou outros inúmeros problemas enfrentados pelo país, como a instabilidade política e a luta de grupos pelo poder. Assim, a situação econômica como país periférico tampouco foi modificada.
 
Entre 1915 e 1934, os Estados Unidos intervieram militarmente para defender seus interesses. Nos anos seguintes, a instabilidade política, com a disputa política entre diferentes grupos que gerava violência, legitimou mais intervenções externas no país. Foram totalizadas cinco intervenções internacionais sob os auspícios da Organização das Nações Unida (ONU) só na década de 1990[1].
 
Desde 2004, o Brasil lidera uma força multinacional da ONU no país, denominada Minustah – Mission des Nations Unies pour la Stabilization en Haiti (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti). A função da Minustah é de ajudar na reconstrução e na estabilização do Haiti, por meio da reestruturação e reforma da polícia haitiana, do auxílio no
Programa de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, da restauração do Estado de direito e do restabelecimento da segurança pública no país. Além disso, à missão cabe ainda a proteção aos civis, ao staff da ONU, o apoio aos processos políticos e a garantia do cumprimento dos direitos humanos no país. No entanto, é necessário questionar se o que é colocado no papel se assemelha ao que é posto em prática. Estudos críticos apontam que os verdadeiros objetivos da Minustah estão voltados para um projeto de “recolonização” do país por parte do capital transnacional, e que a ajuda humanitária é uma grande farsa.
 
A vulnerabilidade do Haiti é geral: inexiste estabilidade política e segurança pública e há crise de alimentos, escassez de água potável, falta de infraestrutura e saneamento básico. Gabriel Godoy, oficial de proteção do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no Brasil afirma que “cerca de 55% dos haitianos viviam com menos de 1,25 dólar por dia, por volta de 58% da população não tinha acesso à água limpa e em 40% dos lares faltava alimentação adequada” [2].
 
No ano de 2012, ficou mais uma vez comprovada a instabilidade ambiental do país: o furacão Sandy chegou no mês de outubro e provocou inundações em áreas com esgoto a céu aberto, o que, evidentemente, facilitou a transmissão de doenças, como o cólera[3].
 
Muitos haitianos permanecem no país como deslocados internos. De acordo com a Relief Web (2014) são 172 mil pessoas, até o final de 2013, vivendo em mais de 300 campos pelo país. Serviços básicos nos campos – como acesso à água encanada e saúde básica [4] – não acompanham. Portanto, se medidas de integração local, retorno ou transferência não se intensificarem este ano, um alto número de deslocados corre o risco de continuar vivendo em condições insalubres.
 
Para evitar essa situação, milhares de haitianos decidem migrar para outras partes do mundo. Países como República Dominicana e Guiana Francesa já faziam parte da rota de destinos frequentes dos haitianos, outros como Equador, Colômbia, Peru, Bolívia, Chile e Argentina também se transformaram em possibilidades para o deslocamento[5]. O Brasil também foi um destino escolhido.
 
A ideia de país em ascensão e hospitaleiro, além da proximidade entre os dois povos que ocorreu com a participação de soldados brasileiros na missão da ONU no Haiti, são alguns fatores explicativos. Outra razão são as parcerias entre o governo, ONGs e empresas brasileiras no Haiti voltadas para o desenvolvimento[6]. Além disso, a partir da crise econômica de 2008, os países desenvolvidos endureceram o controle migratório, dificultando a entrada de imigrantes[7]. É por isso que o Haiti está aqui.
 
Mas como o Brasil, candidato a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, lida com essa nova realidade de país “em ascensão” e destino de imigrantes que buscam melhores perspectivas de vida?
 
Um primeiro ponto a ser destacado é que os haitianos não são considerados indivíduos em situação de refúgio porque, de forma geral, não se enquadram nos pré-requisitos estabelecidos pela Convenção de 1951 e pelo Protocolo de 1967, ou seja: indivíduos que sofrem perseguição ou fundado temor de perseguição, violência generalizada e desrespeito aos direitos humanos. No entanto, por se tratar de uma situação inegavelmente calamitosa e diante da ausência de um dispositivo específico que proteja indivíduos forçados a migrar em razão de desastres ambientais, o Brasil optou por um novo mecanismo de acolhida, estabelecido na  Resolução nº 97, de janeiro de 2012: visto por razões humanitárias. Assim, a concessão desses vistos possibilita aos haitianos residir legalmente no país e ter acesso a serviços públicos e ao mercado de trabalho.
 
As cidades brasileiras que mais receberam imigrantes haitianos foram Tabatinga e Manaus (ambas no Amazonas) e Brasileia e Epitaciolândia (ambas no Acre). O caminho percorrido é, geralmente, semelhante: os haitianos passam por países andinos, como Equador, Colômbia e Peru, até chegar ao Brasil. Em muitos casos contam com a ajuda de atravessadores (também chamados coiotes) que cobram para auxiliar na travessia. Os custos da viagem chegam a três mil dólares e durante o percurso são extorquidos por policiais, roubados e sofrem violência física, como estupros e até assassinatos[8].
 
A pequena cidade acreana de Brasileia encontrou-se diante de uma situação caótica, sem infraestrutura e sem preparo, e teve que lidar com o alto fluxo de haitianos chegando em seu território. O abrigo disponibilizado pela prefeitura da cidade enfrenta superlotação: com capacidade para até 400 pessoas, mais de 1.240 disputam o espaço exíguo. Sem condições de arcar com os custos dessa situação, com ajuda insuficiente do governo nacional ( cerca de 4,2 milhões de reais foram repassados para os serviços de assistência 1.300.000 milhão para a saúde e o auxílio na documentação, segundo nota oficial do Ministério da Justiça), que ainda parece não assumir sua responsabilidade, e diante da circunstância de calamidade pública causada pela cheia do rio Madeira, que impedia a saída de qualquer pessoa da região, o governo do Acre fechou o abrigo de Brasileia, instalou outro em Rio Branco e encaminhou 2.200 haitianos documentados para o sul e sudeste do país. São Paulo esteve entre os principais destinos.
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Sem qualquer diálogo precedente, o governo do Estado de São Paulo julgou irresponsável a atitude do governo acreano, que defendeu a ação: estaria apenas acelerando um movimento já existente e a postura da paulista refletia um posicionamento racista e xenófobo de seu governo[18]. Em meio à troca de acusações, foi graças à ação da Igreja e da comunidade local que os haitianos conseguiram abrigo e o mínimo de apoio. Logo, quando o abrigo oferecido pela Igreja já se encontrava no limite de suas condições de acolhida, a prefeitura da cidade abriu mais um espaço para acolher os haitianos que continuam chegando.
 
Muitos têm conseguido contratação imediata no mercado de trabalho de São Paulo. Empresas (a maior parte de construção civil e frigoríficos) do sul e sudeste visam a mão de obra haitiana em razão de seu baixo custo. No entanto, é preciso estar alerta para muitas ofertas que, aproveitando-se da vulnerabilidade desses imigrantes, da dificuldade com a língua e das necessidades urgentes de emprego, podem violar as diretrizes dos direitos dos trabalhadores e dos direitos humanos, como o trabalho escravo.
 
É lastimável que mesmo depois de dois séculos do término de uma vergonha para história nacional – a escravidão dos negros – nossa sociedade ainda tenha espasmos de um racismo medíocre, mas, infelizmente, pujante. Muitos empregadores, acreditando que o mínimo, para quem não tem nada, deve ser aceito de bom grado, ousam oferecer vagas de emprego com salário ínfimo (abaixo do mínimo), sem qualquer preocupação com a garantia de direitos. Meus senhores, repito o que foi dito pelo padre Paolo Parisi: “a escravidão acabou”.
 
Tratam-se de seres humanos. Muitos com formação universitária, bons empregos, moradia e estabilidade em sua terra natal. Tudo destruído por uma catástrofe ambiental. Poderíamos ser eu, você e nossos compatriotas. Poderiam ser seus pais, primos, irmãos e amigos, desesperados por uma chance para recomeçar a vida. Abandonar a família e partir para tentar a vida em outro país, com outra língua e outra cultura é um desafio que eles, bravamente, decidem enfrentar para um dia, quem sabe, conseguir prover sua família com condições mínimas de sobrevivência. De acordo com relatório em parceria com a PUC MINAS, Ministério do Trabalho e Emprego, Organização Internacional para Migrações e o Grupo de Estudos Distribuição Espacial da População, divulgado em abril deste ano, as principais razões apontadas pelos haitianos que motivaram sua vinda ao país são: trabalhar e estudar/buscar novas oportunidades; ajudar a família que ficou no Haiti; recomeçar uma vida por ter perdido tudo no terremoto; violência e falta de segurança no Haiti; e por ouvir dizer que o “porto”do Brasil estava aberto.
 
É verdade que o Brasil não se encontra preparado para tamanho fluxo: em 2010 os haitianos somavam cerca de duas centenas de imigrantes dentro dos grupos estrangeiros no país. Ao final de 2011, eles já eram quatro mil. Em 2012 foram 7.761 haitianos que conseguiram o visto humanitário.
 
No final de 2013, o número chegou a 21.430 mil. De acordo com uma pesquisa, há no Brasil algo em torno de 34 mil haitianos e estima-se que esse número pode chegar a 50 mil no final deste ano[9].
Não estamos preparados para assumir as consequências de nosso crescimento e suposto desenvolvimento. A ausência de uma política migratória nacional eficaz que corresponda à realidade atual, a falta de agências governamentais próprias que lidem com a questão de forma específica e adequada são apenas a ponta do iceberg. Teremos um grande trabalho pela frente.
 
Mesmo com todos esses problemas, fechar as portas e negar ajuda a quem fugiu de uma situação muito mais problemática não seria uma atitude aceitável. Seria desumano. Até agora o Brasil tem ido contra essa corrente de fechamento de fronteiras que já se mostrou ineficiente.
Esperamos que seja cumprido o que foi dito pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: que as políticas federais terão como objetivo que os haitianos optem pela migração por vias regulares, com a obtenção do visto nas embaixadas brasileiras e que esse acesso seja facilitado. Desta forma, poderão ser inseridos nas políticas que (esperamos) serão desenvolvidas nas áreas de trabalho, educação e benefício social.
 
Resta esperar que o Brasil transforme suas respostas reativas em proativas e que dê exemplo ao resto do mundo de como se deve tratar os imigrantes, que ao emprestar sua força de trabalho – tão necessária para nossa economia –, esperam construir no nosso país seu lar, em paz. Afinal, não iríamos querer o mesmo?
*Internacionalista formada pela Universidade Estadual da Paraíba. Atualmente é mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, trabalha como voluntária na Caritas Arquidiocesana de São Paulo e desenvolve pesquisas nas áreas de Migração Internacional e Segurança Internacional.
[1] Ver em: ARAUJO et al. A vulnerabilidade no Haiti: uma construção histórica. Disponível em:http://actacientifica.servicioit.cl/biblioteca/gt/GT8/GT8_OtoniAraujo_SilvaRosa.pdf Acesso em 12 de maio de 2014
[2]Ver em: FERNANDES, Duval; MILESI, Rosita; FARIAS, Andressa Do Haiti para o Brasil: o novo fluxo migratório. 2011. Disponível em: <http://www.migrante.org.br/migrante/components/com_booklibrary/ebooks/caderno-debates-6.pdf> Acesso em 11 de maio de 2014
[3] Ver em: GODOY, Gabriel Gualano. 2011. O caso dos haitianos no Brasil e a via da proteção humanitária complementar. In: 60 anos de ACNUR- Perspectivas de futuro. André de Carvalho Ramos, Gilberto Rodrigues e Guilherme Assis de Almeida, (orgs.). — São Paulo : Editora CL-A Cultural, 2011. Disponível em: <http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/portugues/Publicacoes/2011/60_anos_de_ACNUR_-_Perspectivas_de_futuro.pdf?view=1> Acesso em 12 de maio de 2014
[4] Idem citação [1]
[5] Ver em: RAMOS et al. 60 anos de ACNUR- Perspectivas de Futuro. 2011. Disponível em: <http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/portugues/Publicacoes/2011/60_anos_de_ACNUR_-_Perspectivas_de_futuro.pdf?view=1&gt; Acesso em 16 de maio de 2014
[6] Ver em: THOMAZ, Diana Zacca.  Migração haitiana para o Brasil pós-terremoto: indefinição normativa e implicações políticas. 2013. Disponível em:http://www.revistas.usp.br/primeirosestudos/article/view/56732/PDF Acesso em 12 de maio de 2014
[7] Ver em: SILVA, Sidney Antônio. Brazil, a new Eldorado for Immigrants?: The Case of Haitians and the Brazilian Immigration Policy. 2013. Disponível em: http://www.anthrojournal-urbanities.com/journal5/files/assets/basic-html/page5.html Acesso em 12 de maio de 2014
[8] Ver em: ARRUDA, Aline Maria Thomé. Migração e refúgio: uma breve problematização sobre os direcionamentos governamentais para recepção a haitianos no Brasil e na República Dominicana. 2013. Disponível em : <http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/relacoesinternacionais/article/view/2434> Acesso em 12 de maio de 2014
[9] Ver em: Projeto “Estudos sobre a Migração Haitiana ao Brasil e Diálogo Bilateral” . Fevereiro de 2014.

Folha de Sao Paulo dia 27 de maio de 2014


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domingo, 25 de maio de 2014

Noticia 15 de maio de 2014.

Oportunidade para recomeçar

Em Jaraguá do Sul, um dos pioneiros na contratação de haitianos é a KS Embalagens
Cada vez mais empresas catarinenses têm se mostrado interessadas pela contratação de mão de obra haitiana.  Apenas neste mês, 42 imigrantes foram recrutados no Acre, pela empresa Linky Gestão de Pessoas e Processos, de Jaraguá do Sul, para trabalhar em Pomerode.

Segundo a consultora Fharida Kalinke, mais de 90 haitianos já foram trazidos para trabalhar na região, em aproximadamente um ano.  Ela explica que o principal motivo para a contratação de haitianos é a carência de pessoas que se interessam pelo trabalho em vagas base de produção, em determinados setores. Entre eles, têxtil, automecânico, embalagens e limpeza.

Segundo Fharida, Santa Catarina conta também com imigrantes do Peru, Bolívia e Colômbia, mas a grande leva vem mesmo do Haiti. “Por eles estarem vindo em situação humanitária, como refugiados, o governo brasileiro ajuda com a regularização de documentação e visto. O que facilita a contratação e demonstra ainda uma maior tendência de contratação destes imigrantes”, explica.

Em Jaraguá do Sul, um dos pioneiros na contratação de haitianos é o proprietário da empresa KS Embalagens, Luiz Stinghen. Há três anos, ele trouxe seis imigrantes que estavam refugiados no Acre.
“Na época vi uma reportagem no Fantástico sobre estes refugiados. Decidi ir até lá. Quando cheguei fiquei assustado com as condições em que os haitianos viviam. Eram cerca de mil, todos buscando uma oportunidade. Mas, eu só tinha seis vagas para oferecer”, lembra Luiz.

Além do emprego, a empresa de Luiz ofereceu ainda auxilio com despesas. Por um ano, os haitianos receberam ainda auxilio com moradia, energia e água. Aulas de português também foram imprescindíveis. Como no Haiti, a língua oficial é o francês, além do dialeto crioulo, três meses de aula de português foram fundamentais. “ A maioria dos haitianos também fala espanhol, o que facilitou muito o aprendizado”, complementa Luiz.

Colaboradores exemplares
Segundo Fharida, as empresas de modo em geral estão satisfeitas com a contratação de haitianos. Comprometimento, bom humor e disponibilidade para o trabalho são suas principais qualidades. “Eles realmente vestem a camisa da empresa”, completa.

Luiz também se mostra satisfeito com a contratação e afirma que a intenção é contratar mais haitianos. “Não tenho do que reclamar. De maneira em geral, eles são ótimos trabalhadores. Trabalham porque querem e porque precisam”, finaliza.

Esperança de uma vida melhor
Os haitianos Guimps, 30 anos, e Wndel, 31 anos, foram escolhidos pela empresa de Luiz, há cerca de três anos. Recrutados no Acre, eles contam que já passaram fome, frio e muitas outras dificuldades. Tempo esse que ficou para trás.

“No Haiti não tínhamos emprego, não tínhamos dinheiro para nada. Aqui temos oportunidades. Podemos sustentar nossas famílias, dar uma vida melhor aos nossos filhos”, enfatiza Guimps.
Há quase um ano, a empresa também ajudou os haitianos a trazerem suas famílias para o Brasil. Guimps mora com sua esposa, uma irmã e sua filha, Emanuele, de apenas oito meses, e brasileira. “A saudades de quando estávamos separados era dolorosa. Agora estou feliz, estamos todos juntos, e todos empregados”, conta.

Já Wndel mora em Jaraguá do Sul com a esposa e seu filho, Wndelson, de três anos. Ele conta que a saudade da família foi difícil enquanto estavam separados, mas a vontade de ter uma vida melhor foi muito maior. “Quando eles chegaram, meu filho não me reconheceu. Ele não cresceu comigo. Foi muito difícil. Mas, hoje vejo que valeu a pena”, destaca.

Com visto garantido até 2021, os haitianos planejam comprar uma casa na cidade e voltar a estudar.  E garantem: não querem mais voltar para seu país de origem. “ Queríamos apenas ir visitar o restante de nossas famílias que ficaram no Haiti, mas ficar mesmo aqui”, finalizam.

Noticia 17-05-2014

Brasil terá 50 mil imigrantes haitianos até o fim do ano

Pesquisa da PUC Minas revela que 40% dos haitianos no Brasil têm curso médio e 30% trabalham na construção civil

Bertha Maakaroun
Leonardo Augusto
Publicação: 17/05/2014 06:00 Atualização: 17/05/2014 07:16

Aos 33 anos, viúvo, o imigrante haitiano Marco Comblonini acalenta um sonho: trazer os três filhos de 4, 8 e 11 anos para o Brasil, onde tem emprego formal de pedreiro. Ganha R$ 1,2 mil e todos os meses separa a metade para enviar à irmã que cuida das crianças. Sempre atuando na construção civil desde que desembarcou no Brasil, já desempenhou funções de carpinteiro e de pintor. É assíduo no trabalho, mantém boas relações sociais, respeita hierarquias e teve adaptação tranquila. Pesquisa inédita com a combinação de métodos quantitativo e qualitativo, realizada entre julho e novembro de 2013, que traça o perfil da imigração haitiana ao Brasil, divulgada ontem pelos professores da PUC Minas Duval Fernandes e Maria da Consolação Gomes de Castro e pelo representante da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que, assim como Marco Comblonini, 30% dos imigrantes haitianos, no Brasil, são absorvidos pela construção civil.
Cerca de 70% dos haitianos que vivem no Brasil estão em idade ativa, entre 18 e 50 anos, são homens, dividem a moradia com outros imigrantes e decidiram migrar por causa do caos e da falta de perspectiva profissional no país caribenho, devastado por um terremoto, de 7 graus na escala Richter, em janeiro de 2010. Pouco mais de 40% dos imigrantes haitianos têm escolaridade de nível médio completo ou incompleto. “A ideia de que a maioria deles seja analfabeta não é verdadeira, sendo muito pequeno o número dos que não têm nenhuma instrução. Estamos ganhando com a presença deles aqui”, afirma Duval.

Segundo o professor Fernandes, a taxa de ocupação dos haitianos é maior do que a dos brasileiros. “Em geral essa é a regra entre imigrantes: fazem trabalhos que ninguém quer. Em Porto Velho (RO), por exemplo, 70% dos empregados de uma empresa de coleta de lixo são haitianos”, assinala o professor. “A maior parte está trabalhando em condições semelhantes à dos brasileiros”, acrescenta o professor. Assim é com Elson Charles, de 32, há seis meses em Belo Horizonte. Ajudante de jardinagem, com um salário de R$ 1 mil, acaba de conquistar no Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) sua carteira de motorista. “Vou ser caminhoneiro”, diz o haitiano, que luta para aumentar seu salário e oferecer uma condição de vida melhor para os três filhos e a mulher que continuam no Haiti. “Um dia ainda vamos nos reunir”, espera ele.

Um pouco diferente é a trajetória de Jean Evens, de 33, há dois anos vivendo em Contagem. Ele veio com a mulher e o filho menor de dois anos, deixando com a mãe, no Haiti, as duas filhas, de 3 e 12 anos. Trabalhou por um ano e sete meses em uma empresa de alimentação como carregador noturno: ganhava entre R$ 1,1 mil e R$ 1,3 mil. Mas há poucos meses a empresa reduziu o quadro e Jean ficou desempregado. Está agora trabalhando, em um “bico”, com carga e descarga em uma transportadora. “Quero ficar no Brasil, guardar dinheiro, construir uma casa e trazer as minhas filhas. Aluguel aqui é muito caro”, revela ele, que tem instrução de nível médio e em seu país trabalhava como segurança e pescador do próprio barco.

coiotes Há, no Brasil, cerca de 34 mil haitianos, segundo estimativa Duval Fernandes, que calcula 50 mil até o fim deste ano. No conjunto do fluxo migratório que chega ao país, eles representam 10% do contingente – há quatro anos eles não passavam de duas centenas, mas, no fim de 2011, somavam 4 mil. As estatísticas fazem do Brasil o maior ponto do tráfico de imigrantes haitianos da América do Sul: 75% passam pelo Equador, seguem para o Peru e ingressam no Brasil por Tabatinga e Brasileia, fazendo, na fronteira, o pedido de refúgio. Apenas 5% deles tomam rotas distintas com passagem pela Argentina, Bolívia ou Chile antes de imigrar para o Brasil. Cerca de 20% saem do Haiti com vistos obtidos nos consulados e fazem escala no Panamá, antes de desembarcar nos aeroportos de Belo Horizonte, Brasília ou  São Paulo.

“Eles demoram em média 15 dias para chegar ao Brasil e gastam no trajeto cerca de US$ 2,9 mil”, explica o professor Fernandes, considerando ainda que as despesas podem ser mais altas e chegar a mais de US$ 5 mil. “Muitos são coptados por um poderoso esquema, que se vale de coiotes haitianos, que acenam com promessas de altos salários. As casas são hipotecadas em troca de empréstimos em espécie e do serviço burocrático da viagem”, afirma o pesquisador. “É grande a vulnerabilidade desses 80% de imigrantes que entram no país dessa forma, sobretudo pelo Peru”, acrescenta, lembrando que, após o trajeto até a fronteira brasileira, é longo o processo para a regularização da situação migratória: depois de solicitar o refúgio, a abertura do processo leva à emissão de um protocolo que permite ao imigrante a obtenção de carteira de trabalho e CPF provisórios.

Embora estejam em 286 cidades brasileiras, 75% dos haitianos estão concentrados em São Paulo, em torno de 10% em Manaus e 7% – cerca de 3 mil – em Minas Gerais, sobretudo em Belo Horizonte e Esmeraldas e Contagem, ambas na Grande BH. “O Brasil não é mais o país de imigração do início do século nem o país da emigração dos anos 1980. Somos hoje um país de imigração, emigração e trânsito, além dos brasileiros que retornam depois de viver muitos anos no exterior. A questão migratória é atualmente muito maior do que foi no passado”, considera Duval Fernandes. Segundo ele, considerando a redução da taxa de natalidade no país, em 2030, a população brasileira começará a encolher, e mais da metade das aposentadorias serão bancadas pela contribuição dos imigrantes.