quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Informação 12-12-2012


12/12/2012 20h14 - Atualizado em 12/12/2012 20h14

Haitianos demitidos em Igrejinha, RS, vão receber alojamento e alimentação

Acordo foi firmado com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.

Outra empresa já demonstrou interesse em contratar grupo de imigrantes.

Haitianos reclamam de trabalho escravo em curtume na cidade de Igrejinha (Foto: Alexandre dos Santos/RBS TV)Haitianos reclamam de trabalho escravo em curtume de Igrejinha (Foto: Alexandre dos Santos/RBS TV)
Os imigrantes haitianos que denunciaram más condições de trabalho em uma empresa de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, vão receber alojamento e alimentação até a rescisão dos contratos. O acordo foi firmado com representantes da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos nesta quarta-feira (12). Uma outra empresa já teria demonstrado interesse em contratar o grupo, conforme mostra a reportagem do RBS Notícias.
No início de novembro, 44 haitianos foram contratados para trabalhar em um curtume no Vale do Paranhana. Nove deles procuraram o Ministério Público para denunciar que estavam sendo submetidos a trabalho escravo. O grupo também alega que foi demitido sem receber o que deveria. A direção da empresa nega e diz que os haitianos é que pediram demissão. O Ministério Público do Trabalho abriu inquérito para investigar o caso. Uma auditoria feita na empresa não encontrou irregularidades.

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11/12/2012 23h32 - Atualizado em 11/12/2012 23h32

MP investiga caso dos haitianos demitidos em Igrejinha, RS

Estrangeiros reclamam que estão sendo submetidos a trabalho escravo.
Nenhuma irregularidade na empresa foi encontrada em auditoria do MPT.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu inquérito para investigar o caso de um grupo de haitianos, que diz ter sido demitido de uma empresa de Igrejinha, no Vale do Paranhana, no Rio Grande do Sul. Eles reclamam das más condições de trabalho. Uma auditoria do MPT na empresa não encontrou nenhuma irregularidade, como mostra a reportagem do RBS Notícias (veja o vídeo).
Quarenta e quatro haitianos chegaram à cidade de Igrejinha no início de novembro para trabalhar em um curtume. Ganharam emprego, alojamento e alimentação. No entanto, nove deles procuraram o Ministério Público para denunciar que estavam sendo submetidos a trabalho escravo. Um casal, que foi embora nesta terça-feira (11) para Curitiba, alega não ter recebido pelo período trabalhado.
Haitianos reclamam de trabalho escravo em curtume na cidade de Igrejinha (Foto: Alexandre dos Santos/RBS TV)Haitianos reclamam de trabalho escravo em curtume
em Igrejinha (Foto: Alexandre dos Santos/RBS TV)
"Não tenho dinheiro nenhum. Tudo o que tinha comprei coisas para a minha esposa, grávida. Estou indo ver o que consigo em Curitiba, onde tenho um primo", disse o haitiano Mirielle Thelemaque.
O diretor da empresa afirma que não demitiu nenhum dos haitianos. O grupo é que teria pedido demissão, por dificuldades de se adaptar às regras da empresa.
"Este grupo não se adaptou. Achou que em outros lugares teria melhores oportunidades de trabalho. Cabe a eles decidir se querem continuar ou não. Nove optaram por pedir demissão", disse Renato Argenta, diretor da empresa.
Representantes de cinco entidades ligadas às áreas de direitos humanos e assistência social estarão em Igrejinha na quarta-feira (12). Eles vão inspecionar os contratos de trabalho, alojamentos e também a empresa para saber se houve alguma irregularidade e, a partir daí, dar um novo destino ao grupo de haitianos.

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Vale do Paranhana11/12/2012 | 18h41

Sem trabalho, haitianos dependem de ajuda para comer em Igrejinha

Os trabalhadores saíram do curtume onde estavam e não têm como se manter

 
 
Sem trabalho, haitianos dependem de ajuda para comer em Igrejinha Miro de Souza/Agencia RBS
Haitianos ainda estão morando no alojamento da empresa Foto: Miro de Souza / Agencia RBS
O que seria um conflito entre empregador e trabalhadores se transformou em uma polêmica em Igrejinha, no Vale do Paranhana, por envolver nove haitianos. Desde a última quinta-feira eles não estão mais trabalhando em um curtume da cidade. Nesses dias afirmam que não têm dinheiro sequer para comer.

A situação envolvendo os trabalhadores estrangeiros chegou ao Governo do Estado e na Assembleia Legislativa. Nesta quarta-feira uma comissão deverá ir até a cidade na tentativa de mediar o conflito, e resolver o problema. O caso também tem repercutido entre os moradores do município.

Contratado no início de novembro, o grupo integrava um contingente de 44 haitianos que trabalha no curtume Agro Latina. Os funcionários estrangeiros recebem, em média, R$ 900 por mês, além de alojamento e, nos primeiros 30 dias, toda a alimentação. Passado o primeiro mês, a empresa passará a cobrar R$ 0,50 por refeição.

O desentendimento entre a empresa e os nove haitianos começou no momento do primeiro pagamento. Discordando de descontos na folha, ainda na semana passada, os trabalhadores chegaram a procurar o Ministério Público (MP) denunciando ser submetidos a trabalho escravo.

— Eles estão descontando R$ 250 de cada haitiano, que seriam custos do transporte para cá. Mas isso não estava no acordo, por isso não aceitamos — afirma Michelet Clervoyant, 33 anos.

Dois dos haitianos foram embora para Curitiba nesta segunda-feira. Os demais seguem morando no alojamento da empresa, e estão recebendo ajuda do Sindicato dos trabalhadores na Indústrias de Calçados e Vestuário de Igrejinha. Os haitianos pretendem se estabelecer em outra cidade.

— Temos família para ajudar no Haiti. Se querem nos mandar embora, que paguem os 60 dias que ainda teríamos pelo contrato inicial — ressalta Petit Jean Louis, 30 anos.

O que diz a empresa
A empresa por afirma que não demitiu nenhum dos nove haitianos. A Agro Latina diz que deu aos funcionários estrangeiros privilégios que não dá aos seus colaboradores locais. O grupo, de acordo com o diretor da empresa, Renato Argenta, recebeu alojamento, comida no refeitório do curtume, e adiantamentos de salários.

— Fizemos campanha para arrecadar roupas e produtos de higiene, porque eles não tinham nada. Tudo o que foi descontado foi previamente acordado com todos eles, tanto que outros 35 haitianos seguem trabalhando e estão dando um bom resultado — reforça Argenta.


Auditorias não apontaram irregularidades trabalhistas
Acionado pelo Ministério Público de Igrejinha, o Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um inquérito para analisar a situação dos trabalhadores haitianos. Segundo a procuradora do trabalho de Novo Hamburgo, Juliana Bortoncello Ferreira, uma auditoria realizada na empresa na última sexta-feira não apontou irregularidades trabalhistas.

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa também acompanha o caso. De acordo com o coordenador da comissão, Juliano Müller de Oliveira, o problema foi de adaptação, especialmente pelas dificuldades de comunicação.

— Não houve nenhum abuso de direitos por parte da empresa. Estamos acompanhando a situação para ajudar esses trabalhadores e resolver a situação — diz.

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