terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Morre Hatiano no Município de Feliz - Rio Grande do Sul - Brasil

NOTÍCIA MUITO TRISTE

  • 10-12-2012

    Haitiano morre atropelado na RS 452

    Jean Erve de 31 anos, natural de Gunaive, no Haiti, morreu atropelado na RS 452, quilômetro sete, em frente ao posto Kuno, por volta das dez horas da noite de domingo.

    Ele transitava de bicicleta pelo acostamento da rodovia no sentido Feliz – Vale Real. Um Gol que vinha no mesmo sentido em zingue - zague, devido ao alto nível de embriaguez, colidiu na traseira da bicicleta do Haitino, que morreu no local.

    Cristiano Dreher de Andrade, de 30 anos, motorista do automóvel, foi preso em flagrante e encaminhado ao presídio de Charqueadas. O índice de álcool no sangue do motorista chegou a 1,54 mg/l.

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Trajetória interrompida10/12/2012 | 22h05

 Haitiano morre atropelado na cidade de Feliz, no Vale do Caí Jean vivia no Brasil desde março deste ano
Foto: Arquivo pessoal / Arquivo PessoalAlisson Coelho alisson.coelho@zerohora.com.br


Durante os últimos oito meses, a haitiana Virginie D'aout, 61 anos, ia até o banco pegar o dinheiro que o filho, Erve Jean, 31 anos, enviava do Brasil. A partir do próximo dia 5 a ajuda que servia para sustentar os dois filhos de Jean, que viviam com a avó, deixará de chegar. Ele morreu atropelado na noite do último domingo na rodovia Bom Princípio - Linha Nova (ERS-452). Jean estava no Rio Grande do Sul desde março desse ano, quando foi escolhido para trabalhar em uma empresa de Feliz, no Vale do Caí. Junto com outros nove haitianos, ele se estabeleceu em Bom Princípio, e trabalhava como operador de máquinas. Na noite do acidente, Jean havia ido até a casa de um amigo em Feliz. Por volta das 21h45min ele voltava para casa de bicicleta quando um motorista perdeu o controle de um Gol, na altura do quilômetro sete, e atropelou o haitiano no acostamento. Jean não teve tempo sequer de ser socorrido. Avisado do que havia acontecido com Jean, o primo dele, Luckner Doucette, 32 anos, veio de São Paulo, onde trabalha como azulejista, para acompanhar o enterro nesta segunda-feira. — Tudo o que eu quero é justiça. Nós somos estrangeiros, mas isso não pode ser motivo para que quem fez isso com o meu primo não seja responsabilizado — afirma Doucette. Jean deixou o Haiti no final de 2011. A cidade natal, Gonaives, foi uma das mais afetadas pelos terremotos de 2010. Meses depois da catástrofe, os moradores enfrentaram um surto de cólera. Cansado da vida difícil e de pouco trabalho, Jean veio para o Brasil. Em Gonaives ficaram a mãe e os dois filhos de quatro anos. O haitiano sonhava traze-los para o Brasil quando tivesse condições. Mensalmente, parte do salário de operador de máquinas era enviado para a família. — Não sei o que será feito dos filhos dele sem esse dinheiro que era mandado todos os meses. Já avisamos a família, que está desconsolada — lembra o primo. Em Bom Princípio, onde morava com outros três compatriotas, o haitiano tinha hábitos simples. Costumava visitar os colegas que moravam perto e fazia os primeiros amigos na região. Nos finais de semana, frequentava cultos em uma igreja Batista. — Falávamos todos os meses por telefone, conversamos por 30 minutos no dia em que ele morreu. Era um cara com muitos sonhos, todos interrompidos — conta Doucette.

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